Fitch leva juro da dívida portuguesa a novo mínimo histórico. Cai para 0,976%
Além da subida da perspetiva de rating de Portugal pela norte-americana Fitch, o país beneficia também da reação do mercado de dívida na Europa às eleições para o Parlamento Europeu.
O juro da dívida portuguesa não pára de renovar mínimos históricos. A agência de notação financeira Fitch subiu o outlook de Portugal e os investidores reforçaram a confiança no país, levando a yield dos títulos a dez anos a abrir no valor mais baixo de sempre.
A agência norte-americana anunciou, na sexta-feira à noite, a subida da perspetiva da dívida portuguesa para “positiva” da anterior categoria “estável”. A justificação para o maior otimismo em relação ao país prendeu-se com a previsão de que “a recente descida do rácio de endividamento possa ser mantida”, como pode ler-se no relatório. A Fitch estima que o peso da dívida na economia caia para 100% do PIB em 2023.
Apesar de não ter subido o rating, abriu a porta a fazê-lo em novembro quando fizer nova avaliação, já após as eleições legislativas. A notação manteve-se inalterada em “BBB”, o que significa que os títulos nacionais são considerados investimento de qualidade, à semelhança do que acontece tanto na Moody’s como na S&P e na DBRS.
Em reação, a yield das Obrigações do Tesouro a dez anos abriram a sessão a cair ligeiramente para 0,976% — um novo mínimo histórico, que já tinha sido batido pelo segundo dia consecutivo na sexta-feira — em mercado secundário.
Já o risco país, medido através do spread dos juros da dívida portuguesa face às Bunds alemãs, abriu nos 110 pontos base, sendo que na semana passada tinha chegado aos 108 pontos base (em mínimos de sempre). O mesmo diferencial, mas em relação a Espanha caiu também para apenas 11,7 pontos.
Além do rating, Portugal beneficia ainda da tendência generalizada de quebra nos juro das dívidas da Zona Euro, em reação às eleições europeias deste domingo. A yield dos títulos alemães a dez anos negoceia em -0,124%, enquanto o juro da dívida de França cai para 0,279%, de Espanha para 0,822% e da Grécia para 3,35%.
A exceção é Itália, onde a Liga de Matteo Salvini conseguiu liderar as votações. O juro da dívida italiana sobe 1,8 pontos para 2,571%. No Reino Unido, o recém-criado Brexit Party, liderado por Nigel Farage, também ganhou, com mais de 31% dos votos, enquanto conservadores e trabalhistas foram os grandes derrotados. No entanto, os mercados no país estão esta segunda-feira fechados devido ao Spring Bank Holiday.
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