Governo e professores em impasse. Sindicatos marcam manifestação para 23 de março
Os professores saíram da reunião de segunda-feira "sem novidades" sobre a contabilização do tempo de serviço. Se esta situação se mantiver, os docentes vão avançar com uma manifestação.
As negociações sobre a recuperação do tempo de serviço congelado dos professores estão num impasse. O Governo insiste em recuperar pouco mais de dois anos dos nove anos congelados enquanto os docentes se mantêm firmes na sua posição, exigindo a contabilização integral desse período. Face a esse “esgotamento” das negociações e se o Executivo continuar indisponível para discutir as propostas dos sindicatos, os professores vão avançar com uma manifestação nacional a 23 de março, ocasião em que anunciarão que ações de luta serão tomadas, no terceiro período letivo. Em cima da mesa, estão vários tipos de greve e outras manifestações.
Esta manhã, os dez sindicatos dos professores reuniram-se para avaliar o encontro que marcou o regresso às negociações com o Ministério de Tiago Brandão Rodrigues. “Foi uma reunião sem novidade, serviu para confirmar a falta de vontade do Governo para discutir as propostas que os sindicatos apresentaram”, considerou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
Em declarações aos jornalistas, Mário Nogueira voltou a notar que o PSD, o CDS, o Bloco de Esquerda e o PCP defendem, tal como os sindicatos, a recuperação integral do tempo congelado. “Todos confirmaram que o Governo não cumpriu a lei do Orçamento do Estado”, reforçou.
Por isso e se o Executivo continuar a recusar discutir as propostas dos sindicatos, os professores vão pedir uma reunião à presidência da Assembleia da República e aos partidos, no dia 7 de março. “As reuniões servirão para pedir que a Assembleia da República avance e acabe com este problema”, explicou Mário Nogueira, voltando a apelar ao apoio das bancadas parlamentares nesta matéria.
Além disso, durante o mês de março, será feita uma consulta aos professores para perceber qual a sua disponibilidade para a luta. O resultado desse processo de auscultação será anunciado a 23 de março, na manifestação nacional dos docentes. Em cima da mesa, poderão estar greves de vários tipos (nacional, regional, a apenas aos anos de exame, por setor) e outras manifestações.
Já sobre a próxima reunião com o Governo (o ministro da Educação adiantou que será para 4 de março), o líder da Fenprof deixou claro que os professores só regressam às negociações para discutir o “modo e o prazo” de recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados. “Se for para voltar a repetir o que o Governo tem dito de forma inflexível, temos dúvidas que valha a penas perder tempo”, rematou o sindicalista.
Esta manhã, Mário Nogueira deixou ainda um recado ao ministro da Educação, que defendeu, na segunda-feira, que o Governo tinha sido o único a dar um “passo construtivo” até agora. Segundo lembrou o sindicalista, a proposta original dos docentes era a recuperação imediata desses noves anos, tendo entretanto os sindicatos concordado em fasear esse anos até 2025, à semelhança do que aconteceu na Madeira.
(Notícia atualizada às 14h25).
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