Matos Fernandes escreve a Greta Thunberg. Fala da subida da água do mar, da seca e das metas ambiciosas do país no combate às alterações climáticas
O ministro do ambiente agradece o ativismo da jovem sueca e garante que Portugal está fortemente empenhado em ser o primeiro país neutro do ponto de vista das emissões de carbono até 2050.
A conhecida ativista Greta Thunberg chega a Portugal na terça-feira de manhã, antes de viajar para a capital espanhola para participar na cimeira sobre as Alterações Climáticas (COP25). O ministro do Ambiente escreveu-lhe uma carta onde agradece o ativismo, recorda a agenda ambiciosa de Portugal no que diz respeito à agenda climática e reconhece que o país é um dos mais afetados. As alterações climáticas são para Portugal “um problema presente e não do futuro”, sublinha Matos Fernandes.
“Portugal é um dos países europeus que mais sofre com as alterações climáticas. Em resultado doa aumento do nível das águas do mar, nos últimos anos, perdemos 13 Km2 da nossa área costeira. Na parte sul do país, a seca é crónica e ainda temos de saber como adaptar o nosso uso de recursos”, escreve Matos Fernandes.
Na mesma missiva, que tem em anexo o roadmap para a descarbonização da economia portuguesa, o ministro sublinha as metas definidas: “Portugal é o primeiro país do mundo que assumiu o compromisso de ser neutro do ponto de vista das emissões de carbono até 2050, concentrado toda a ambição na década de 2020 e 2030″; “já estão em marcha planos para encerrar as centrais termoelétricas a carvão do país, um em 2021 e a a última em 2023”, uma medida que foi anunciada por António Costa no seu discurso de tomada de posse.
Matos Fernandes sublinha ainda o objetivo de reduzir em 40%, até 2030, as emissões do setor dos transportes, onde se insere a redução dos preços dos transportes e um “forte incentivo fiscal para a compra de carros elétricos“, o que faz com que Portugal seja um dos quatro países da UE com a percentagem mais elevada de vendas de veículos híbridos, diz o responsável.
O ministro do Ambiente reconhece que Portugal tem “uma estratégia nacional de adaptação às alterações climáticas muito ambiciosa”, que está a ser seguida de “forma rígida” já que as alterações climáticas são para Portugal “um problema presente e não do futuro”.
Greta Thunberg cruzou o Atlântico de barco para participar numa cimeira prévia da ONU em Nova Iorque (convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em setembro passado) e na COP25 no Chile, mas a alteração inesperada do local obrigou-a a voltar a embarcar, desta vez num catamarã, para fazer a viagem ao contrário e chegar a tempo a Madrid, sem ter de apanhar um avião, e com passagem por Lisboa.
O veleiro La Vagabonde, no qual viaja Greta Thunberg, vai atracar na Doca de Alcântara no final do pontão encostado ao Rio Tejo, junto à Gare Marítima de Alcântara. À chegada, a jovem ativista vai ser recebida pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
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