Impresa está “atenta” a negócio entre Cofina e Media Capital e aguarda detalhes para se pronunciar
Se o negócio entre a Cofina e a Media Capital avançar, o grupo Impresa irá avaliar a operação "de vários prismas, entre os quais no domínio concorrencial e regulatório", de acordo com o CEO do grupo.
O presidente executivo da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, disse à Lusa estar atento ao negócio da compra da Media Capital pela Cofina, mas quer conhecer mais detalhes para se pronunciar em termos concorrenciais e regulatórios.
“Estamos atentos a quaisquer alterações neste setor da comunicação social e esta é uma operação que foi anunciada recentemente, mas ainda não há nada de concreto e enquanto não houver não vamos poder comentar. Precisamos saber mais detalhes, de ter mais informação seja em que sentido for”, disse o CEO da Impresa, acrescentando que em tempo oportuno o irá fazer.
Para já, o responsável do grupo – que detém a SIC, o Expresso, a revista Caras, entre outros meios – diz que a preocupação é manterem-se focados na empresa e que é isso que têm feito.
“No último ano acabámos por fazer um excelente trabalho […] e quando esta operação [negócio Cofina/Media Capital] se concretizar – tudo indica que sim -, deveremos pronunciar-nos e avaliaremos isto de vários prismas, entre os quais no domínio concorrencial e regulatório”, afirmou ainda Francisco Pedro Balsemão à Lusa.
No dia 14 de agosto, a Cofina confirmou que estava a negociar com a Prisa a compra da Media Capital, dona da TVI, e um dia depois coube à empresa espanhola confirmar que estava em negociações em regime de exclusividade com a dona do Correio da Manhã sobre uma eventual venda da dona da TVI.
Em 16 de agosto, a Cofina adiantou estar a negociar com a Prisa a aquisição da Vertix, que detém 94,69% da Media Capital, admitindo lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a dona da TVI.
No mesmo dia, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) manifestou-se “preocupado” com o impacto de uma eventual compra da Media Capital pela Cofina, “nomeadamente no que respeita à concentração dos media” e à manutenção dos postos de trabalho.
“A excessiva concentração dos media tem repercussões ao nível da pluralidade e qualidade da informação e, nesse sentido, o SJ considera que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social tem de se pronunciar rapidamente sobre o negócio em curso”, refere o sindicato, em comunicado.
A Cofina detém o Correio da Manhã, a CM TV, Sábado, Record, Jornal de Negócios, entre outros. Por sua vez, a Media Capital detém os canais TVI, a rádio Comercial, entre outros meios. Atualmente ainda decorrem negociações em regime de exclusividade entre a Media Capital e a Cofina.
A venda da Media Capital à Altice falhou em junho de 2018. Nessa altura, a Impresa considerou que a não concretização da compra pela Altice do grupo Media Capital era “o único desfecho possível” do processo, por ter sido o que “melhor protege o mercado”.
Em 18 de junho de 2018, em declarações à agência Lusa sobre a notícia de que a Prisa tinha desistido da venda da Media Capital à Altice, fonte oficial da Impresa realçou que desde que tinha sido anunciada a operação, o grupo sempre tinha alertado “para os riscos que a mesma poderia acarretar para a concorrência e para o pluralismo no setor dos media”, pelo que “sempre acreditou que este seria o único desfecho possível”.
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