Plataforma de emprego da Google sob investigação da UE

A Google volta a estar na mira de Bruxelas. Desta vez, a Comissão Europeia suspeita que a gigante tecnológica possa ter violado as normas de concorrência com o intuito de favorecer o seu serviço de procura de emprego.

A comissária da União Europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, avançou esta terça-feira que a plataforma “Google for Jobs” está a ser investigada por concorrência desleal. Segundo a Reuters, a investigação surge depois de Margrethe Vestager ter recebido uma carta assinada por 23 plataformas de pesquisa de emprego rivais da Google, a solicitar um escrutínio urgente. Em causa está a possibilidade de a multinacional estar a beneficiar a sua ferramenta de procura de emprego ao dar-lhe primazia nos resultados do motor de busca.

Margrethe Vestager, citada pela agência noticiosa, referiu ainda que a Comissão Europeia vai implementar novas regras relativamente às gigantes tecnológicas caso estas não obedeçam às leis de mercado, bem como à promoção de um mercado justo e competitivo. “Estamos realmente a apurar se o mesmo pode ter sido aplicado noutras áreas da Google. Sobretudo quando se trata de uma empresa tão vasta e diversificada. No entanto, a investigação foca-se na plataforma de procura de trabalho conhecida como Google for Jobs”, disse.

Nos últimos dois anos, a Google já foi alvo de três multas decretadas pela UE, que cujo valor global supera os oito mil milhões de euros, por violações das regras de concorrência. Em 2017, Bruxelas multou a Google em 2,42 mil milhões de euros num caso relacionado com os anúncios a produtos nos resultados de pesquisa. Em 2018, a coima foi de 4,34 mil milhões de euros e incidiu sobre práticas lesivas da concorrência no sistema operativo Android. Apesar de já ter feito os pagamentos, a Google está a recorrer das decisões de Bruxelas. Mais recentemente, a Comissão Europeia multou a Google em 1,49 mil milhões de euros por “práticas abusivas” na publicidade digital,