Rangel vê PSD “coeso e determinado” mas pede “suplemento de alma” para outubro
Recusando voltar à análise dos resultados das europeias, Rangel defende que o essencial é o partido “corrigir o que houver a corrigir” para outubro.
O eurodeputado Paulo Rangel vê o PSD “coeso e determinado” para as legislativas e considera que o resultado das europeias até pode ser “um estímulo” para o partido “tocar a reunir”, mas admite ser necessário “um suplemento de alma”.
“Eu acho que o partido está coeso, está determinado. Pode ter de fazer um esforço suplementar porque não atingiu os objetivos a que se propunha, é sempre um certo abalo. A dinâmica de vitória para se ter um bom resultado em outubro precisa de um suplemento de alma”, defendeu Paulo Rangel, em entrevista à agência Lusa e à Antena Um, em San Sebastián (Espanha), no âmbito de uma reunião do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE).
O cabeça de lista do PSD nas eleições europeias de 26 de maio – em que o partido manteve os seis eurodeputados, mas teve o pior resultado de sempre em eleições nacionais, abaixo dos 22% – admitiu que será preciso fazer um “maior esforço de mobilização” do que se os sociais-democratas tivessem conseguido eleger sete ou oito eurodeputados.
No entanto, Paulo Rangel alertou que a dinâmica entre eleições próximas variou ao longo da história do PSD, tendo por vezes um bom resultado nas primeiras gerado um efeito de dar “confiança excessiva” e culminado num mau resultado nas seguintes.
“Ao contrário, por vezes um resultado menos positivo, um resultado que não é satisfatório para nós, até pode ser um estímulo, é um tocar a reunir”, defendeu, considerando que a vitória em outubro está ao alcance do PSD.
Por outro lado, Rangel considerou positivo que possam continuar a existir vozes críticas “aqui e ali”. “Não há nenhuma conjuntura em que elas não existam e se não existirem será mau sinal”, alertou.
O eurodeputado escusou-se a voltar à análise dos resultados das europeias, defendendo que o essencial é o partido “corrigir o que houver a corrigir” para outubro e não fazer “catarses ou psicanálises no espaço mediático”.
Questionado se concorda com o presidente do PSD, Rui Rio, que falou em responsabilidade “repartida” pelos maus resultados do partido, Rangel disse haver uma “convergência na análise de que há fatores complexos” na base de qualquer resultado eleitoral.
“Não pode ser atribuído a uma única pessoa ou uma única causa”, afirmou.
Apesar de não querer concretizar qual o peso que pode ter tido no resultado uma estratégia mais agressiva centrada no primeiro-ministro, António Costa, ou a crise dos professores, Rangel admitiu que esta última até teve “algum efeito”, mas apenas para ilustrar que os quatro meses até às legislativas podem ser muito tempo em política.
“É das coisas que mais me choca a forma como a comunicação social antecipa resultados desvalorizando a vontade dos eleitores. Em política, como a crise dos professores mostrou – apesar de tudo, teve algum efeito aqui -, as coisas alteram-se por vezes de forma relevante em espaços de tempo muito curto”, afirmou.
Rangel considerou, por outro lado, que a comunicação social “tem prestado um mau serviço” na forma como comunica as sondagens, sobretudo em vésperas de atos eleitorais, por vezes “como se se tratasse de um veredicto”.
“Não sou favorável à proibição das sondagens, não tenho nenhuma teoria conspirativa quantos aos media, mas a forma como comunicam as sondagens é uma coisa que se devia rever”, defendeu.
Dizendo estar totalmente disponível para fazer campanha em outubro, o eurodeputado parte para o seu terceiro mandato em Bruxelas sem querer falar de outros voos políticos, como a liderança do PSD.
“Nunca tive essa ambição enquanto tal e isso não está minimamente em questão neste momento […]. Não faço cálculo nenhum sobre essa matéria, para mim é uma questão extemporânea”, afirmou.
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