“Deslize” no Airbnb pôs contas no vermelho. Plataforma teve prejuízo de 322 milhões entre janeiro e setembro
Acreditava-se que o Airbnb seria uma das startups de Silicon Valley a gerar lucros. Mas as contas da empresa entraram no vermelho nos primeiros nove meses de 2019.
O Airbnb tem revolucionado o negócio do alojamento em todo o mundo e quer entrar em bolsa este ano. Mas novos dados sobre o estado financeiro da empresa estão a suscitar dúvidas sobre o futuro de uma das principais startups de Silicon Valley.
A empresa, responsável pela maior plataforma de alojamento local do mundo, terá passado de centenas de milhões de dólares de lucros a centenas de milhões de dólares de prejuízos nos primeiros nove meses de 2019. O resultado líquido entre janeiro e setembro do ano passado foi negativo em 322 milhões de dólares, uma perda que compara com os lucros de 200 milhões no mesmo período de 2018.
Esta informação foi revelada pelo The Wall Street Journal (acesso pago), que cita “pessoas próximas da empresa”. O agravamento dos resultados do Airbnb é explicado com um súbito aumento das despesas e surge numa altura crítica para a startup, que está a preparar-se para entrar na bolsa norte-americana.
Segundo o jornal, o “deslize” nas contas do Airbnb poderá ter impacto negativo na avaliação da empresa na oferta pública inicial (IPO). Até aqui, acreditava-se que o negócio era lucrativo, o que poderia representar uma lufada de ar fresco para os investidores, escaldados pelo fraco desempenho de outras startups que entraram em bolsa, como a Uber e a Lyft, ou a queda da WeWork antes mesmo de chegar a Wall Street.
A plataforma Airbnb permite aos proprietários de imóveis acederem a uma “montra” mundial de alojamento local. A empresa tem forte presença em Portugal e tem mudado o setor em regiões como Lisboa, Porto e Algarve. A empresa gera receitas com as comissões cobradas nas transações entre proprietários e hóspedes e, na última ronda de financiamento, tinha sido avaliada em 31 mil milhões de dólares.
O jornal norte-americano destaca ainda um outro obstáculo no IPO do Airbnb: a epidemia de coronavírus, que já provocou mais de 1.000 mortes em todo o mundo. O surto começou na China, um dos mercados mais relevantes para o crescimento da empresa, sendo que o The Wall Street Journal fala numa queda de 80% no negócio do Airbnb nesse mercado este ano, comparativamente com o ano de 2019.
A empresa entra, assim, numa corrida contra o tempo, depois de ter prometido que iria entrar na bolsa “algures em 2020”. No passado, o jornal também deu conta de que a administração da startup, liderada por Brian Chesky, estaria sob pressão dos próprios funcionários, ansiosos por poderem vender as ações que acumularam ao longo de anos como remuneração em opções de compra.
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