Alemanha admite estímulos à economia no horizonte
Ministro das Finanças alemão sugeriu que a maior economia europeia pode vir a avançar com um programa de estímulos na ordem dos 50 mil milhões de euros.
A Alemanha pode estar a preparar um programa de estímulos à economia na ordem dos 50 mil milhões de euros, depois de a economia ter contraído no segundo trimestre e de o Bundesbank ter alertado para a possibilidade de a maior economia europeia entrar em recessão no terceiro trimestre deste ano.
Na semana passada, os dados relativos à evolução da economia alemã no segundo trimestre deram conta de uma contração de 0,1%. O resultado foi pior que o esperado, mas não apenas no que diz respeito à evolução trimestral. No terceiro trimestre do ano passado a economia alemã já tinha contraído, mas não entrou em recessão. Agora, também em termos anuais a economia alemã está a mostrar um abrandamento cada vez mais pronunciado, tendo crescido apenas 0,4%.
Esta segunda-feira foi a vez de o banco central alemã, liderado por Jens Weidmann, ter alertado para o risco de recessão no curto prazo. A principal razão é a incerteza relativa à evolução económica mundial, com a procura pelas exportações alemãs a cair numa conjuntura de crescentes tensões comerciais entre os EUA e a China, mas também com a União Europeia.
O ministro das Finanças da Alemanha, e número dois do atual governo de coligação na Alemanha, reconheceu isso mesmo este domingo, sugerindo ainda que a Alemanha pode vir a avançar com um programa de estímulos à economia na ordem dos 50 mil milhões de euros.
Numa resposta a uma pergunta da audiência durante uma conferência em Berlim, OlafScholz disse que a última crise custou à Alemanha cerca de 50 mil milhões de euros e que o país “tem de ser capaz de angariar [esse valor] e é capaz de o fazer”, disse, citado pela Bloomberg.
Não é a primeira vez que os responsáveis alemães sugerem que podem vir a agir, caso os piores cenários se confirmem. Angela Merkel já havia reconhecido que a economia estava prestes a entrar numa fase difícil, e que o seu governo iria reagir de acordo com as circunstâncias.
No entanto, a resposta das autoridades alemãs tem ficado aquém do defendido pelas principais instituições internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia, que há muito defendem que o Governo alemão deveria usar a margem orçamental de que dispõe para investir na sua própria economia, e assim criar também um aumento da procura agregada que beneficiaria toda a Europa.
Essa discussão tem vindo a ser tida de forma mais intensa desde que a Comissão Europeia começou a tentar definir uma orientação orçamental para o conjunto da Zona Euro. Nessa altura foi precisamente a resistência da Alemanha — não só, mas a mais importante — que impediu que a orientação para a economia da Zona Euro como um todo fosse expansionista, ou seja um aumento do défice orçamental na Zona Euro como um todo, ficando-se apenas por uma recomendação que a Zona Euro como um todo não fosse além de uma orientação orçamental neutra.
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