Em Portugal, quatro em cada dez alunos estudam em cursos profissionais
Portugal tinha em 2017 quase 400 mil alunos a estudar num nível secundário. Cerca de 40% destes estudantes (cerca de 162 mil) optaram por seguir estudos no ensino profissional, menos que em 2014.
Em 2014, Angela Merkel disse que “Portugal tinha demasiado licenciados”, sugerindo ao Governo português que se apostasse mais no ensino profissional. A recomendação da chanceler alemã não teve propriamente reflexos naquilo que foi a evolução nos anos seguintes. Pelo contrário. O peso dos alunos do secundário que optaram por seguir cursos profissionais após o 9.º ano recuou desde então.
Segundo os dados revelados esta segunda-feira pelo Eurostat, a propósito da Semana Europeia do Ensino Profissional, Portugal tinha em 2017 quase 400 mil alunos a estudar num nível secundário. Destes, 40,1% eram estudantes (162,6 mil jovens) que tinham optado por prosseguir os estudos no ensino técnico e profissional, ou seja, cerca de quatro em cada dez alunos.
Três anos antes, quando Merkel proferiu aquelas declarações, o peso era maior: cerca de 44% dos alunos (177 mil jovens) num nível secundário estavam no ensino profissional. Se se procurou tentar atrair jovens para cursos de vocação mais profissional, essas tentativas não terão sido bem-sucedidas a julgar por esta evolução neste período de três anos.
Na União Europeia, em 2017, o peso era ligeiramente superior: metade dos alunos (47,8%) a estudar num nível secundário fazia-o por via do ensino profissional. Existiam cerca de 21,4 milhões de alunos no secundário e destes 10,2 estavam inscritos em cursos profissionais. Os números mostram um cenário de estabilidade desde 2014.
Comparando com os outros países do projeto europeu, Portugal surge abaixo a média europeia no que toca à proporção de alunos do secundário em cursos profissionais. Por seu turno, era na República Checa onde os jovens mais prosseguiam os estudos após o 9.º ano pela via profissional: 72%. Na Irlanda, apenas 10% dos alunos estavam inscritos no ensino profissional.
Estes dados têm em consideração alunos que estudam no ensino médio, com idades entre os 14 anos e 16 anos, podendo corresponder na totalidade ou parcialmente ao nível secundário, dependendo de cada país.
De acordo com o Eurostat, os cursos profissionais são projetados para que os jovens possam concluir o ensino secundário em preparação para o ensino superior ou possam obter competências mais técnicas relevantes para o mercado de trabalho. Em alguns casos, os cursos permitem a aprendizagem de competências específicas para determinadas ocupações, podendo ainda integrar componentes baseados no trabalho, como estágios.
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