Presidente da ANA diz que mau funcionamento do SEF é grande entrave à internacionalização
O presidente da ANA apontou as filas no SEF para entrar em Lisboa como um dos obstáculos que os turistas enfrentam, e indicou que a situação pode piorar com o Brexit.
O presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, José Luís Arnaut, disse esta quinta-feira que o grande entrave à internacionalização do país é o mau funcionamento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa.
“Temos atualmente uma média de 90 minutos de fila no SEF para entrar em Lisboa, com uma ocupação média das cabines de cerca de 50%. Por isso, os turistas chegam e o seu primeiro contacto com o país é uma hora de espera numa fila”, disse o responsável.
José Luís Arnaut falava nesta quinta-feira em Lisboa num evento organizado pela Associação Industrial Portuguesa, integrando um painel sobre internacionalização e o futuro do setor do turismo, no qual participavam também o presidente da TAP, Miguel Frasquilho, o diretor financeiro do Pestana Hotel Group, Pedro Santos Silva, e o presidente da Câmara Municipal do Montijo.
O responsável lembrou que a ANA tem como grande preocupação a recetividade dos turistas, tendo em conta que “95% dos turistas estrangeiros chegam a Portugal de avião” e, por isso, há “uma grande responsabilidade”, embora seja gestora apenas da infraestrutura (aeroporto).
Há depois uma série de fatores que não são controlados pela ANA, continuou, é o caso do ‘handling’ (assistência nos aeroportos) que está concessionado e as entidades públicas que “funcionam muito mal”. “Temos o grande entrave à internacionalização que é o SEF”, disse o responsável.
José Luís Arnaut lembrou que a TAP aumentou em 10% os seus passageiros no ano passado. “E o que aumentou o SEF? Nada… até vão fazer greve para a semana porque querem um parque de estacionamento mais perto”, acrescentou.
O presidente da TAP, Miguel Frasquilho, concordou igualmente que os constrangimentos provocados pelo SEF são um dos grandes problemas externos que afeta a pontualidade dos voos da companhia aérea e referiu que entre os desafios ao setor está a incerteza em relação ao ‘Brexit’.
O tema da saída do Reino Unido da União Europeia surgiu como um novo pretexto para José Luís Arnaut voltar a criticar o funcionamento do SEF. “O ‘Brexit’ pode criar uma situação dramática nos aeroportos. Em Lisboa há 18 voos diários vindos do Reino Unido e estes passageiros vão ter que passar pelo SEF”, disse.
Pior do que isto, continuou o presidente da ANA, é o Algarve, que recebe 80% dos seus voos oriundos do Reino Unido e onde não há condições físicas ou humanas para o SEF responder a este aumento de atividade. “Lisboa e Porto vai ser dramático, Faro vai ser caótico“, avisou. “O SEF vai ter que trabalhar um bocadinho mais, vamos ver se estão prontos para isto…”, finalizou.
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