Trabalhadores de seis bancos pedem reposição de direitos perdidos na crise
As comissões de trabalhadores pedem que sejam repostas as "regalias retiradas com o manto da troika", desde logo através de progressões nas carreiras e da reposição do poder de compra real.
Comissões de trabalhadores de seis bancos pediram esta segunda-feira que sejam repostos os direitos laborais perdidos durante a crise e criticaram o crescente uso de funcionários precários, com baixos salários.
Na semana passada reuniram-se em Lisboa cerca de 40 representantes das Comissões de Trabalhadores de Caixa Geral de Depósitos, Novo Banco, Banco BPI, Banco Santander, Montepio Geral e ainda do Banco de Portugal.
Segundo o comunicado conjunto divulgado, estas estruturas representativas dos trabalhadores bancários acordaram que é necessário sensibilizar os bancos “para a degradação das condições de emprego, alterações dos vínculos laborais e precariedade crescente no setor bancário“, e criticam o uso “continuado” de trabalhadores precários externos, com baixos salários.
As comissões de trabalhadores pedem ainda que sejam repostas as “regalias retiradas com o manto da troika”, desde logo através de progressões nas carreiras e da reposição do poder de compra real.
Pedem ainda que seja reconhecido o direito a desligar, para que haja “uma conciliação harmoniosa da sua vida pessoal e da vida profissional”, considerando que “este equilíbrio é fundamental na obtenção de um bom desempenho”.
As comissões representantes dos trabalhadores dos bancos pedem também que os bancos invistam na formação dos trabalhadores, não se preocupando apenas em contratar novos funcionários já adaptados às novas tecnologias, e pedem que haja “valorização salarial e proteção na saúde dos trabalhadores”, até porque “a maioria dos bancos vai fechar o ano de 2018 com bons resultados líquidos”.
Por fim querem que seja alterada a lei que determina a caducidade das convenções coletivas, por considerarem que há “aproveitamento pelas entidades patronais para fazer denúncia de acordos e diminuir ainda mais os direitos dos trabalhadores”, e que as remunerações complementares e isenções de horários de trabalho sejam contabilizadas para efeitos de cálculo de reforma.
O encontro das CT bancárias não contou com a presença da estrutura representativa dos trabalhadores do BCP, que este ano esperam começar a recuperar o dinheiro cortado nos salários, entre 2014 e 2017, valor que estimado entre 30 e 40 milhões de euros.
Entre meados de 2014 e de 2017, os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais tiveram os salários cortados (entre 3% e 11%), no âmbito da reestruturação do banco acordada com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal (de 3.000 milhões de euros) e que implicou também o fecho de balcões e a saída de milhares de trabalhadores num programa de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo. Os cortes salariais acabaram em julho de 2017, tendo permitido, segundo o banco, salvar 400 postos de trabalho.
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