Arménio Carlos sai da CGTP em fevereiro mas novo secretário-geral só é escolhido no congresso
Arménio Carlos deixa a CGTP em fevereiro, ainda não se sabe quem será o próximo secretário-geral, mas já se falam em nomes como Rogério Silva, da Fiequimetal, ou José Correia, do STAL.
Arménio Carlos deixa a CGTP em fevereiro, mas ainda não se sabe quem será o próximo secretário-geral, mantendo-se a dúvida até ao congresso, embora se destaquem nomes como Rogério Silva, da Fiequimetal, ou José Correia, do STAL.
O secretário-geral da Intersindical completou 64 anos em junho e, por isso, está prestes a terminar o seu segundo e último mandato.
Ao longo das últimas semanas, a agência Lusa contactou vários dirigentes da CGTP, de várias linhas políticas, para tentar saber que nome ou nomes estão em discussão no seio da central sindical, mas todos foram unânimes em dizer que essa discussão ainda não está a ser feita nos órgãos competentes.
No entanto, informalmente, vários nomes vão sendo falados. Há quem diga, por exemplo, que o cargo ocupado por Arménio Carlos passará para uma mulher, talvez para mostrar a importância que a central tem dado à questão da igualdade.
Olhando para os 29 elementos da atual Comissão Executiva, destacam-se três mulheres que poderiam, eventualmente, suceder a Arménio Carlos – Ana Pires, Isabel Camarinha e Fátima Messias –, mas os seus nomes acabam por perder força, por um motivo ou por outro.
Ana Pires é uma jovem sindicalista, a rondar os 40 anos, que começou o seu percurso na Interjovem, esteve no Sindicato do Comércio e Serviços e está há quatro anos no executivo da Inter.
Tem tido alguma visibilidade, ao lado de Arménio Carlos, sobretudo na Concertação Social, a cujas reuniões comparece enquanto responsável pela área do emprego. Quem lhe reconhece qualidades para liderança, também considera que precisa de mais experiência.
Isabel Camarinha está na Comissão Executiva da CGTP há quatro anos, por ter assumido a presidência da Federação dos Sindicatos do Comércio e Serviços, uma estrutura sindical considerável, mas dizem que é ali que a sindicalista faz mais falta.
Fátima Messias poderia ser uma boa candidata a secretária-geral, pois está desde 2004 no executivo da CGTP, onde tem sido responsável pela área da igualdade. O seu longo percurso sindical levou-a à coordenação da federação sindical que agrega os sindicatos da construção, cimentos e cortiças, mas é prejudicada, à partida, por ser mulher de Arménio Carlos.
Os três dirigentes mais antigos e com mais protagonismo que ficam para mais um mandato na Comissão Executiva da Inter não estão disponíveis para assumir a liderança da CGTP, se isso fosse uma hipótese, que parece pouco provável, pois seria apenas por quatro anos.
José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans, Mário Nogueira da Fenfrof, e Libério Domingues, da União dos Sindicatos de Lisboa, de 62 anos, não pretendem abandonar a liderança das respetivas estruturas sindicais.
De entre os dirigentes que têm condições para permanecer mais anos na direção da central, que pertencem à maioria comunista e lideram estruturas sindicais muito representativas, destaca-se Rogério Silva, coordenador da Fiequimetal, a ‘mega’ federação que aglutinou os sindicatos das indústrias elétricas, da metalúrgica e da química.
Rogério Silva, que ainda não tem 50 anos, começou por liderar a Interjovem, coordenando depois o seu sindicato (o das indústrias elétricas) e desde 2012 a Fiequimetal.
Este membro da Comissão Executiva da Inter foi considerado por todos os sindicalistas contactados pela Lusa como um bom candidato a secretário-geral, reunindo as condições necessárias para ser eleito.
O outro nome destacado foi o de José Correia, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), o maior sindicato português, com cerca de 70 mil sócios.
Este sindicalista foi considerado um bom candidato a secretário-geral, tendo em conta a representatividade do seu sindicato e por ter “um percurso sindical robusto”. É dirigente sindical desde 1995 e está na Comissão Executiva da CGTP desde 2012.
Obviamente que todas estas hipóteses podem não se concretizar, pois pode aparecer um candidato surpresa, o que, segundo as fontes consultadas, parece pouco provável.
As substituições que vão ocorrer na Comissão Executiva pela questão da idade não deverão criar possibilidades de surpresa.
Por exemplo, a dirigente católica Deolinda Machado será substituída por outro católico, em principio o professor universitário Sérgio Dias Branco.
Os três socialistas que saem do executivo (Carlos Trindade, Carlos Tomás e Fernando Jorge Fernandes) serão substituídos por outros tantos sindicalistas socialistas.
Nenhum dos que vão entrar por esta via poderá aspirar a ser secretário-geral, porque não pertence à maioria comunista.
Nos últimos meses várias uniões distritais da CGTP realizaram o seu congresso e elegeram novos corpos sociais e, dado que os coordenadores das principais uniões têm lugar na Comissão Executiva, também por aí vai haver renovação no executivo, mas não é espectável que surja daí um candidato a secretário-geral.
A Comissão Executiva do Conselho Nacional é constituída por um mínimo de 20 e um máximo de 30 membros eleitos pelo Conselho Nacional entre si, integrando, por inerência de funções, os coordenadores das principais federações e uniões da CGTP-IN e o secretário-geral.
Cabe a este órgão, que atualmente é composto por 29 sindicalistas, apresentar ao Conselho Nacional uma proposta para a eleição do secretário-geral.
O atual Conselho Nacional da Intersindical, composto por 147 elementos, aprovou na segunda-feira a lista de candidatos a este órgão que será votada no XIV congresso da CGTP, que se realiza a 14 e 15 de fevereiro, no Seixal.
O novo Conselho Nacional, que será eleito após o encerramento do primeiro dia de trabalhos do congresso, fará a sua primeira reunião de imediato, para que seja escolhido o novo secretário-geral, que irá encerrar a reunião magna.
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