Lucros do Santander caem pela primeira vez desde 2012. Ganha 6.515 milhões de euros
Brexit, mas também os custos de reestruturação levados a cabo em vários mercados, levaram a uma quebra nas contas do banco espanhol.
O Santander fechou o último ano com um lucro de 6.515 milhões de euros, tendo o Santander Totta, em Portugal, contribuído com 525 milhões de euros. O banco espanhol registou uma quebra de 17% nos resultados líquidos face ao exercício anterior, o que não acontecia desde 2012.
Na informação que enviou à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o grupo sublinha que o resultado foi alcançado depois do ajustamento do fundo de comércio no Reino Unido, devido ao Brexit, e dos custos de reestruturação levados a cabo em vários mercados, como o espanhol.
O Santander também realça que alcançou o seu maior “lucro atribuível” de sempre, 2.783 milhões de euros, no quarto trimestre, 35% superior ao do mesmo período do ano anterior.
A presidente do grupo bancário espanhol, Ana Botín, disse que os resultados de 2019 refletem o sucesso da estratégia do banco, o que lhe permitiu continuar “com um crescimento previsível, sustentável e equilibrado”.
De acordo com o relatório de resultados, o Santander alcançou receitas recorde de mais de 49.000 milhões de euros, 2% mais, graças ao crescimento das receitas dos clientes nas Américas, Santander CIB (Corporate and Investment Banking) e Wealth Management & Insurance (banca privada, gestão de ativos e seguros).
A rentabilidade do capital próprio tangível (ROTE – return on tangible equity) era de 11,8% no final de 2019, enquanto o rácio de eficiência atingiu os 47%.
Por outro lado, a taxa de crédito malparado foi reduzida em 41 pontos base ao longo do ano, para 3,32%.
Por área geográfica, a Europa contribuiu com 47% para o “lucro ordinário” do grupo, a América do Sul com 37% e a América do Norte com 16%.
O Brasil foi novamente o maior contribuinte, com 28% do “lucro total ordinário”, seguido pela Espanha (15%), Santander Consumer Finance (13%), Reino Unido (11%), México (9%) e EUA (7%).
“Em Portugal, o lucro ordinário aumentou 10%, para 525 milhões, graças a melhorias na eficiência e ao baixo custo do crédito”, afirma o grupo bancário espanhol.
O Santander também “reforçou a sua posição como o maior banco privado de Portugal”, com uma quota de mercado de cerca de 20% em empréstimos a empresas e hipotecas.
Ainda em Portugal, os empréstimos caíram 1%, enquanto os depósitos aumentaram 6%. Os custos desceram 3%, devido à revisão e simplificação dos processos internos e à otimização da rede de sucursais, informa o Santander.
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