Exclusivo CTT estudam aquisição em Espanha
Os CTT querem reforçar a sua presença em Espanha na área do expresso e encomendas e por isso estão a avaliar a compra da operadora Envialia.
Os CTT estão a estudar a compra da operadora espanhola Envialia, uma empresa de expresso e encomendas, para juntar à Tourline, a empresa que já têm em Espanha. Sob pressão em Portugal — e com a concorrência espanhola a entrar em força, ainda recentemente a empresa pública espanhola Correos comprou o controlo da Rangel Express –, os CTT já estão a avaliar uma aquisição em Espanha há pelo menos dois anos.
Como revelou o ECO Insider (newsletter exclusiva para assinantes), a Envialia é uma empresa que fatura na ordem dos 50 milhões de euros, mais ou menos o valor do negócio da empresa liderada por Francisco Lacerda hoje no mercado espanhol, e como a Tourline, estará com resultados negativos. É também por isso uma oportunidade à medida dos CTT, já que os principais operadores em Espanha são internacionais. Contactado oficialmente, os CTT escusaram-se a fazer quaisquer comentários.
OS CTT já olharam para outras duas empresas, maiores do que a Envialia: a MRW e a Tipsa, que, por motivos diferentes, ficaram pelo caminho. As vendas da MRW, por exemplo, já ultrapassam os 170 milhões de euros, e com EBITDA positivo. E estão hoje no ‘top três’ do ranking do mercado.
A Envialia tem grandes clientes em Espanha, foca-se sobretudo nos envios urgentes e tem, até, operação em Portugal, através de uma rede de franchising (este é, aliás, o modelo de negocial mais habitual em Espanha no Expresso e Encomendas). Com uma quota de mercado em torno dos 2,5%, mais ou menos idêntica à que os CTT têm hoje no mercado espanhol. Mas o crescimento na área de expresso e encomendas em Espanha é crítico para os CTT:
- O negócio de expresso e encomendas tem potencial de crescimento.
- Espanha é um mercado seis vezes maior do que o português.
- O boom do e-commerce em Espanha está ainda a acontecer, como em Portugal.
- Os fluxos ibéricos são significativos e estão a crescer.
- Existe uma crescente centralização das decisões para o mercado ibérico em Madrid, nomeadamente de empresas centradas no e-commerce.
Os CTT, recorde-se, registaram lucros abaixo dos 20 milhões de euros no ano passado, uma quebra de 28% face ao ano anterior. Os custos com a reestruturação pesaram nos resultados da empresa, ditando uma quebra de mais de 70% dos dividendos a distribuir.
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