Dispersão da Sonae MC vai “estar sempre em cima da mesa”, diz Ângelo Paupério
Gestão da Sonae não comenta rumores sobre interesse do grupo na Dia, mas co-CEO diz que Sonae está sempre atenta. Mas lembra: "A nossa estratégia não se baseia em crescimento por aquisições".
A dispersão em bolsa de parte do capital da Sonae MC, empresa de retalho líder em Portugal, é um cenário que o grupo Sonae vai manter “sempre em cima da mesa”, apontou Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae, na apresentação dos resultados anuais da empresa, esta quinta-feira.
“A dispersão em bolsa [da Sonae MC] deve estar sempre em cima da mesa, este e todos os outros… há momentos e razões que podem levar a isso [relançar o IPO], mas não é exclusivo ou algo que esteja decidido e planeado para acontecer. O ativo Sonae MC está hoje melhor preparado para fazer parte de qualquer tipo de operação de mercado“, reforçou.
A dispersão do capital da Sonae MC foi cancelada pelo grupo empresarial pouco depois de o prospeto ter sido aprovado pela CMVM, com a empresa a justificar a decisão com a tensão nos mercados internacionais. “O projeto de IPO falhou, é verdade, mas a operação tinha vários objetivos, não apenas a colocação no mercado”, explicou o gestor. “Quisemos dotar a Sonae MC de um perímetro estanque, sem pessoas e colaboradores envolvidos em negócios cruzados, o que resulta em falta de foco. Fizemos uma profunda reestruturação que tinha como motivo assegurar o IPO, mas o objetivo de fundo era criar as condições para ter este novo perímetro e equipa.”
Um outro racional ligado à decisão de avançar para o IPO da MC, explicou também Paupério, esteve no próprio perfil de alguns investidores. “Há investidores que preferem ficar expostos a setores específicos da Sonae, que é uma holding, e que preferem investir em ramos particulares e não numa pluralidade de setores. Logo, uma das motivações do IPO era dar oportunidades aos investidores de investir num ramo específico, mas se são os próprios investidores a dizer que não querem, então resolve-se o problema e ficamos mais à vontade para continuar a nossa estratégia“, explicou.
Retalho a mexer
Ainda em relação ao segmento de retalho, também a entrada da Mercadona e a situação da Dia foram temas em foco na conferência de apresentação de resultados da Sonae que decorreu esta quinta-feira.
Mercadona é um operador competente como o Carrefour, Lidl, Aldi… Todos esses gigantes também nos vieram desafiar e soubemos lidar com eles e esperamos que continue assim
A entrada do grupo espanhol em Portugal, disse Paulo Azevedo, é algo para o qual a Sonae já está preparada. “Respeitamos muito todos os grandes players, mas estamos preparados e confiantes, porque temos muita experiência nestas lutas e nestes desafios. É um operador competente como o Carrefour, Lidl, Aldi… Todos esses gigantes também nos vieram desafiar e soubemos lidar com eles e esperamos que continue assim“, concluiu.
Já quanto a rumores que davam conta de um eventual interesse da Sonae na Dia, Ângelo Paupério lembrou que um grupo como a Sonae deve estar obrigatoriamente “sempre atenta ao mercado”, mas lembrou que a estratégia da empresa “não se baseia em crescimento por aquisições”.
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