Há cada vez mais portugueses a trabalhar por turnos e ao fim-de-semana
O número de trabalhadores por conta de outrem a trabalhar por turnos, à noite ou aos fins de semana tem vindo a aumentar, abrangendo atualmente mais de cinco milhões de pessoas.
Há cada vez mais portugueses a trabalhar por turnos, à noite ou aos fins de semana, de acordo com cálculos do Dinheiro Vivo feitos com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pelo Dinheiro Vivo. Só no primeiro trimestre deste ano foram mais de cinco milhões os trabalhadores por conta de outrem que se encaixaram nestas estatísticas. Os mesmos dados mostram ainda que mais de metade dos trabalhadores no país recebe um salário líquido mensal inferior a 900 euros.
No primeiro trimestre do ano foram mais de 771 mil os trabalhadores que trabalharam por turnos e mais de 1,2 milhões os que trabalharam durante à noite. Mas é ao fim de semana que as pessoas mais trabalham: ao sábado foram mais de dois milhões e ao domingo mais de um milhão de trabalhadores por conta de outrem.
O número de trabalhadores por turnos tem vindo a aumentar, pelo menos desde 2011, mostram os dados do INE. No ano passado foram 736 mil e, em 2017, foram 724 mil.
Para os economistas, estes aumentos podem ser justificados pela evolução dos setores mais dinâmicos da economia portuguesa como os serviços (turismo, alojamento, restauração, etc.). Os dados do INE mostram mesmo que é nestes setores que se fazem mais turnos, serões, noites e fins de semana.
Pela primeira vez, na atual série do INE, mais de 1,5 milhões de trabalhadores por conta de outrem tem um salário mensal entre 600 euros e 900 euros líquidos, o que representa mais de 18% de pessoas empregadas face ao mesmo período do ano passado. Esta subida estará ligada ao aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros. Contudo, ainda há mais de 112 mil trabalhadores por conta de outrem que recebem menos de 310 euros líquidos por mês.
Em contrapartida, os contratos precários estão em queda, representando um quinto dos trabalhadores por conta de outrem. Este número caiu 1%, quanto tinha estado sempre a subir desde 2011. Atualmente há 861 mil pessoas com este tipo de contrato, enquanto 724 mil têm contratos a termo.
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