Banca limpa mais 1,4 mil milhões de crédito malparado
Desde o máximo observado em junho de 2016, o rácio de malparado na banca nacional já encolheu 52%.
Milhão a milhão, os bancos vão-se desfazendo do fardo do malparado. No arranque deste ano, “limparam” mais 1,4 mil milhões de euros em créditos não produtivos, reduzindo o rácio de créditos em incumprimento no balanço de todo o sistema financeiro português para 8,9%.
“No primeiro trimestre de 2019 os stocks de empréstimos non-performing das Sociedades Não Financeiras e dos particulares diminuíram cerca de 900 e 500 milhões de euros, respetivamente”, refere o relatório do Sistema Bancário Português revelado pelo Banco de Portugal. Assim, desde o pico, já se registou uma diminuição de 26 mil milhões de euros no malparado em Portugal.
“Esta evolução permitiu atingir um rácio de NPL total de 8,9% (4,3% quando líquido de imparidades), diminuindo 0,5 pontos percentuais (pp) face ao final de 2018″, estando o rácio de cobertura por imparidades dos NPL em 52,2%. “Desde o máximo observado em junho de 2016, o rácio de NPL diminuiu 9,0 pp (SNF: – 12,7 pp; Particulares: -4,5 pp)”, acrescenta o relatório. Houve uma “redução de 52% do stock total de NPL”.
Limpeza castiga rentabilidade
Este contínuo esforço de redução do peso do malparado tem pesado nas contas. E voltou a pesar no arranque deste ano, nota o supervisor, liderado por Carlos Costa. “No primeiro trimestre de 2019, a rendibilidade do capital próprio (ROE) e do ativo (ROA) do
sistema bancário diminuiu”, reflexo da redução “dos resultados de operações financeiras e o aumento das provisões e imparidades.
Por seu lado, nota o Banco de Portugal, o rácio cost-to-income diminuiu para 57,1% (57,9% no 1.º trimestre de 2018), decorrente do aumento do produto bancário, num contexto de estabilização dos custos operacionais.
Bancos mais sólidos
Mesmo com a quebra na rentabilidade, a solvabilidade dos bancos aumentou nos primeiros três meses do ano. “No primeiro trimestre de 2019, os rácios de solvabilidade aumentaram de forma expressiva face ao final de 2018, com o rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) a situarem-se em 16,0% e 13,8%, respetivamente”, nota o supervisor.
“Esta evolução reflete a incorporação dos resultados positivos de um conjunto de instituições referentes ao exercício de 2018 e, no caso do primeiro indicador, a emissão de instrumentos de Additional Tier 1“, salienta.
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