Carlos Costa: “Não tenho de me considerar fragilizado por coisas que não cometi”
O Governador do Banco de Portugal rejeita sair pelo próprio pé. Diz que se alguém tem provas que o ponham em causa, pode recorrer ao procedimento previsto para o exonerar.
Carlos Costa não sai. Apesar de estar a ser alvo de duras críticas pela sua atuação na CGD, na altura em que foi administrador do banco público, o Governador do Banco de Portugal recusa abandonar o cargo, salientando que não está fragilizado. Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, diz que não cometeu qualquer ilícito, desafiando quem tiver provas em contrário que recorra aos procedimentos previstos para o exonerar.
“Eu não tenho de me considerar fragilizado por coisas que não cometi e que são falsidades”, diz Carlos Costa, depois de já ter esclarecido que não participou na decisão dos 25 grandes créditos identificados pela auditoria da EY à gestão da CGD entre 2000 e 2015, créditos esses que vieram a revelar-se ruinosos para o banco do Estado.
“Todos os agentes têm todo o direito de porem em causa o meu trabalho. Estou perfeitamente disponível para o demonstrar em sede própria, com a proteção que resulta dos estatutos europeus governamentais”, acrescentou Carlos Costa, salientando que “se alguém tem provas que me ponham em causa, tem toda a possibilidade de percorrer o que está previsto no procedimento e exonerar-me”.
Questionado se está ansioso, Carlos Costa rejeita. Diz que não tem “nenhum problema porque a auditoria demonstra que não participei. Não tenho problema de consciência porque participei com diligência de boa-fé. Se alguém quer por em causa essa mesma convicção, os mecanismos estão previstos no tratado” para o exonerar.
"Se alguém tem provas que me ponham em causa, tem toda a possibilidade de percorrer o que está previsto no procedimento e exonerar-me.”
O Governador do Banco de Portugal não está ansioso, “nem cansado”. “Quando se é independente e se age de forma independente, tem de se estar preparado para desagradar a gregos e a troianos”, diz. Carlos Costa sublinha que “ao longo deste tempo, conseguimos evitar que houvesse uma perda de confiança no sistema bancário. Os depósitos continuaram a crescer”.
(Notícia atualizada ás 21h32 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Carlos Costa: “Não tenho de me considerar fragilizado por coisas que não cometi”
{{ noCommentsLabel }}