PSD vence eleições na Madeira. Mas deverá ter perdido a maioria absoluta
De acordo com a sondagem realizada à boca das urnas pela Universidade Católica, divulgada pela RTP, o PSD deverá reunir entre 37% e 41% dos votos dos madeirenses.
O PSD deverá perder a maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira, que detinha nos últimos 40 anos. De acordo com a sondagem realizada à boca das urnas pela Universidade Católica, divulgada pela RTP, o PSD deverá reunir entre 37% e 41% dos votos dos madeirenses, o que lhe permitirá eleger entre 19 e 23 deputados. Mas, para ter maioria absoluta, os social-democratas precisariam de ter pelo menos 24 deputados, o resultado conseguido há quatro anos.
Numa primeira reação aos resultados, Tranquada Gomes sublinhou que, na campanha o PSD nunca pediu uma maioria absoluta, mas antes “uma maioria expressiva”. O membro da comissão política do PSD sublinhou que estas eleições revela um “claro cenário de bipolarização”, que o PSD já antecipava, e que resulta não só no facto de o PS surgir em segundo lugar com um resultado que deverá oscilar entre 34% e 38%, o que significa a eleição de 17 a 21 deputados, mais do que triplicando a sua presença na assembleia regional.
Apesar de, a acreditar na sondagem, o PS ter falhado o seu grande objetivo que era vencer as eleições — António Costa tinha estabelecido como meta que o PS vencesse as três eleições deste ano (europeias, Madeira e legislativas) –, o partido terá conseguido o melhor resultado de sempre na ilha em 43 anos de democracia. E foi exatamente isso que João Pedro Vieira, secretário geral do PS Madeira, frisou numa primeira reação às sondagens transmitida pela RTP. “Este resultado, o melhor de sempre na região autónoma da Madeira, vai permitir iniciar um ciclo de mudança, com novas politicas e novos protagonistas”, disse o responsável, sublinhando a “confiança” em “garantir a estabilidade”.
De sublinhar que, se o PSD ficar no intervalo mínimo elegendo 19 deputados e o PS no máximo 21, seria o Partido socialista a vencer as eleições. Uma esperança que o PS acalenta até ao final da noite eleitoral.
Poucos minutos depois foi a vez de Ana Catarina Mendes frisar também o resultado histórico do PS e o facto de ter “acabado hoje, ao final de 43 anos o poder absoluto na região Autónoma da Madeira”. A secretária geral adjunta do PS, em declarações transmitidas pela RTP, sublinhou ainda que “a quebra da abstenção diz muito da vontade de mudança na região autónoma”. A abstenção deverá ter oscilado entre os 46 e os 41%, uma descida face aos valores da anterior eleição, em cerca de cinco pontos percentuais.
João Pedro Vieira recusou avançar com um eventual cenário de se criar uma geringonça na Madeira. “Só com todos os votos contados é que teremos a solução para o futuro”, disse. Mas, a acreditar nos dados da sondagem à boca das urnas da Universidade Católica, se o PSD não conseguir os 23 deputados, e o PS obtiver 21 e o Bloco e o PCP conseguirem eleger um cada, estão reunidas as condições para repetir a geringonça a nível insular.
Mas o que os partidos destacam é “a grande polarização do cenário político na Madeira” e que Tranquada Gomes, do PSD, alerta que poderá resultar no facto de “os partidos com assento parlamentar quase desaparecem”. “A acreditar na projeção há uma transferência de votos do Bloco de Esquerda, PCP e JPP para o PS”.
O CDS-PP, na voz de Gonçalo Pimenta, acrescentou ainda que estas eleições poderão ditar “o fim do ciclo das maiorias absolutas”. Perante esta mudança, o responsável defende que “é necessário criar um quadro legislativo diferente”, sem querer comentar a possibilidade de perder quatro a cinco mandatos.
Os resultados da sondagem da Universidade Católica:
- PSD: 37%-41% (19-23)
- PS: 34%-38% (17-21)
- CDS: 5%-7% (2-3)
- JPP: 3%-5% (1-2)
- BE: 1%-3% (0-1)
- CDU: 1%-3% (0-1)
- PAN: 1%-2% 0-1)
(Notícia atualizada com mais informação às 20h05)
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