Vieira da Silva diz que serviços mínimos na greve dos motoristas não interferem no conflito
Ministro do Trabalho diz que "não é fácil fazer uma previsão" dos possíveis efeitos da próxima paralisação que os motoristas de matérias perigosas.
O ministro do Trabalho assegurou que os serviços mínimos decretados para a greve dos motoristas de matérias perigosas, que começa no sábado, não têm como objetivo interferir no conflito laboral, mas apenas garantir necessidades essenciais da população.
“A lógica dos serviços mínimos tem de ser sempre similar. Não é uma forma de dirimir conflitos entre empresas e sindicatos. A lógica dos serviços mínimos é identificar necessidades essenciais para os portugueses”, disse Vieira da Silva na Grande Entrevista da RTP3.
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social acrescentou que, desta vez, o princípio é o mesmo, mas, tendo em conta que se trata de uma greve ao trabalho extraordinário, fins de semana e feriados, o impacto será diferente das greves anteriores e os serviços mínimos também serão diferentes.
“A natureza desta greve não tem condições para ter um impacto semelhante às anteriores“, considerou, acrescentando que não é fácil fazer uma previsão dos possíveis efeitos da próxima paralisação que os motoristas de matérias perigosas.
Vieira da Silva lembrou que o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) já tinha dado o seu acordo às áreas passíveis de serviços mínimos, como a saúde, proteção civil, portos e aeroportos, como se veio a concretizar.
Depois de uma greve em abril e outra em agosto, por melhores condições remuneratórias, os motoristas de matérias perigosas iniciam no sábado uma nova greve que deverá terminar no dia 22.
"Não é uma forma de dirimir conflitos entre empresas e sindicatos. A lógica dos serviços mínimos é identificar necessidades essenciais para os portugueses.”
Esta greve, tal como as duas anteriores foi convocada pelo SNMMP, um sindicato independente, criado há cerca de um ano, que até há pouco tempo teve como porta-voz um advogado que, entretanto, se tornou candidato às eleições legislativas pelo Partido Democrático Republicano.
Vieira da Silva considerou, a propósito, que a criação de sindicatos independentes é um fenómeno novo que merece atenção.
“Neste caso trata-se de um sindicato dito independente, mas que, rapidamente, se transformou num fornecedor de cabeças de lista”, afirmou à televisão pública.
O ministro aproveitou ainda a entrevista para fazer um balanço positivo da última legislatura e da solução governativa encontrada à esquerda, embora reconhecendo divergências relativamente a algumas matérias, nomeadamente, a revisão da legislação laboral que vai entrar em vigor em 1 de outubro.
Vieira da Silva reafirmou que a reforma legislativa feita teve como “primeiro objetivo” reduzir a elevada precariedade laboral, que reconheceu existir no país.
José António Vieira da Silva vai deixar a política ativa, não se recandidatando nas próximas eleições legislativas, em 06 de outubro, após “20 anos de dedicação à ação pública”, como deputado e governante.
O ministro esclareceu que já calculou o valor da sua futura pensão de reforma, com base nos simuladores disponíveis para qualquer cidadão.
“Não tenho nenhuma subvenção vitalícia. A minha pensão foi calculada só com base nos salários auferidos”, disse.
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