BCP afunda 2,5% e arrasta PSI-20 para “terreno” negativo
O banco foi um dos principais pesos no PSI-20, que cedeu 0,72% e apresentou perdas superiores aos pares europeus. Também a Jerónimo Martins penalizou o índice de referência nacional.
O BCP protagonizou a maior queda do PSI-20 devido à perspetiva de que não receba dividendos relativos a 2019 da subsidiária polaca. O banco liderado por Miguel Maya desvalorizou 2,54% — a maior queda diária em dois meses — para 0,1998 euros por ação, tendo terminado a sessão a valer menos de 20 cêntimos pela primeira vez em mais de um mês.
O regulador do mercado na Polónia, o KNF, deverá manter os requisitos chave para a distribuição de dividendos nos bancos com maior volume de empréstimos em moeda estrangeira, continuando a limitar o pagamento de lucros aos acionistas. Um dos mais expostos é o Bank Millennium, detido a 50,1% pelo BCP.
“Nas nossas atuais estimativas, não esperamos que o Bank Millennium pague dividendo com base nos resultados de 2019 e esperamos um payout de 20% dos resultados de 2020“, referiu o KNF no guia anual de dividendos para o setor da banca, a que a Bloomberg teve acesso. Além da queda do BCP na bolsa de Lisboa, o Bank Millennium perdeu 3,7% na bolsa polaca.
BCP cai para o valor mais baixo desde 22 de outubro
O banco foi um dos principais pesos no PSI-20, que cedeu 0,72% para 5.151,35 pontos. “A bolsa nacional terminou o dia em terreno negativo, apresentando perdas um pouco superiores às dos seus pares europeus. A deterioração da conjuntura externa agravou a fraqueza de alguns títulos nacionais. Entre esses títulos figuram o BCP e a Mota-Engil”, apontam os analistas do BPI, numa nota de fecho do mercado.
A Pharol teve uma perda expressiva (2,21%), tal como a Mota-Engil (1,69%) e a Nos (1,25%). Já a Jerónimo Martins foi negativamente influenciada pela decisão dos analistas da UBS de cortarem o preço-alvo das ações para 15,50 euros (contra os anteriores 16,00 euros) e perdeu 1,02% para 14,62 euros por ação.
Em sentido contrário, escaparam às perdas apenas duas cotadas ligadas ao setor do papel e pasta de papel — a Altri, que ganhou 0,97%, e a Navigator, que avançou 0,45% –, bem como a Corticeira Amorim, que subiu 0,56%.
Lisboa não fugiu, assim, à tendência de perdas pela Europa. Num dia de fracos volumes de negociação devido ao fecho de Wall Street (em observância do feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças), o vermelho foi a cor dominante.
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o projeto de lei que apoia os manifestantes em Hong Kong. Apesar de a decisão ser já esperada pelos investidores, poderá ter impacto nas negociações comerciais entre os EUA e a China, o que penalizou o sentimento. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,16%, enquanto o alemão DAX perdeu 0,35%, o francês CAC 40 cedeu 0,28% e o espanhol IBEX 35 deslizou 0,03%.
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