Sessão volátil em Wall Street termina em terreno negativo

Além da negociação dos estímulos, também segue a época de resultados. As ações da Netflix afundaram 6,92% após a empresa ter falhado as expectativas de crescimento do número de subscritores.

Ainda não há acordo nos EUA para a aprovação de um novo pacote de estímulos orçamentais e Wall Street ficou desagradado pela espera. Após um arranque de sessão acima da linha de água, as principais bolsas norte-americanas acabaram por inverter a tendência e fechar a sessão em terreno negativo.

Mark Meadows, chefe de gabinete da Casa Branca, afirmou que apesar das diferenças entre a Casa Branca e os democratas do Congresso, o presidente Donald Trump está “disposto” a trabalhar por um acordo. As negociações estão a decorrer entre o secretário de Estado do Tesouro, Steven Mnuchin, e a porta-voz da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.

Ainda na incerteza sobre o pacote de estímulos orçamentais, as principais praças norte-americanas desvalorizaram. O industrial Dow Jones recuou 0,35% para 28.210,03 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 perdeu 0,23% para 3.435,35 pontos e o tecnológico Nasdaq desvalorizou 0,28% para 11.484,69 pontos.

No plano empresarial, as ações da Netflix afundaram 6,92% para 489,05 dólares depois de ter falhado as expectativas do mercado no que diz respeito ao crescimento do número de subscritores perante o aumento da competição no streaming e com o regresso do desporto às televisões.

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Acordo com IHRU prevê realojar até 2025 mais de 1.700 famílias no Porto

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

O acordo de colaboração entre a Câmara do Porto e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana prevê realojar 1.740 famílias que vivem atualmente em condições indignas, no espaço de cinco anos.

O acordo de colaboração entre a Câmara do Porto e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) prevê realojar, no âmbito do programa 1.º Direito, entre 2020 e 2025, 1.740 famílias que vivem atualmente em condições indignas.

Na proposta a que a Lusa teve acesso esta quarta-feira e que vai ser discutida na reunião do executivo de segunda-feira, a maioria explica que para operacionalizar a Estratégia Local de Habitação, aprovada em dezembro de 2019, submeteu uma candidatura ao programa de Apoio ao Acesso à Habitação – 1.º Direito com vista à celebração de um acordo de colaboração com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

Nessa candidatura foram consideradas 1.740 famílias (3.800 pessoas) de universo de 3.000. Segundo a maioria, as restantes 1.260 famílias irão ser objeto de um Acordo de Colaboração a ser celebrado ente a Porto Vivo, SRU e o IHRU.

Na candidatura propõe-se que as 1.740 famílias sejam realojadas “entre 2020 e 2025”, 75 através do arrendamento de habitações para subarrendamento; 1.345 em frações reabilitadas ou prédios habitacionais; 200 com recurso à construção de prédios ou empreendimentos habitacionais e 120 em frações adquiridas ou prédios degradados após reabilitação.

Segundo a proposta, o valor do investimento global ascende aos 56 milhões de euros, sendo que cerca de 25 milhões serão financiados na modalidade de comparticipação a fundo perdido, 21 milhões através da contratualização de um empréstimo bonificado de longo prazo e os restantes nove milhões com recurso autofinanciamento.O acordo de colaboração que vai ser votado na reunião do executivo de segunda-feira foi já aprovado, em 24 de setembro, pelo IHRU.

Plenamente operacional desde agosto de 2018, o programa 1.º Direito integra o primeiro objetivo da Nova Geração de Políticas de Habitação (NGPH) do Governo de “dar resposta às famílias que vivem em situação de grave carência habitacional”, prevendo a concessão de apoio público para “proporcionar o acesso a uma habitação adequada a pessoas que vivem em situações habitacionais indignas e que não dispõem de capacidade financeira para encontrar uma solução habitacional no mercado”.

Aos municípios cabe definir as estratégias ELH e priorizar as soluções habitacionais que pretendem ver desenvolvidas no respetivo território, bem como “agregar, avaliar e gerir todos os pedidos de apoio ao abrigo do 1.º Direito que lhe sejam submetidos”.

No dia 14 de outubro, o Governo revelou que o Programa de Apoio ao Acesso à Habitação teve a adesão de 173 municípios e uma região autónoma, correspondendo a 56% do total de entidades elegíveis para submissão de candidaturas.

No âmbito do primeiro relatório de execução do 1.º Direito, entregue na Assembleia da República, a adesão registada permitiu “identificar, até agora, mais de 25 mil situações de carência habitacional a que o programa se propõe dar resposta”, avançou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, à data.

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PS acusa Rio de ter “deixado cair o valor do interesse nacional” ao anunciar voto contra no OE2021

O secretário-geral adjunto do PS confessou não ser uma "surpresa" o PSD votar contra o OE2021. Ainda assim, José Luís Carneiro lamenta que Rio tenha "deixado cair o valor do interesse nacional".

Pouco tempo depois de o presidente do PSD ter confirmado que o partido vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2021, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, veio reagir, referindo que apesar de não ter sido “uma surpresa” é “contraditório” que Rui Rio tenha “deixado cair o valor do interesse nacional”.

Não sendo uma surpresa, não deixa de ser contraditório que o Dr. Rui Rio perante umas maiores crises que se abateu sobre o mundo, sobre a Europa e sobre o nosso pais num momento tão crítico da vida nacional, tenha deixado cair um valor que sempre defendeu: o valor do interesse nacional”, disse José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, em declarações transmitidas pela RTP3.

Para o secretário-geral adjunto do PS, “está feita a prova de que este é um Orçamento de esquerda“, e que “tem uma resposta à crise do país com políticas de esquerda”. José Luís Carneiro mencionou ainda que as medidas apresentadas pelo Executivo socialista no OE 2021 “fortalecessem o investimento público para fazer face a esta pandemia”, bem como os rendimentos das famílias e “protegem as condições de vida” dos portugueses.

Os socialistas sublinham ainda que estar contra este Orçamento é “estar contra o reforço dos meios humanos e técnicos no Serviço Nacional de Saúde. É estar contra o reforço dos meios humanos no sistema educativo nacional. É estar contra o reforço do investimento nos transportes. É estar contra o reforço nas políticas de habitação e é também estar contra as politicas que visam combater e erradicar a pobreza”, elencou.

Aquando do anúncio do voto contra do PSD ao Orçamento do Estado, Rui Rio afirmou que “este Orçamento não é realista”, e que “tem uma série de condicionantes“, já que “Portugal tem um elevado nível de endividamento, público e externo”. Apesar de referir que concorda com várias medidas apresentadas no documento, o presidente dos social-democratas apontou várias fragilidades no documento, nomeadamente por considerar que este Orçamento deveria dar resposta sobretudo às empresas e ao SNS.

Com o voto contra do PSD, o Governo fica nas mãos da esquerda, já que o Partido Socialista tem apenas 108. Com a atual composição do Parlamento, o Orçamento do Estado para 2021 poderá ser viabilizado com a abstenção ou os votos favoráveis do Bloco de Esquerda que tem 19 deputados. O voto a favor do PCP também garantiria a viabilização do documento (10 deputados), ou uma abstenção mas, neste último cenário seria preciso também que o PAN e o PEV se abstivessem.

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Allianz e AXA são as marcas globais de seguros mais valiosas, revela Interbrands

  • ECO Seguros
  • 21 Outubro 2020

A alemã e a francesa valem, cada uma, mais de 10 mil milhões de euros. São as únicas seguradoras incluídas nas melhores globais da Interbrands. Tesla e Zoom destacam-se como novas entradas de 2020.

A Allianz e a AXA são, por esta ordem, as duas marcas globais da indústria seguradora em destaque na edição de 2020 do Best Global Brands Rankings, segundo lista divulgada pela Interbrands.

O valor da marca alemã Allianz apreciou-se 7%, face ao ano anterior, para os 12935 milhões de dólares (cerca de 11 mil milhões de euros ao câmbio corrente), ocupando o 39º lugar na tabela global – destacando-se como a mais valiosa da indústria seguradora -, a AXA ganhou 3%, passando a valer 12211 milhões de dólares (cerca de 10,34 mil milhões de euros), assegurando o 48º posto da classificação geral global, revela ordenação da organização que promove a seleção de Marcas de Excelência em diversos setores e países.

“Pela segunda vez consecutiva, a Allianz emergiu como a marca de seguros de topo no mundo”, realça o grupo alemão em comunicado, referindo que “as notícias positivas chegam num momento especialmente incerto para os mercados e indústrias de todo o mundo, à medida que tentam navegar pelos desafios de uma pandemia mundial”.

Citado no comunicado, Oliver Bäte, presidente executivo da Allianz afirmou: “O nosso foco na resiliência, integridade e centralidade no cliente está a dar frutos. A Allianz foi mais uma vez reconhecida como a marca #1 de seguros a nível mundial, o que é uma notícia fantástica e confirma que estamos no caminho certo.”

“Estamos imensamente orgulhosos por sermos a marca #1 de seguros, e por termos garantido o nosso lugar na lista das 40 Melhores Marcas Globais”. Em apenas dez anos, a Allianz passou do 67º lugar na lista com um valor de marca de 4,9 mil milhões de dólares em 2010, para o 39º lugar com um valor de marca de quase 13 mil milhões de dólares em 2020,” complementou Christian Deuringer, Head of Brand & Partnerships no mesmo comunicado. “Estabelecemos nós próprios, o objetivo de estarmos no Top25 das marcas em 2025,” reforçou Dueringer.

Nenhuma outra seguradora cabe no ranking global de marcas da Interbrands. Ordenando a pesquisa pelas melhores do setor de serviços financeiros, a classificação das cinco marcas mais cotadas perfila-se como segue: JP Morgan; American Express; Allianz; Visa e AXA.

Incluindo todos os setores, o Top5 do ranking Best Global Brands é composto pela Apple (1º lugar, a valorizar 38%, para 322999 milhões de dólares); Amazon (#2, +60%, para 200667 milhões); Microsoft (#3 +53%, para 166 mil milhões) Google (#4, -1%, para 165,45 mil milhões) e Samsung (#5, +2%, para 62289 milhões de dólares).

Cabe ainda notar que, na lista das 100 melhores do mundo, pela Interbrands, surgem duas novas entradas: a Tesla, no 40º lugar, valorizada em 12785 mil milhões de dólares e plataforma Zoom, no centésimo lugar das marcas globais, valendo 4481 milhões de dólares.

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ASF abre concurso de recrutamento para seis cargos técnicos

  • ECO Seguros
  • 21 Outubro 2020

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) está a recrutar novos colaboradores para o seu quadro de pessoal, em regime de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado.

A ASF anunciou a abertura de concursos para preenchimento de seis funções, na maioria cargos técnicos. Os processos de recrutamento anunciado obedecem a Regulamento que está acessível no site do supervisor. As candidaturas realizam-se por via eletrónica através do preenchimento de formulário associado a cada anúncio e o prazo para submeter a candidatura ao concurso termina a 3 de novembro de 2020 (inclusive).

De acordo com aviso publicado em Diário da República, os concursos visam o recrutamento de:

  • Coordenador(a) da Área de Riscos e Estabilidade Financeira do Departamento de Análise de Riscos e Solvência
    Ref.ª DRS2014 – Publicado a 20-10-2020
  • Técnico(a) de Gestão e Desenvolvimento do Departamento de Supervisão Comportamental
    Ref.ª DSC2015 – Publicado a 20-10-2020
  • Técnico(a) de Gestão de Informação (Data Scientist) do Departamento de Análise de Riscos e Solvência
    Ref.ª DRS2016 – Publicado a 20-10-2020
  • Técnico(a) de Supervisão do Departamento de Mediação e Novos Canais
    Ref.ª DMC2017 – Publicado a 20-10-2020
  • Técnico(a) de Supervisão do Departamento de Supervisão Prudencial de Empresas de Seguros
    Ref.ª DSS2018 – Publicado a 20-10-2020
  • Técnico(a) de Supervisão do Departamento de Supervisão Prudencial de Empresas de Seguros
    Ref.ª DSS2019 – Publicado a 20-10-2020

O Regulamento está acessível nesta ligação (https://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/F4364E81-6347-4B20-A8B8-732BB7318309/0/2Regulamento3bloco_Seniores.pdf). Esclarecimentos adicionais ou informação sobre a constituição do júri dos concursos podem ser solicitados por correio eletrónico ([email protected]).

Entretanto, terminou na terça-feira (20 de outubro) o prazo de candidaturas para o concurso de admissão de estagiário(a) para o Departamento de Mediação e Novos Canais.

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EUA e UE lançam mecanismo de diálogo para coordenar resposta à China

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

Mike Pompeo anunciou que a primeira coisa que esse mecanismo permitirá é criar um banco de dados que reúna as informações que a UE e os EUA têm sobre a China e, em seguida, coordenar as respostas.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou esta quarta-feira que inaugurará, juntamente com a União Europeia(UE), um mecanismo de diálogo para coordenar a resposta à China.

Nesta sexta-feira, o Alto Representante da UE, Josep Borrell, e eu lançaremos o diálogo EUA-UE sobre a China. Estou certo de que a nossa discussão aprofundará o nosso compromisso com os nossos amigos da UE nesta importante questão. Os europeus também estão preocupados com o ambiente que vivemos, tal como nós”, disse Pompeo.

O canal de diálogo foi acertado em junho: Borrell fez a proposta em 15 de junho durante uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e dos EUA, e Pompeo anunciou posteriormente que concordou em criar tal mecanismo.

O chefe da diplomacia dos EUA anunciou ainda que a primeira coisa que esse mecanismo permitirá é criar um banco de dados que reúna as informações que a UE e os EUA têm sobre a China e, em seguida, coordenar as suas respostas.

Desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou à Casa Branca, em 2017, a luta pela hegemonia com a China intensificou-se.

As duas potências económicas travam uma guerra comercial desde março de 2018, além de um conflito tecnológico sobre a presença das empresas chinesas Huawei e ZTE nos concursos internacionais para a rede 5G – a que se juntaram países europeus – e, mais recentemente, os EUA e a China trocaram acusações de culpas sobre qual dos dois originou a atual pandemia de Covid-19.

A UE deixou quer cooperar com a China para desenvolver o multilateralismo, embora discorde do gigante asiático em questões como os direitos humanos, a sua política em relação a Hong Kong – que acredita colocar em risco a semi-autonomia da região – ou as campanhas de desinformação de origem chinesa durante a pandemia.

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PSD vota contra Orçamento e deixa Governo nas mãos da esquerda

Confirma-se. Depois da abstenção no Suplementar, o PSD vai votar contra a proposta do Orçamento do Estado para 2021, deixando o Governo dependente de um acordo à esquerda.

O presidente do Partido Social Democrata, Rui Rio.

Nas jornadas parlamentares do PSD realizadas esta quarta-feira, Rui Rio confirmou que o partido vai votar contra a proposta do Orçamento do Estado para 2021. Um Orçamento que o próprio líder do PSD classificou como “marcado pela pandemia”.

Na Assembleia da República, Rui Rio afirmou que este Orçamento “tem várias condicionantes”, já que “Portugal tem um elevado nível de endividamento, público e externo”. Criticou o “pequeno esforço que o Governo fez para reduzir o endividamento” nos últimos quatro anos, e recordou a fábula da Cigarra e da Formiga para dizer que António Costa “distribui e não investiu”.

Lembrou que o défice público entre 2010 e 2015 baixou seis pontos percentuais em percentagem do PIB, enquanto a evolução de 2016 a 2019, durante a governação socialista, foi de “apenas” 3,5%. Fez as mesmas contas para o défice estrutural (baixou antes seis pontos e depois apenas um ponto) e para o saldo primário estrutural (que desceu oito pontos durante a governação de Pedro Passos Coelho e ficou estável entre 2016 a 2019).

O líder do PSD afirmou que “este Orçamento não é realista”. Apontou a receita esperada com a TSU a receber pelo Estado que deverá crescer 600 milhões de euros face a 2020, numa altura em que o desemprego está a aumentar. Deu ainda como exemplos do tal “irrealismo”, a estimativa de receita de IRS que aumenta 250 milhões de euros, um valor “não tão exagerado, mas muito difícil de atingir”. Por fim, Rio criticou as previsões de receitas de IRC que para o Governo devem aumentar 1,1 mil milhões de euros no próximo ano.

As prioridades do Orçamento

Para líder do PSD, este Orçamento deveria dar resposta sobretudo às empresas e ao SNS. Em termos de prioridades para 2021, afirmou que a primeira deveria ser “mais emprego”. A segunda prioridade deveria ser “melhor emprego”, prioridades que dependem das empresas que investem.

Criticou o Governo que neste Orçamento “colocou o consumo à frente das prioridades”, e disse que “não há um apoio significativo às empresas” neste documento. Voltou a criticar a decisão do Governo de aumentar o Salário Mínimo Nacional (SMN) em 2021, devido às dificuldades por que passam as empresas. Mas fez uma ressalva: se a Concertação Social (sindicatos e patrões) decidir pelo aumento do SMN, “então dou um passo atrás”.

Também se mostrou contra a decisão do Governo em voltar a baixar o valor das propinas no Ensino Superior, dizendo que “não é assim que se faz o equilíbrio social justo”. Rio apontou o facto de as propinas anuais no setor público já corresponderem apenas a um mês de prestação no setor privado, o que na sua opinião pode pôr em causa o financiamento do próprio ensino superior. O líder social-democrata sublinhou que para os alunos carenciados, que não podem suportar o valor das propinas, deve haver bolsas e apoios para que não sejam impedidos de prosseguir os seus estudos por razões económicas.

PSD concorda com várias medidas, “mas não todas ao mesmo tempo”

O PSD, pela voz do seu líder, disse ainda que concorda com várias medidas deste Orçamento e exemplificou: “aumento das pensões, mais creches, menos IVA nos ginásios, passes sociais mais baratos, aumento do subsídio mínimo de desemprego, redução do IVA na eletricidade e aumento dos salários mais baixos na Função Pública”

Estamos de acordo com todas estas medidas individualmente, mas não somos a favor de todas ao mesmo tempo”, porque assim o défice não baixa. E neste capítulo Rui Rio deixou mais um soundbite: “O PSD é mais responsável na oposição do que o PS no Governo”.

E como seria o Orçamento do PSD? Rui Rio anuncia que aliviaria “a carga fiscal das empresas, apostava na capitalização, baixava a carga fiscal da classe média, apoiava à exportação, e fazia uma distribuição socialmente mais justa da riqueza, não a torto e a direito”. “Não seria um grande alívio da carga fiscal, porque não é possível”, explicou.

Sobre sentido de voto do PSD no Orçamento para 2021, lembrou que o PSD viabilizou o Orçamento Suplementar e classificou a situação atual do país de “grave”. E afirmou que o partido até poderia viabilizar o documento “por causa da pandemia, por causa da presidência portuguesa da União Europeia [que arranca em janeiro], por causa das atuais limitações de poderes do Presidente da República [que não pode dissolver o Parlamento] e ainda por causa dos fundos europeus” que vão chegar à economia portuguesa.

No entanto, terminou a sua intervenção recordando o que o primeiro-ministro disse numa entrevista ao jornal Expresso: “Já expliquei com muita clareza: esse sonho não se vai realizar. No dia em que a subsistência deste Governo depender de um acordo com o PSD, nesse dia este Governo acabou.”

Como tal, “e como o voto do PSD não serve nem para evitar uma crise política”, Rui Rio diz que o partido votará contra o Orçamento para 2021.

Governo fica nas mãos da esquerda

Com o voto contra do PSD, o Governo, além dos votos do Partido Socialista (108), precisará dos votos dos seus parceiros à esquerda, nomeadamente do PCP e do Bloco de Esquerda.

Com a atual distribuição de votos no Parlamento, o Orçamento do Estado para 2021 poderá ser viabilizado com a abstenção ou os votos favoráveis do Bloco de Esquerda que tem 19 deputados.

O voto a favor do PCP também garantiria a viabilização do documento (10 deputados), ou uma abstenção mas, neste último cenário seria preciso também que o PAN e o PEV se abstivessem.

(Notícia atualizada às 18h47)

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Negociações para o Brexit vão ser retomadas amanhã

Os negociadores da União Europeia vão viajar até Londres esta quinta-feira para retomar as negociações com o Reino Unido, anunciou o negociador-chefe do Reino Unido.

Os negociadores da União Europeia (UE) vão retomar esta quinta-feira as negociações com o Reino Unido para um acordo de comércio pós-Brexit, confirmou o negociador-chefe do Reino Unido no Twitter. Negociações arrancam esta quinta-feira.

“Uma base para as negociações com a UE e Michel Barnier vai ser restabelecida. Negociações intensas acontecerão todos os dias e começarão amanhã à tarde, 22 de outubro, em Londres“, escreveu David Frost, negociador-chefe do Reino Unido, esta quarta-feira, num tweet.

Esta decisão surge depois do discurso do negociador-chefe da UE, Michel Barnier, esta quarta-feira no Parlamento Europeu, em que este reconheceu o que será necessário cedências de ambos os lados para se alcançar um acordo. “Penso que um acordo está ao nosso alcance, se nós, de ambos os lados, estivermos dispostos a trabalhar de forma construtiva e num espírito de compromisso; se avançarmos nos próximos dias, com base em textos jurídicos, como é nosso desejo”, disse.

Num comunicado publicado esta tarde, o Governo britânico afirma que pensou nas exigências de Boris Johnson, para que a UE mudasse de abordagem e reconhecesse a soberania do Reino Unido, aceitando mudar algumas das suas exigências. “É claro que subsistem divergências significativas entre as nossas posições nas áreas mais difíceis, mas estamos prontos, com a UE, para ver se é possível colmatá-las em negociações intensivas”, lê-se.

O impasse centra-se sobretudo em três temas: o acesso das frotas pesqueiras europeias às águas britânicas, as garantias exigidas por Bruxelas em termos de regras de concorrência e apoios estatais a empresas e qual o formato do mecanismo de resolução de disputas no futuro.

O Reino Unido saiu da UE a 31 de janeiro, tendo passado a ser oficialmente um país terceiro. Por comum acordo, foi decidido, contudo, que seria estabelecido um período de transição, que termina em 31 de dezembro de 2020, durante o qual se continua a aplicar ao Reino Unido as regras do bloco europeu e se mantém o acesso ao mercado único. Na ausência de um acordo entre ambas as partes, serão impostas tarifas aduaneiras no comércio entre o Reino Unido e o bloco europeu a partir de 1 de janeiro de 2021.

(Notícia atualizada às 18h10 com mais informação)

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Londres e Bruxelas disputam poder de regulação sobre fusão AON-WTW, diz FT

  • ECO Seguros
  • 21 Outubro 2020

Com tempo a escassear para um acordo comercial antes do fim da transição pós-Brexit, Bruxelas e Londres batem-se pelo poder de decidir sobre a fusão que cria o líder mundial da corretagem em seguros.

As autoridades de regulação de Londres e da União Europeia (Bruxelas) estão numa guerra de competências para definir a quem caberá regular operações de fusão e aquisição, como a que decorre entre a Aon e WTW. A questão deverá ser esclarecida antes de encerrarem as derradeiras negociações que se espera sejam concluídas na atual fase de transição, que dura até final de dezembro, momento em que se conclui o processo de saída do Reino Unido da UE (Brexit), já formalizada em janeiro passado.

A decisão regulatória sobre o processo de combinação das corretoras de seguro e resseguro Aon e Willis Towers Watson (WTW) é um dos dossiês que estão em cima da mesa dos negociadores, segundo fontes do jornal Financial Times (FT). De acordo com a publicação britânica, a UE e do Reino Unido regateiam, em lados opostos, o papel de regulador da operação estimada em 30 mil milhões de dólares.

Segundo reporta a publicação, assiste-se a uma luta entre a Competition and Markets Authority (CMA), regulador britânico da Concorrência, e a congénere da Comissão Europeia para serem reconhecidas, pela contraparte, como a autoridade competente para decidir sobre fusão. A operação que une a segunda e terceira maiores corretoras de seguros do mundo foi anunciada em março, com previsão de estar concluída no primeiro trimestre de 2021.

Com o tempo para um derradeiro acordo comercial UE-Reino Unido a escassear, aventa-se que após 31 de dezembro, a Comissão Europeia deixará de ter controlo exclusivo sobre fusões e aquisições em que uma das partes esteja sediada em território britânico, referiram as fontes.

Acresce que, tanto a Aon como a WTW, ambas com operação global e domicílio fiscal na Irlanda, têm os respetivos quartéis-generais instalados no Reino Unido. Neste contexto e tendo em consideração o que já aconteceu em operações de fusão com abrangência comparável, a CMA pode reclamar a transferência da decisão para Londres ou, pelo menos, insistir no direito de emitir posição sobre o assunto.

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Programa LIFE distingue projeto português da “fruta feia”

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

O projeto português “Flaw4life”, de aproveitamento da “fruta feia”, recebeu o prémio LIFE para o Ambiente da União Europeia. Projeto já reduziu o desperdício alimentar em mais de 2.300 toneladas.

O projeto português “Flaw4life”, de aproveitamento da “fruta feia”, recebeu esta quarta-feira o prémio LIFE para o Ambiente da União Europeia (UE), sendo também o mais popular entre o público.

O projeto, salienta a representação da Comissão Europeia em Portugal, em comunicado, reduziu até agora o desperdício alimentar em mais de 2.300 toneladas, um valor comparável à quantidade anual de alimentos desperdiçados por 13.000 pessoas.

Os prémios LIFE de 2020 foram esta quarta-feira entregues no decorrer da “Semana Verde da UE”, que decorreu exclusivamente “online” devido à pandemia de Covid-19 e que começou em Lisboa na segunda-feira e continua agora a partir de Bruxelas.

O programa LIFE da UE para o ambiente e ação climática distinguiu três categorias, a do Ambiente, para Portugal, a da Natureza, que premiou um projeto da Eslovénia, e da Ação Climática, para um projeto da Hungria.

Na Eslovénia foi premiada a equipa que geriu e monitorizou as populações de urso pardo nos Alpes, que permitiu uma redução de 43% dos ataques a ovinos e de um quarto do número de ursos afetados pelo tráfico.

E o prémio LIFE para a Ação Climática distinguiu uma equipa que formou professores, assistentes sociais, agricultores e peritos em prevenção de incêndios florestais sobre as formas de reforçar a prevenção de incêndios florestais. O número de incêndios florestais diminuiu um terço e a área ardida quase 90%.

Todas estas iniciativas mostram que, com um investimento cuidadoso e muito trabalho, a Europa está preparada para enfrentar os enormes desafios climáticos com que nos deparamos”, disse, citado no comunicado, Frans Timmermans, vice-presidente executivo do Pacto Ecológico Europeu.

E o comissário europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius, citado no mesmo documento, diz que estas “histórias de sucesso individuais têm de ser reproduzidas em toda a UE – em velocidade e em escala – a fim de ajudar a UE a cumprir os ambiciosos objetivos do seu Pacto Ecológico Europeu”.

Os prémios LIFE reconhecem os projetos mais inovadores, inspiradores e eficazes nos domínios da proteção da natureza, do ambiente e da ação climática. Os vencedores foram selecionados entre 15 finalistas.

A UE atribuiu ainda um “prémio especial de adaptação à Covid-19” ao projeto “PrepAIR”, de Itália, que monitorizou e melhorou a qualidade do ar para 23 milhões de pessoas no Vale do Pó (entre os Alpes e os Apeninos), e ajudou outro projeto italiano a investigar a ligação entre a poluição atmosférica e a propagação da covid-19.

O programa LIFE é o instrumento de financiamento da UE para o ambiente e a ação climática. Desde 1992 já cofinanciou cerca de 5.400 projetos em toda a UE e em países terceiros. O orçamento para 2014-2020 foi fixado em 3,4 mil milhões de euros, e para o próximo orçamento (2021-2027) a Comissão propõe aumentar o financiamento em quase 60%.

Os responsáveis do projeto português de “fruta feia” explicam na sua página que na Europa cerca de 30% das frutas e legumes é desperdiçado devido à aparência. Na origem do projeto está o facto de os consumidores ao irem ao supermercado escolherem a fruta mais bonita, e como os supermercados não vendem a fruta feia deixaram de a comprar aos agricultores, pelo que 30% da fruta ia para o lixo devido à cor, tamanho e formato.

A cooperativa de consumo “Fruta Feia” compra diretamente aos agricultores os produtos rejeitados pelos supermercados e vende-os aos consumidores em pontos de entrega. Em cada semana cada ponto de entrega com 300 consumidores salva mais de uma tonelada de frutas e legumes.

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Vendas de seguros: Saúde e multiriscos estão anti-ciclo negativo

  • ECO Seguros
  • 21 Outubro 2020

Os números de setembro indicam que o mercado dos seguros de Vida tem uma quebra anual de 43% relativamente a 2019 e os seguros Não Vida conseguem crescer 4%. Há ramos em bom ritmo de crescimento.

A venda de seguros voltou em setembro a um menor decrescimento depois de um mês de agosto muito negativo, revela o relatório mensal relativo aos nove primeiros meses do ano, produzido pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores junto dos seus associados que são as seguradoras que juntas representam mais de 99% da produção de seguros em Portugal.

No mercado total a quebra de vendas em setembro foi de 12% estando o resultado do ano em -23%, todos estes dados relativamente a igual período de 2019. O ramo Vida continua a ser o responsável, e concretamente os produtos PPR, por uma quebra de 43% no ramo.

A quebra de produtos de Capitalização que, tal como o PPR, tem a sua atratividade muito relacionada com o nível de taxas de juro existente no mercado foi de -27% nos 9 primeiros meses, mas apenas -3% em setembro. Os produtos Vida de risco puro, bastante utilizados em conjunto com o crédito à habitação, têm estado positivos, +2% desde o início do ano e +7% em setembro.

Os ramos Não Vida mantêm uma subida relativamente ao ano passado de 4% incremento igualmente verificado no mês de setembro. Nestes ramos os produtos multiriscos Habitação e Empresas mostraram taxas de crescimento significativas de 11% e 21% respetivamente durante setembro.

Os seguros de saúde/doença continuam com um ritmo de crescimento anual de 9%, um incremento que se manteve ao longo da crise pandémica. Já Seguros de Acidentes de Trabalho, cuja produção foi afetada pelo lay-off e encerramento de empresas, e Automóvel, com uma parcela importante atingida pela descida abrupta de vendas de veículos, deram sinais positivos em setembro com subidas pouco relevantes mas já contrária a habitual quebra de produção verificada nos meses até agora mais críticos do período pandémico.

Produção de seguros Janeiro a setembro em 2020 e evolução face a 2019

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Iberdrola acelera crescimento nos EUA com compra da PNM Resources por sete mil milhões

  • Lusa
  • 21 Outubro 2020

A elétrica espanhola Iberdrola anunciou esta quarta-feira a aquisição da congénere PNM Resources, que opera nos estados norte-americanos do Novo México e Texas, por cerca de sete mil milhões de euros.

A elétrica espanhola Iberdrola anunciou esta quarta-feira a aquisição da congénere PNM Resources, que opera nos estados norte-americanos do Novo México e Texas, por 8,3 mil milhões de dólares (cerca de 7,0 mil milhões de euros), incluindo dívida.

Ainda sujeita à aprovação dos acionistas da PNM Resources e das respetivas autorizações regulatórias, a operação – descrita como “uma transação amigável” e a realizar através de uma fusão – deverá ficar concluída em 2021, refere a Iberdrola em comunicado.

A concretizar através da Avangrid, subsidiária norte-americana da Iberdrola, a transação “dará origem a uma das maiores empresas do setor norte-americano, com 10 empresas de energia reguladas em seis estados (Nova Iorque, Connecticut, Maine, Massachusetts, Novo México e Texas), e à terceira maior operadora de renováveis dos Estados Unidos, com uma presença total em 24 estados”.

A companhia terá ativos superiores a 40 mil milhões de dólares (cerca de 33,74 mil milhões de euros), um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) de aproximadamente 2,5 mil milhões de dólares e um lucro líquido na ordem dos 850 milhões de dólares (716,8 mil milhões de euros).

Citado no comunicado, o presidente da Iberdrola e da Avangrid refere que a operação se insere na estratégia seguida pela empresa “há mais de 20 anos”: É uma transação “amistosa, focada em negócios regulamentados e energias renováveis, em países com boa classificação de crédito e estabilidade jurídica e regulatória, que oferecem oportunidades para crescimento futuro”, afirma Ignacio Galán.

A combinação da Avangrid e da PNM gerará mais de 4,1 milhões de pontos de abastecimento, uma base de ativos regulados (RAB) de 14,4 mil milhões de dólares (cerca de 12,1 mil milhões de euros), mais de 168.000 quilómetros de redes e aproximadamente 10,9 Gigawatts de capacidade instalada, permitindo ao grupo Iberdrola “acelerar o crescimento nos Estados Unidos”.

Salientando que esta operação “contribuirá positivamente para os resultados desde o primeiro ano”, o grupo Iberdrola recorda tratar-se da oitava transação corporativa desde o início da pandemia da covid-19, após as aquisições em França (St Brieuc e Aalto Power), Austrália (Infigen), empresas eólicas ‘offshore’ na Suécia e Japão e projetos eólicos terrestres na Escócia e no Brasil. A Iberdrola possui atualmente 1.900 Megawatts renováveis e 1.400 Megawatts em carteira nos estados do Novo México e do Texa, tendo ainda iniciado atividade comercial no Texas.

Na sequência da operação hoje anunciada, os acionistas da PNM receberão aproximadamente 4,318 mil milhões de dólares (3,64 mil milhões de euros), com o valor implícito da empresa a situar-se nos 8,3 mil milhões de dólares (7,0 mil milhões de euros), considerando a dívida líquida mais ajustes de aproximadamente 4,0 mil milhões de dólares (3,37 mil milhões de euros).

O preço da compra representa um prémio de 10,0% sobre o preço das ações da PNM da passada terça-feira, 20 de outubro, e de 19,3 % sobre o preço médio dos títulos da PNM nos últimos 30 dias. Uma vez que a PNM e as suas subsidiárias operam num setor regulado, as autorizações para a transação serão requeridas a nível estatal (New Mexico Public Relation Comission e Public Utility Commission of Texas) e a nível federal ( Federal Energy Regulatory Comission e Hart Scott Rodino Clearance, Commitee on Foreign Investment in the United States, Federal Communications Commission e Nuclear Regulatory Commission).

Lucro líquido da Iberdrola sobe 4,7% e soma 2.681 miilhões até setembro

O lucro líquido da Iberdrola subiu 4,7%, para 2.681 milhões de euros, até setembro face ao mesmo período de 2019, com resultados impulsionados pelo aumento da capacidade instalada renovável, evolução operacional do negócio renovável e geração de clientes.

Em comunicado divulgado esta quarta-feira a elétrica espanhola destaca o aumento de 3,2% do EBTIDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) ajustado, para 7.561,5 milhões de euros, e a subida de 23% do investimento, para o “valor recorde” de 6.638,1 milhões de euros.

“Apesar das dificuldades do contexto que estamos a viver, a aceleração dos nossos investimentos e as enormes oportunidades que se apresentam mantêm-nos como um dos principais motores da reativação económica e da criação de empregos, ao mesmo tempo que melhoramos os nossos resultados financeiros”, afirma o presidente do grupo, Ignacio Galán, citado no comunicado.

A Iberdrola aponta um impacto da Covid-19 de 308 milhões de euros ao nível do lucro operacional líquido (EBIT) e de 203 milhões de euros no lucro líquido, “devido ao efeito na procura e nas provisões por insolvências”.

Ainda assim, refere uma “progressiva normalização da procura e dos preços de energia em Espanha, no Reino Unido e no Brasil, enquanto países como os Estados Unidos e Brasil avançam na implementação de medidas regulatórias de recuperação”.

Até setembro, os investimentos do grupo Iberdrola em renováveis aumentaram 52%, representando 54% do total de 6.638 milhões de euros investidos no período. “O grupo soma 4.600 novos megawatts (MW) de potência nos últimos 12 meses – quase 1.300 MW no terceiro trimestre – e avança na construção de 7.600 MW”, lê-se no comunicado, que refere ainda que “os investimentos em redes aumentaram 5,5 % e representaram 38% do total” e “a carteira de projetos chega a mais de 70.000 MW no mundo”.

Os dados revelados esta quarta-feira reportam um cash flow de 5.960 milhões de euros, com melhoria dos rácios de solvência, sendo que a liquidez do grupo ultrapassava no final de setembro os 13.800 milhões de euros, “cobrindo 30 meses de necessidades financeiras”.

Até final do ano, a Iberdrola diz continuar “a estimar um crescimento do lucro líquido de dígito médio/alto, impulsionado pela eficiência operacional e esforço de investimento”, mantendo um dividendo provisório para 2020 de, “pelo menos, 0,168 euros brutos por ação” e reafirmando o seu objetivo de investimento de 10.000 milhões de euros, apesar do impacto da pandemia.

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