Mesas de voto abriram às 08:00 e encerram às 19:00

  • Lusa
  • 6 Outubro 2019

As mesas de voto para as eleições legislativas abriram hoje às 08:00 em Portugal Continental e na Madeira, encerrando às 19:00.

Nos Açores, as mesas de voto abrem e encerram uma hora depois em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.

Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura e de onde sairá o novo Governo.

A estas Legislativas concorrem 20 partidos políticos e uma coligação, o maior número de sempre, embora apenas 15 se apresentem a todos os círculos eleitorais.

Os portugueses são chamados a eleger 230 deputados, divididos por 22 círculos (18 no Continente, dois nas regiões autónomas e círculos da emigração – Europa e Fora da Europa).

O círculo eleitoral de Lisboa é aquele onde são eleitos mais deputados, 48, seguindo-se o Porto, com 40 deputados.

Em relação às legislativas de 2015, o número de mandatos de deputado a atribuir nos círculos eleitorais da Guarda e de Viseu diminuiu de quatro para três e de nove para oito, respetivamente, enquanto Lisboa e Porto ganharam um lugar cada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 10,8 milhões de eleitores escolhem hoje os 230 deputados da Assembleia da República

  • Lusa
  • 6 Outubro 2019

Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura.

Segundo a Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições de hoje 10.810.662 eleitores, mais cerca de 1,1 milhões do que nas anteriores legislativas, em 2015, devido ao recenseamento automático no estrangeiro.

As mesas de voto estarão abertas entre as 08:00 e as 19:00 em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.

Esta é a 16.ª vez que os portugueses serão chamados a votar em legislativas, concorrendo a estas eleições um número recorde de forças políticas — 20 partidos e uma coligação — embora apenas 15 se apresentem a todos os círculos eleitorais.

Nestas eleições, há quatro partidos novos — Aliança, Reagir Incluir Reciclar (RIR), Chega, Iniciativa Liberal, sendo a única coligação a CDU, que junta PCP e PEV e independentes.

Outros dos partidos políticos concorrentes são: PSD, PS, BE, CDS-PP, PAN, PNR, PDR, PCTP-MRPP, PPM, PTP, Livre,MPT, PURP, Nós, Cidadãos!, MAS e JPP.

A 16 de outubro serão contados os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa, que elegem quatro deputados. Após o apuramento destes dois círculos, fica fechado o apuramento geral dos resultados das legislativas.

Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura e de onde sairá o novo Governo.

No total, são eleitos 230 deputados numas eleições que, ao longo dos anos, têm vindo a registar um aumento da taxa de abstenção.

Em 2015, a taxa de abstenção atingiu o recorde de 44,4%, comparando com os 8,3% nas eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, ou os 16,4% das primeiras legislativas, em 1976.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Em dia de eleições legislativas, conheça seis coisas que não pode fazer

  • ECO
  • 6 Outubro 2019

Este domingo, os portugueses vão às urnas para escolher o próximo Governo. Mas atenção que há muitas atividades que são proibidas por lei no dia de voto. Uma delas é caçar.

Hoje é dia de ir às urnas votar para escolher quem serão os novos deputados da Assembleia da República, de onde sairá um novo Governo.

Foram já mais de 50.000 os eleitores que votaram antecipadamente para as legislativas, o correspondente a uma afluência às urnas de 90%, de acordo com dados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI). Até esta sexta-feira, foram 97.244 os portugueses residentes no estrangeiro que votaram por carta para as eleições legislativas, três vezes mais do que em 2015.

Quanto aos restantes que vão sair de casa este domingo para votar, importa relembrar que há limitações e regras, e que algumas delas entraram em vigor já este sábado. O ECO reuniu as seis principais:

  • É proibido fazer qualquer tipo de propaganda na véspera e no dia das próprias eleições;
  • Não se podem aproveitar eventos festivos, “no sentido de serem entendidos como propaganda eleitoral”;
  • Não pode haver inaugurações por parte de entidades públicas na véspera ou no dia da eleição. A justificação? Porque uma “inauguração é um evento que pode ser entendido como propaganda eleitoral”;
  • Não se podem realizar eventos no interior ou junto de uma assembleia de voto;
  • Não se podem realizar procissões cujo trajeto coincida com o local de acesso à assembleia de voto, “de modo a não prejudicar o normal funcionamento da assembleia de voto”;
  • É proibido caçar quando há eleições, nos termos do nº 4 do artigo 89º do DL nº 201/2005, de 24 de novembro, “é proibido caçar nos dias em que se realizem eleições ou referendos nacionais e, ainda, quando se realizem eleições ou referendos locais na área das respetivas autarquias.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lime, Free Now e Bolt dão viagens e descontos para ir votar

Desde trotinetes a táxis, há promoções nas plataformas de transporte para viajar até ao local onde vota neste domingo.

Ainda não sabe como vai até às urnas? Se não quer ir a pé, há várias plataformas de transporte a oferecer descontos nas viagens neste dia de eleições legislativas, desde trotinetes até táxis.

Para caminhos mais curtos, uma das ofertas é a da Lime. A plataforma de trotinetes oferece duas viagens, de até 3 euros, para serem utilizadas no domingo das eleições. Depois de fazer o download da aplicação basta introduzir o código promocional que será enviado na abertura das urnas.

Se os locais de voto forem mais longe há também a opção da Free Now, a antiga myTaxi. A plataforma de táxis oferece dois vouchers com um desconto de 50%, até um máximo de três euros. Na viagem de ida, o código a inserir é vouvotar19. No regresso, já deve colocar fuivotar19. A campanha é válida nos distritos de Lisboa e Porto.

A Bolt, antiga Taxify, oferece também 50% da viagem, de acordo com a Marketeer (acesso livre). O código promocional é PortugalVota, e será válido até às 19h00, altura em que fecham as urnas. A promoção está disponível em todas as regiões portuguesas em que a plataforma está presente: Lisboa, Porto, Braga, Coimbra e Algarve.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dos principais rostos aos horários a ter em conta. Guia para acompanhar as eleições deste domingo

Este domingo é dia dos eleitores decidirem quem serão os deputados, nos próximos quatro anos. A que horas abrem as urnas? E a que horas serão conhecidas as primeiras projeções? O ECO preparou um guia.

Este domingo é dia de ir às urnas escolher a próxima composição da Assembleia da República e, consequentemente, do Executivo seguinte. No boletim de voto, irá encontrar pelo menos 15 forças políticas, já quem as restantes seis que estão na corrida não apresentam listas em todos os círculos. No total, nestas eleições legislativas, há mais de quatro mil candidatos ao Parlamento, ainda que só estejam disponíveis 230 assentos.

Depois de um intensa campanha e agora que já sabe em quem votar, o ECO preparou um guia para que não perca nenhum momento deste dia eleitoral e, sobretudo, para que chegue à assembleia de voto a tempo de fazer ouvir a sua voz e desenhar a cruz.

Os eleitores podem votar, este domingo, a partir das 8h00, devendo-se fazer acompanhar do seu cartão de cidadão, já que o número de eleitor foi abolido. Na ausência deste documento, podem apresentar qualquer outro documento oficial que contenha uma fotografia atualizada, como o passaporte ou carta de condução.

Se ainda não sabe onde votar, pode enviar um SMS para o 3838 (gratuitamente) com a seguinte mensagem: RE, número de identificação civil (sem dígitos de controlo), data de nascimento no formato AAAAMMDD. Por exemplo: RE 12344880 19891007. Também pode encontrar essa informação na junta de freguesia ou, no estrangeiro, na comissão recenseadora da sua residência. Além destas ferramentas, pode também usar este site para consultar o local onde deve votar.

As urnas ficam abertas até às 19h00, horário a partir do qual só podem votar os portugueses que se encontrem dentro da assembleia de voto.

A Comissão Nacional de Eleições sublinha que o voto não pode ser feito pela Internet nem por SMS, isto é, tem mesmo de ser “exercido direta e presencialmente pelo eleitor”. E se se enganar a por a cruz no boletim, deverá assinalar, se quiser, todos os quadros para “esconder” a sua opção e pedir outro boletim de voto. No boletim com a falha, deve ser escrito “inutilizado” pelo presidente da mesa (que deverá rubricá-lo) e deve ser mantido separado.

O Presidente da República vota às 13h00, em Celorico de Basto, em Braga, onde está recenseado. Já o líder do PSD vai às urnas às 13h30, em Massarelos. E António Costa vota às 10h00, na Escola Básica Jorge Barradas, em Benfica, Lisboa.

Assunção Cristas exerce o seu direito de voto às 12h00, na Escola Secundária de Miraflores, em Oeiras. À esquerda, Catarina Martins vota pelas 10h00, na Escola Secundária Almeida Garrett, em Vila Nova de Gaia, e Jerónimo de Sousa vai às urnas às 11h00, no Gripo Desportivo de Pirescoxe, na freguesia de Santa Iria de Azóia.

Os primeiros números relativos à afluência a este ato eleitoral são conhecidos a partir das 13h00, deste domingo. Às 17h00, volta a ser feito um ponto da situação, com a afluência às urnas até às 16h00.

Às 20h00 serão divulgados os resultados do escrutínio provisório pela CNE, sendo que às 19h00 as televisões vão libertar as sondagens sobre a abstenção.

As primeiras projeções dos resultados eleitorais são conhecidas pelas 20h00, sendo expectável uma atualização ao longo desta noite eleitoral, com os resultados oficiais a serem conhecidos mais tarde.

Esta maratona de resultados será acompanhada pelos bloquistas a partir do Teatro Thalia, em Lisboa; o PCP vai estar, por sua vez, na sede do partido em Lisboa, na Avenida da Liberdade; e o PAN vai estar no Museu de Lisboa, no Campo Grande. Já o CDS-PP estará a acompanhar a partir da sede do partido também na capital, no largo Adelino Amaro da Costa e o PSD estará no Hotel Marriott, em Lisboa. O PS cumpre a tradição e estará no Hotel Altis.

A estação pública arranca às 18h45 com a emissão dedicada aos resultados eleitorais com José Rodrigues dos Santos, João Adelino Faria e Ana Lourenço a apresentar. Em estúdio, estarão Pedro Adão e Silva e Pedro Norton a analisar as primeiras projeções, assim como representantes das forças políticas com assento parlamentar: João Galamba (PS), Fernando Negrão (PSD), Marisa Matias (BE), António Filipe (PCP), Nuno Melo (CDS-PP) e Francisco Guerreiro (PAN). Ao final da noite, passam ainda pela RTP Graça Franco, Filipe Luís, António José Teixeira e Maria Flor Pedroso.

Já na SIC, a emissão vai ser conduzida por Clara de Sousa, Rodrigues Guedes de Carvalho, Bento Rodrigues e Pedro Mourinho. A análise será da responsabilidade de Ana Gomes, Luís Marques Mendes, José Miguel Júdice e Francisco Louçã.

Na TVI, José Alberto Carvalho e Pedro Pinto, José Carlos Castro tomam as rédeas da emissão, que contará com a leitura política de Constança Cunha e Sá, Miguel Sousa Tavares, Sérgio Figueiredo e Pedro Santos Guerreiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ainda não sabe onde vai votar? Descubra aqui

  • ECO
  • 6 Outubro 2019

As legislativas são este domingo. Se não está certo do local onde vota nestas eleições, conheça aqui as três formas mais simples de saber onde é chamado a exercer o seu dever democrático.

Milhões de eleitores portugueses são chamados este domingo às urnas, com a missão de escolherem a composição da Assembleia da República (AR) na próxima legislatura, de onde emanará um novo Governo. Cidadãos de nacionalidade portuguesa com mais de 18 anos estão aptos a participar nestas legislativas, bastando apresentarem o cartão de cidadão junto dos responsáveis pela assembleia de voto.

A eleição é feita por círculos eleitorais e o sítio onde terá de se deslocar para exercer este dever democrático varia consoante o sítio onde está recenseado. Porém, é muito fácil de saber.

Existem três formas para saber onde vota:

  • Envie uma mensagem de texto gratuita para o número 3838. Na mensagem, escreva apenas “RE NUMEROCC AAAAMMDD”, em que NUMEROCC é o número do seu bilhete de identidade ou cartão de cidadão e AAAAMMDD é a sua data de nascimento (AAAA=ano; MM=mês; DD=dia). Por exemplo: RE 12344880 19891007.
  • Caso não tenha forma de enviar uma mensagem, pode consultar o portal oficial criado pelo Ministério da Administração Interna, disponível em www.recenseamento.mai.gov.pt. Basta indicar o número do seu documento de cidadão, data de nascimento e preencher o código de verificação que surge numa imagem apresentada.
  • Em último caso, pode saber onde vota perguntando na Junta de Freguesia ou Câmara Municipal da sua área de residência.

Lembre-se: o número de eleitor deixou de existir desde as últimas eleições europeias. Ou seja, para exercer o voto, basta levar consigo o documento de identificação válido. Pode ainda obter mais informações sobre estas eleições no Portal do Eleitor e conhecer aqui os nomes de todos os candidatos das listas apresentadas pelos partidos concorrentes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dos 8,5% aos 44,1%. Vem aí novo recorde de abstenção nas legislativas?

A falta de participação em eleições não é de agora. Mas nos anos mais recentes tem-se agravado. Na última década mais de quatro em cada 10 eleitores não vota na hora de escolher quem governa.

 

Autocolante da campanha da CNE para as eleições legislativas de 1995. Nesse ano, a taxa de abstenção chegou aos 33,8%, um novo recorde à data.

 

“Vote como quiser…mas vote!”. “Ponha o vestido mais bonito ou tire o fato do armário. Não se abstenha de cumprir o seu dever. Dê valor à sua região”. Estes são apenas dois slogans das campanhas que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) faz há anos de combate à abstenção nos vários atos eleitorais.

O problema da falta de participação em eleições não é de agora. Mas nos anos mais recentes tem-se agravado. Na última década mais de quatro em cada 10 eleitores não vota na hora de escolher quem vai governar Portugal.

As eleições para a Assembleia da República são vistas como as mais importantes. Afinal de contas é nesse dia que são escolhidas as pessoas que vão fazer as leis nos próximos quatro anos e as que terão o poder executivo nas mãos.

Neste ano, a taxa de abstenção atingiu 35,6%, baixando face ao ano anterior, quando tinha chegado a 38,4%.

 

Em 1975, nas primeiras legislativas depois do 25 de abril, apenas 8,5% dos eleitores não foi às urnas. Esta é a taxa de abstenção mais baixa da história dos 15 atos eleitorais para a Assembleia da República em Portugal. Olhando para a série longa desta taxa é possível verificar que a partir de 1980 a abstenção tem crescido sempre com exceção das legislativas de 2002 e 2005. A situação agravou-se determinantemente a partir de 2009, quando os governos passaram a ser escolhidos com taxas de abstenção acima de 40%.

E nestas eleições? O que pode observar-se? Ao contrário do que aconteceu nas europeias de maio, o tema da abstenção não foi dos mais falados nesta campanha. Mas há um dado novo que pode baralhar as coisas. É que ainda antes das eleições para o Parlamento Europeu foi feita uma atualização aos cadernos eleitorais que elevou o número de eleitores residentes no estrangeiro dos cerca de 240 mil para quase 1,5 milhões. Se as taxas de abstenção entre os emigrantes se mantiverem próximas dos registos anteriores, a taxa de abstenção dispara só por este efeito. Foi o que aconteceu nas eleições europeias de maio, quando a taxa de abstenção atingiu um recorde em Portugal (68,6%). Mas, mesmo assim, votaram mais 30 mil eleitores do que nas últimas europeias.

Rui Feijó, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, defendeu num programa da Antena 1 que a atualização dos cadernos eleitorais — que tinha como objetivo aumentar a participação dos cidadãos — não chega para garantir uma redução da abstenção. “Não lhes demos condições de votar”, disse, contando saber do caso de uma portuguesa nos EUA que nas europeias tinha de viajar de avião durante duas horas para se deslocar à cidade onde podia exercer o voto.

Nestas regionais, o apelo ao voto não evitou uma taxa de abstenção de 46,7%, acima dos 40,83% registados quatro anos antes.

 

Além desta medida, o Governo encontrou outra solução para tentar aumentar a participação dos eleitores, ao dar a qualquer um a possibilidade de votar antecipadamente num dia fixo. Uma opção que antes só estava ao alcance de alguns como por exemplo doentes internados em hospitais ou presos. Mais de 56 mil pessoas pediram para votar antes de domingo. E a taxa de abstenção entre estes foi de apenas 10,04%.

Mas além destes motivos — mais logísticos — existem outros muitas vezes associados à baixa taxa de participação em atos eleitorais, como são exemplos o afastamento que os cidadãos sentem em relação ao poder político. Um dos grupos que mais tem sido referido sempre que se fala nesta desmotivação é dos jovens. No último Eurobarómetro feito antes das eleições europeias apenas 3% dos jovens portugueses com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos disseram ser “extremamente provável” irem votar naquelas eleições.

Cientes destas razões, os partidos têm usado as campanhas para incentivar o voto, quer através das mensagens políticas, quer através dos próprios programas eleitorais.

Uma das formas que recorrentemente tem sido referida para baixar a taxa de abstenção passa pela imposição do voto obrigatório. A regra existe noutros países, como são exemplo Austrália, Bélgica, Luxemburgo, Grécia e Brasil. Portugal já teve, mas nunca existiu no pós-25 de Abril.

Mas existem soluções já testadas, menos complexas, e que podem ajudar a reduzir a taxa de abstenção. Uma delas passa, por exemplo, por votar aos dias de semana em vez de ao domingo. Na Holanda e no Reino Unido as eleições são à quinta-feira. Nas eleições para o Parlamento Europeu, 41,93% dos holandeses votaram, acima dos 30,75% registados em Portugal.

Evolução da taxa de abstenção em eleições legislativas

Fonte: Pordata

Numa mensagem ao país de cerca de cinco minutos transmitida este sábado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, repetiu o apelo que já tinha feito nas eleições europeias, e pediu aos portugueses que votem: “parece justo e mesmo urgente”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal “perde uma das suas mentes mais brilhantes”, diz Mário Centeno

  • Lusa
  • 5 Outubro 2019

O ministro das Finanças lamentou a morte do antigo presidente da Galp, Ferreira de Oliveira, considerando que Portugal "perde uma das suas mentes mais brilhantes e esclarecidas".

Ferreira de Oliveira morreu hoje, aos 70 anos, e o seu corpo vai estar em câmara ardente na igreja do Cristo Rei, na cidade do Porto, anunciou a Universidade do Porto.

“Lamento profundamente o desaparecimento do professor Ferreira de Oliveira”, afirmou Mário Centeno, numa declaração incluída numa nota do Ministério das Finanças.

Portugal perde uma das suas mentes mais brilhantes e esclarecidas, com quem tive a felicidade e a honra de trabalhar nestes últimos quatro anos“, prosseguiu o governante, expressando as suas condolências à família.

“No momento do desaparecimento do professor Manuel Ferreira de Oliveira, o Ministério das Finanças destaca a sua carreira profissional preenchida, como gestor de excelência em diversas áreas, com destaque para o setor energético”, refere o ministério, na nota, agradecendo “todo o seu empenho e trabalho nas funções que mais recentemente desempenhou como presidente da comissão de nomeações, avaliação e remunerações da CGD“.

As Finanças destacam ainda que o gestor era “um líder cujo percurso profissional e académico deixam uma marca inegável em Portugal”.

Nascido em 21 de dezembro de 1948, Manuel Ferreira de Oliveira era licenciado em engenharia eletrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o antigo professor catedrático da FEUP tinha o grau de ‘master of science’ em energia pela Universidade de Manchester e era doutorado nesta área pela mesma instituição.

De acordo com informação disponível na página da universidade, Manuel Ferreira de Oliveira era membro do Conselho de Curadores da Universidade do Porto deste 2015.

Segundo a instituição, o antigo presidente da Galp foi responsável pela modernização da área de energia elétrica da FEUP, onde deu aulas entre 1979 e 1982, “tendo lançado as bases de uma equipa de investigação de reputação nacional e internacional e revelado, em tempos difíceis, grande determinação e capacidade de liderança”.

Entre 1995 e 2000, Manuel Ferreira de Oliveira foi presidente do Conselho de Administração e do Conselho Executivo da Petrogal, de 2000 e 2006 assumiu as funções de presidente do Conselho de Administração e do presidente executivo da Unicer (Super Bock Group).

Entre 2006 e 2015 exerceu funções no grupo Galp Energia como administrador executivo e COO [diretor de operações] (2006) e, posteriormente, como presidente executivo e vice-presidente do Conselho de Administração (de 2007 a 2015).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo Rebelo de Sousa: “Pedir aos portugueses que votem parece justo e mesmo urgente”

  • Lusa
  • 5 Outubro 2019

O Presidente da República apelou este sábado ao voto nas eleições legislativas de domingo e considerou que "pedir aos portugueses que votem parece justo e mesmo urgente".

Sessão Solene de Abertura do Ano Judicial - 15JAN19

Numa mensagem ao país de cerca de cinco minutos, Marcelo Rebelo de Sousa notou que a Assembleia da República que sairá das eleições de domingo “vai coincidir com realidades tão relevantes quanto a Conferência Mundial sobre os Oceanos” em Portugal em 2020, “a Presidência Portuguesa da União Europeia em 2021, o revigorar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa com cimeiras em 2020 e 2022, os debates essenciais nas Cimeiras Ibero-Americanas – também em 2020 e 2022 -, os mandatos de portugueses em organizações cruciais”.

Também o Governo que estará à frente do país na próxima legislatura terá “desafios de peso pela frente”, continuou o chefe de Estado, dando como exemplos a superação dos “efeitos negativos da quebra da natalidade e do envelhecimento das populações, das alterações climáticas e de crises vindas de fora”.

Apostar em mais crescimento, em mais emprego, no combate à pobreza e às desigualdades entre pessoas, mas também entre setores litorais e interiores do continente, e entre áreas deste e as regiões autónomas“, são outras missões apontadas.

O Presidente da República assinalou que “assegurar melhor educação e melhor saúde, garantir segurança social para um futuro mais longo”, ou “preparar para as mudanças na ciência e na tecnologia que moldarão o futuro” deverão ser igualmente preocupações do próximo executivo.

“Perante tudo isto, pedir aos portugueses que votem parece justo e mesmo urgente”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa, repetindo o apelo de maio no âmbito das eleições para o Parlamento Europeu, mas “agora por maioria de razão”.

Na sua ótica, não votar é entregar a outros uma decisão que é de cada um.

“Neste dia 05 de outubro, que simboliza liberdade de pensar e de decidir, e também democracia na escolha e na responsabilização de quem manda, o que vos peço é muito simples. Por convicção, por confiança, por rejeição, por realismo, por exclusão de partes, seja qual for a razão do vosso voto, não deixem de votar amanhã”, vincou, falando a partir do Palácio de Belém, em Lisboa.

Em causa, segundo o chefe de Estado, estão quatro anos da vida dos portugueses, decisivos para a vida do país.

Lembrando que nas anteriores eleições, em maio, “a percentagem dos abstencionistas foi muito elevada”, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o apelo de hoje para que os portugueses se dirijam às urnas é feito “com ainda maior empenho”.

Para o Presidente da República, “os sinais económicos e políticos preocupantes, no mundo e na Europa, são hoje mais claros do que em maio”, e o “relacionamento imediato entre o Reino Unido e a União Europeia é hoje mais indefinido do que em maio”.

Também os “efeitos do ambiente internacional” na economia portuguesa “serão, certamente, importantes no período de quatro anos, aberto pelas eleições de amanhã”, alertou.

O chefe de Estado assinalou ainda que “o longo período de debate pré-eleitoral e eleitoral permitiu que listas e candidatos se desdobrassem em iniciativas de apresentação ou de confronto de ideias”, tendo as entrevistas e debates realizados proporcionado “oportunidades de observação e de ponderação dos eleitores”.

“Todos fizeram o que se encontrava ao seu alcance para conquistarem o voto para as suas causas”, vincou Marcelo.

Os portugueses, acrescentou, dispõem de várias escolhas, que “chegam a 21 nalguns círculos eleitorais”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Morreu Manuel Ferreira de Oliveira, ex-presidente da Galp

Ferreira de Oliveira, ex-presidente da Galp, faleceu este sábado. Tinha 70 anos. A informação foi avançada numa nota da Universidade do Porto e confirmada pelo ECO junto de fonte da petrolífera.

Manuel Ferreira de Oliveira, antigo Professor Catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e ex-presidente da Galp, faleceu este sábado. Tinha 70 anos.

A informação foi avançada numa nota da Universidade do Porto e já foi confirmada pelo ECO junto de fonte da petrolífera. Ferreira de Oliveira entrou na Galp pela mão de Américo Amorim em 2007, tendo na altura deixado a presidência da Unicer (cargo assumido por António Pires de Lima).

Abandonou a presidência da Galp em março de 2015. Ferreira de Oliveira colaborou com a Galp ao longo de cerca de 14 anos, primeiro como presidente executivo da Petrogal, tendo, numa segunda fase, sido eleito para liderar a comissão executiva da Galp, cargo que desempenhou durante cerca de nove anos.

Entre 1980 e 1995, Ferreira de Oliveira viveu e trabalhou na Venezuela e no Reino Unido, países onde desempenhou variados cargos na indústria petrolífera, ao serviço da Petróleos de Venezuela e da British Petroleum (BP).

Depois, em Portugal, foi presidente do conselho de administração e presidente executivo da Petrogal (1995-2000), presidente do conselho de administração e presidente executivo da Unicer (2000/2006) e administrador executivo da Galp Energia (2006), empresa da qual foi presidente da comissão executiva (CEO), desde Janeiro de 2007.

Logo após a saída da Galp, Ferreira de Oliveira foi liderar a Petroatlântico, uma empresa de capital de risco que na altura anunciou a intenção de investir na exploração e produção de petróleo e de gás natural no triângulo atlântico da lusofonia, – Portugal, Brasil e Angola. A maioria do capital do fundo era do Canadá e a empresa tinha três mil milhões de euros para investir.

De acordo com informação da Universidade do Porto, Ferreira de Oliveira cursou Engenharia Eletrotécnica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1971) e obteve os graus de Master of Science e de Doutor em Engenharia na Universidade de Manchester. Recebeu formação na área de Gestão no IMD, em Lausanne, na Suíça, e em Harvard e na Wharton Business School, nos Estados Unidos da América.

Recorda a Universidade que “apesar de grande parte da sua carreira se ter direcionado para cargos de gestão e especialização na área do ‘Oil & Gas’ — em 2012 fundou o Instituto de Petróleo e Gas (ISPG) em parceria com a Universidade de Heriot-Watt (Reino Unido) que ainda hoje presidia –, Ferreira de Oliveira nunca deixou de parte a sua ligação à Academia. No que à Universidade do Porto diz respeito, foi membro do Senado de 2002 a 2005, assumiu a vice-presidência do Conselho Geral de 2010-2013 e era membro do Conselho de Curadores da Fundação desde 2015″.

Ao longo da carreira recebeu inúmeros prémios e distinções, tais como, “Personalidade do Ano 2006” (Recursos Humanos Magazine); “Carreira – Reconhecimento do Mérito” (Rotary 2006/2007); “Melhor Docente do MBA Executivo 2018/19” (Porto Business School); “Melhor CEO Europeu das Empresas Oil & Gas 2011” (inquérito Thomson Reuters); “The Best Leader in the Management of a Private Company in Portugal 2012” e “The Most Transformational Leader 2016” (Leadership Business Academy).

O corpo estará em câmara ardente na igreja de Cristo Rei (Porto) e as cerimónias fúnebres vão decorrer em local a anunciar.

“As contas devem ser o que são e não o que deveriam ser”

Há dois anos, participou no primeiro Congresso dos Gestores Portugueses, organizado pelo Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, onde refletiu sobre a temática da ética nos negócios.

“As contas devem ser o que são e não o que deveriam ser”, dizia na altura Ferreira de Oliveira. Os bons gestores, na sua opinião, devem fazer assentar as suas decisões num código de ética, em “princípios e valores aos quais os colaboradores se devem vincular”.

Antes, ainda na chefia da Galp, e no âmbito do Best Leader Awards, Ferreira de Oliveira lamentava o facto de em Portugal haver “mais chefes gestores do que líderes” e deixava um conselho aos mais jovens, aspirantes a líderes: “Primeiro é que entendam o que é ser líder. Líder é ser um dinamizador de uma equipa, uma pessoa que é capaz de pensar a curto, a médio e a longo prazo em simultâneo e que tem em si energia suficiente para fazer o que diz que quer fazer e levar os outros a acompanhá-lo nessas grandes tarefas.”

Manuel Ferreira de Oliveira era um líder.

(Notícia atualizada às 19h19)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apenas 58 câmaras aceitaram todas as competências para 2020 dentro do prazo

  • Lusa
  • 5 Outubro 2019

Apenas 58 dos municípios do continente declararam ao Governo que pretendem assumir em 2020 todas as competências a transferir do Estado central.

Apenas 58 dos municípios do continente declararam ao Governo que pretendem assumir em 2020 todas as competências a transferir do Estado central, de acordo com um mapa publicado pela Direção-Geral das Autarquias Locais.

O mapa inclui competências aceites por 246 das 278 câmaras do continente, das quais apenas 58 (menos de um quarto destas autarquias) declararam até 30 de setembro pretender assumir no próximo ano as 15 competências disponíveis, em áreas como justiça, cultura, educação, saúde, gestão de praias, exploração das modalidades de jogos de fortuna ou azar, e vias de comunicação.

A gestão de associações de bombeiros, estruturas de atendimento ao cidadão, habitação, património imobiliário publico sem utilização, estacionamento público, transportes em vias navegáveis interiores, áreas portuárias e áreas protegidas são outras das áreas sobre as quais os municípios deveriam aceitar ou não.

No mapa, divulgado ‘online’, faltam 32 municípios continentais, entre os quais as capitais de distrito Setúbal e Porto. No caso desta última, a Câmara já tinha rejeitado a transferência de competências por parte do Estado central em 2019, por considerar que o processo foi “mal conduzido” e por desconhecer o que implica realmente essa transferência de competências e quais as verbas disponíveis.

Segundo o mapa disponibilizado, 64 (cerca de um terço) destes 246 municípios apenas aceitaram cinco ou menos competências, sendo que 23 deles apenas aceitaram uma.

Trancoso ainda não aceitou nenhuma competência, tendo apenas mencionado, em relação à saúde, que é uma competência que não se aplica ao seu caso.

Vila Flor também não tem nenhuma competência aceite, mas está em fase de esclarecimento/aprofundamento nas áreas da saúde, áreas protegidas e áreas portuárias.

Mais de metade dos municípios em causa (150 deles) aceitaram competências na área da cultura e 106 declararam que pretendem assumir as competências propostas para a área da educação.

Na área da saúde são 91 as câmaras que querem desempenhar competências no próximo ano, além das Câmaras de Matosinhos e de Vila Flor, onde o processo está em fase de esclarecimentos sobre quais as competências de saúde a desempenhar.

Quanto à justiça, foram aceites competências por 81 municípios, além do de Fornos de Algodres, que pediu esclarecimentos/aprofundamento.

As câmaras das capitais de distrito Braga e Santarém apenas aceitaram uma competência cada, em gestão de áreas portuárias e em gestão de áreas protegidas, respetivamente. Bragança aceitou duas: gestão do património e de áreas protegidas.

Por outro lado, Lisboa, Coimbra e Faro aceitaram as competências em todas as áreas e Beja e Portalegre aceitaram 14 das 15 disponíveis. Vila Real aceitou 13 e Viana do Castelo 12 delas.

O prazo para as Câmaras comunicarem quais destas 15 competências pretendem ou não receber em 2020 terminou em 30 de setembro.

A transferência de competências abrangerá ainda outras áreas como ação social, proteção civil, habitação, informação cadastral, policiamento de proximidade, proteção e saúde animal, segurança dos alimentos e segurança contra incêndios.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Menor mobilização no arranque do desfile de professores pela valorização da profissão

  • Lusa
  • 5 Outubro 2019

O lema das comemorações do Dia Mundial do Professor, que em este ano coincidiu com o dia de reflexão para as legislativas, em Portugal, é “Rejuvenescimento e Valorização da Profissão Docente”.

O grupo de percussão Tocandar deu este sábado início ao desfile do Dia Mundial do Professor, às 15:15, no Marquês de Pombal, em Lisboa, com uma mobilização mais reduzida do que habitualmente.

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (FNE), João Dias da Silva, admitiu antes à agência Lusa que se trata de “um dia complexo” e que havia “menos mobilização”. Ainda assim, João Dias da Silva disse esperar que nesta manifestação venham a estar à volta de 10 mil pessoas, assinalando que se deslocaram professores de todo o país em 40 a 45 autocarros.

A seguir ao grupo de bombos, surgiu a faixa com o lema deste dia mundial, “Rejuvenescimento e Valorização da Profissão Docente”, segurado pelos dois dirigentes das duas maiores federações de docentes, a FNE e a Fenprof, Mário Nogueira e João Dias da Silva.

Os manifestantes exibem sobretudo bandeiras das duas federações representadas na manifestação, mas veem-se outras bandeiras com o já muito conhecido ‘slogan’ referente ao tempo de serviço que os professores querem ver recuperado, “9A4M2D – todo o tempo”, e ainda outras apelando ao “fim dos abusos nos horários”.

Imediatamente antes de começar o desfile, um agente da polícia dirigiu-se a um dos manifestantes que segurava um cartaz artesanal com a inscrição “amanhã voto” de um lado e “e não me esqueci” do outro.

O professor Gabriel Lagarto, 49 anos, da Escola Conde de Ourém, disse aos jornalistas que o agente se lhe dirigiu “muito educadamente” chamando a atenção de que, se o seu cartaz fizesse uma referência política, não o poderia levar. O professor explicou que respondeu ao agente policial estar em causa apenas um apelo ao voto, mas não em relação a qualquer partido político.

Esta manifestação realiza-se no dia de reflexão para as legislativas de domingo, estando determinado por lei que não pode ser feito qualquer tipo de apelo ao voto partidário. A maioria dos cartazes tem símbolos dos sindicatos. Foram ouvidas na manifestação frases como “o futuro da nação passa pela educação” e “estabilidade sim, precariedade não”.

“Faz todo o sentido celebrar, […] todos os anos faz sentido”, disse João Dias da Silva, da FNE. O sindicalista disse ainda que no final do desfile, no Rossio, vai ser aprovada uma resolução com “as preocupações dominantes” da classe, como “o excessivo envelhecimento dos professores”, dos quais “só 1% tem menos de 30 anos”, com reflexos na “qualidade do serviço educativo”.

A resolução, que inclui outras reivindicações dos professores, como a recuperação integral do tempo de serviço congelado e a revisão dos horários de trabalho, será depois enviada a todos os partidos que conseguirem eleger deputados, nas eleições de domingo, como tópicos essenciais para serem trabalhados durante a próxima legislatura, disse João Dias da Silva.

Sob o lema do rejuvenescimento e valorização da profissão docente, os sindicatos aproveitam o momento para marcar algumas das suas principais reivindicações que farão parte do caderno reivindicativo a apresentar ao próximo Governo, como um regime especial de aposentação, a revisão dos horários de trabalho, o combate à precariedade ou a recuperação integral do tempo de serviço congelado, um tema que as estruturas sindicais não dão por encerrado, apesar da votação de maio no parlamento, que negou a recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias exigidos pelos professores.

A manifestação foi convocada não só pelas duas federações de professores, mas também por outros oito sindicatos mais pequenos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.