FMI pede planos de contingência para enfrentar riscos que pairam sobre economia europeia
O Fundo Monetário Internacional alertou que "a margem para uma ação eficaz de política monetária diminuiu”.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou esta quarta-feira que os países preparem planos de contingência para estarem preparados em caso de choque severo, perante os riscos descendentes que a economia europeia enfrenta devido ao ‘Brexit’ e às tensões comerciais.
“Perante os riscos negativos, solicitamos que os países tenham planos [de contingência], caso se materialize um choque negativo”, explicou esta quarta-feira Poul Thomsen, diretor do FMI para a Europa, citado pela agência Efe, na apresentação das Perspetivas Económicas Regionais para aquela zona.
No relatório, o FMI indica que, “face aos elevados riscos descendentes, os planos de contingência devem estar prontos para serem implementados no caso desses riscos se materializarem, também porque a margem para uma ação eficaz de política monetária diminuiu”.
“Não pedimos que estes planos sejam tirados da gaveta, mas é importante que, se necessário, estejam feitos para um contexto de médio prazo, de modo a que não se levantem questões sobre a sustentabilidade das metas orçamentais no médio prazo”, acrescentou Poul Thomsen.
No documento, o FMI manteve as previsões apresentadas em 15 de outubro, que apontam para um abrandamento do crescimento da economia europeia de 2,3% em 2018 para 1,4% em 2019, o que corresponde à menor taxa de crescimento desde 2013. Para 2020, o Fundo antecipa uma recuperação da expansão económica da região para 1,8%.
Para a zona euro, naquela data, o FMI piorou em 0,1 pontos percentuais as projeções de crescimento na zona euro para 2019 e 2020 para 1,2% este ano e 1,4% no próximo ano.
A instituição alerta que os riscos para todo o continente são descendentes devido a uma “grande incerteza”, apontando que, no curto prazo, o principal risco é a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’) sem acordo.
Por outro lado, o aumento das tensões comerciais pode penalizar o investimento na região, enquanto a debilidade no comércio e indústria “pode estender-se a outros setores, sobretudo os serviços, de modo mais rápido e em maior escala do que o previsto atualmente”, indica o FMI.
A instituição refere também que “uma resposta orçamental sincronizada, apesar de adequadamente diferenciada entre países, pode tornar-se adequada”.
E o FMI volta a recomendar que os países com maior margem orçamental, como a Alemanha e a Holanda, tomem medidas para potenciar o crescimento económico, enquanto apela aos países com elevados níveis de dívida pública para que consolidem as suas contas públicas.
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