Juros da dívida portuguesa tocam novo mínimo histórico abaixo de 0,4%
Mercado está cada vez mais confiante que o BCE irá cortar taxas no final do mês. Investidores mostram um apetite renovado pela dívida pública da Zona Euro.
Nunca os juros da dívida portuguesa estiveram tão baixos. Pela primeira vez, a yield dos títulos a 10 anos caiu abaixo de 0,40%, acentuando a tendência de quebra que se tem vindo a verificar nos últimos meses. Os investidores já pedem quase o mesmo juro a Portugal que a Espanha.
O juro da dívida portuguesa a 10 anos quebrou a barreira dos 0,50% há menos de uma semana e esta terça-feira atingiu um novo marco. Após ter aberto nos 0,405%, negoceia em 0,394%, sendo que a dívida portuguesa apresenta taxas negativas até ao prazo de seis anos. Em Espanha, a yield da dívida a 10 anos situa-se em 0,32%, ou seja, com menos de 7 pontos base de diferença.
Além dos juros em mercado secundário, as emissões de nova dívida portuguesa também têm sido favoráveis, com o juro a atingir o mínimo histórico de 1,5% entre janeiro e maio. Portugal tem mostrado que reconquistou a confiança de investidores, além de instituições internacionais e agências de rating, com o crescimento da economia e a redução do défice.
Ainda assim, tem recebido apoio de fatores externos. Ambos países estão a beneficiar de uma corrida às obrigações da Zona Euro, que já levou os juros de países como França e a Holanda a entrarem em território negativo, juntando-se à Alemanha que funciona como refúgio dos investidores.
O menor apetite por ações (penalizadas de forma global por tensões geopolíticas e guerra comercial) tem sido um dos fatores de atratividade dos investidores para a dívida. Por outro lado, os bancos centrais também têm incentivado o investimento em obrigações, tendo recentemente renovado as expectativas de políticas monetárias expansionistas e mais dinheiro barato por mais tempo.
Do lado do Banco Central Europeu, o presidente Mario Draghi garantiu estar pronto a acionar estímulos adicionais à economia caso o outlook não melhore e, atualmente, o mercado atribui 50% de probabilidade de cortar os juros de referência (já em mínimos históricos) no final deste mês. Do outro lado do Atlântico também a Reserva Federal norte-americana sinalizou a possibilidade de cortar juros em 0,50 pontos percentuais.
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