Rio vence moção de confiança com maioria reforçada. Pede que PSD “reme” no mesmo para ganhar eleições
"É um resultado importante, porque é um pouco superior face às diretas. Tive cerca de 55% e agora cerca de 60%, portanto, é naturalmente uma ajuda", disse Rui Rio, desejando paz no PSD.
Rui Rio venceu com 60% dos votos a moção de confiança votada, com voto secreto, na madrugada de sexta-feira pelo conselho nacional do PSD, reunido no Porto. O presidente social-democrata disse esperar que a partir de agora “remem todos no mesmo sentido”, para ver se o PSD recupera e ganha as eleições, e desejou que possa haver paz no partido.
“Neste momento, já é claro que o PS pode perder as próximas eleições, o que ainda não é claro é que o PSD as possa ganhar. Isso é o que temos de fazer, é essa a tarefa que temos pela frente. Metade está feita, o PS pode perder, agora temos que construir a possibilidade de a ganhar. E espero que a partir de agora remem todos no mesmo sentido para ver se o PSD recupera”, afirmou.
À saída do Conselho Nacional do partido, que decorreu num hotel do Porto e aprovo a moção de confiança à sua direção, Rui Rio disse que, com este resultado, sai mais legitimado para prosseguir “o caminho de construir uma alternativa ao governo PS”. O Conselho Nacional do PSD aprovou a moção de confiança à Comissão Política Nacional liderada por Rui Rio, com 75 votos a favor, 50 contra e um nulo. Votaram 126 conselheiros nacionais, o que totaliza uma aprovação da moção da confiança por cerca de 60% dos votos.
“Eu legitimidade para liderar o partido tive sempre porque ganhei as diretas, agora naturalmente face a este tumulto que houve recentemente, este resultado é um resultado importante, porque é um resultado um pouco superior, apesar de tudo, àquele que tive nas diretas. Eu tive cerca de 55% e agora cerca de 60%, portanto, é naturalmente uma ajuda”, sublinhou.
Eu legitimidade para liderar o partido tive sempre porque ganhei as diretas, agora naturalmente face a este tumulto que houve recentemente, este resultado é um resultado importante,.
“Mas, acima de tudo o que era preciso é que agora houvesse uma paz no partido para que nós pudéssemos fazer o papel que nos compete de construir uma alternativa ao Governo do PS”, acrescentou.
O presidente do PSD revelou ainda que decidiu manter a estratégia, lembrando que fazer oposição em cima de eleições é “um pouco diferente”.
“Decidi manter a estratégia porque a estratégia tem etapas. A dois anos de eleições é uma coisa, a um ano de eleições é outra, o que se faz em cima de eleições é outra ainda diferente. Vamos ter eleições para o Parlamento Europeu já agora em maio, naturalmente a forma de fazer oposição é um pouco diferente em cima de eleições. Tudo isto tem uma lógica. Isto não pode ser a política do bota abaixo permanentemente, nem as pessoas aceitam isso”, sublinhou.
Acima de tudo o que era preciso é que agora houvesse uma paz no partido para que nós pudéssemos fazer o papel que nos compete de construir uma alternativa ao Governo do PS.
Questionado sobre se espera que o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro, que o desafiou a convocar diretas, esteja ao seu lado nas eleições que se avizinham, Rui Rio defendeu que “não pode pedir isso”, pede apenas que o deixem trabalhar.
“Quem não quiser, quem não se sentir completamente à vontade, tem essa liberdade. Eu não posso pedir. Agora o que posso pedir é que as pessoas deixem fazer o trabalho com alguma tranquilidade e não haja permanente ruído como tem havido porque, assim, naturalmente não é possível. Penso que este Conselho Nacional e esta moção de confiança para esse feito é clarificadora e, portanto, é isso que agora espero que aconteça”, declarou.
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