Vão nascer 7.500 apartamentos em Lisboa. Metro quadrado pode chegar aos 9.500 euros
Nos próximos dois a três anos, vão nascer no Porto, Lisboa e Algarve quase 18.000 novos apartamentos. Mas o preço não será para todas as carteiras.
Os lisboetas vão ver nascer na capital mais de sete mil apartamentos nos próximos dois a três anos, a maioria no centro da cidade, cujo valor do metro quadrado poderá chegar aos 9.500 euros. Estes números são estimados pela consultora imobiliária Savills, que antecipa um ano de muita reabilitação urbana. No Porto vão nascer menos habitações, com os preços de venda também mais baixos, na casa dos 4.000 euros o metro quadrado.
As estimativas são feitas com base nos 17.780 projetos de licenciamento que estão agora em pipeline em todo o país. A maior parte, como seria de esperar, vai crescer em Lisboa, num total de 7.550 apartamentos, a maioria T1 e T2. A maior “fatia” deste universo (2.400) está localizada nas freguesias de Campo de Ourique, Estrela, Santo António, Misericórdia e Santa Maria Maior, cujo valor de transação ficará entre os 7.000 e os 9.500 euros o metro quadrado, refere o Residencial Market Report, apresentado esta quinta-feira pela consultora imobiliária.
Recorde-se que, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao terceiro trimestre de 2019, o preço médio do metro quadrado estava nos 3.205 euros.
Analisando a capital por zonas, atrás do centro da cidade aparece a chamada zona envolvente, que compreende a fronteira entre Olivais e Benfica. Aqui vão nascer 1.150 apartamentos e a maioria será construção nova. Em terceiro aparece a zona de Arroios, com 720 unidades esperadas. Segundo Eurico Alves, research analyst da Savills, esta zona “sofreu uma reorganização administrativa em 2013” e, nos últimos sete anos, observou um crescimento médio dos preços de 14%. Mas “a tendência é para abrandar”.
Em termos de freguesias, com base nestes projetos que irão nascer, Santo António será a mais cara para comprar casa, onde o metro quadrado custará 9.500 euros, à frente de Santa Maria Maior (9.000 euros) e da Misericórdia (8.000 euros). Em termos de zonas mais baratas, as melhores opções serão Santa Clara (3.000 euros o metro quadrado) e os Olivais (3.500 euros).
Porto vai ter 5.830 apartamentos. Com preços mais baixos do que em Lisboa
A oferta também vai aumentar no Porto. Isto porque, de acordo com a Savills, a Invicta vai receber nos próximos dois a três anos 5.830 apartamentos, a maioria localizados no centro histórico. Na zona de Cedofeita, Miragaia, Santo Ildefonso, São Nicolau, Sé e Vitória esperam-se 2.400 unidades habitacionais, com valores de cerca de 3.200 euros o metro quadrado. Contudo, Eurico Alves salientou que, nesta zona, a tendência é para abrandar, depois de um crescimento de 14% nos preços nos últimos sete anos.
Mas na zona de Paranhos também vai crescer a oferta. Aqui, onde a taxa de crescimento dos preços foi de 9%, vão nascer 1.100 apartamentos, com preços a rondar os 3.000 euros o metro quadrado. Contudo, é uma zona que “vai crescer imenso nos próximos anos”, salientou o research analyst. Em terceiro aparece o Bonfim, com 660 apartamentos estimados, com preços à volta dos 3.200 euros o metro quadrado. Também nesta zona, que cresceu 10% desde 2013, a tendência será de crescimento.
Durante a apresentação do estudo, Eurico Alves destacou ainda a zona de Campanhã, que continua a ser a mais barata do Porto. Aqui será “criada uma nova cidade dentro do Porto”, esperando-se 230 apartamentos num futuro próximo, a maioria T1, com valores a rondar os 2.800 euros o metro quadrado. É uma zona que “vai continuar a valorizar, mas está no limite inferior de preços, o que dá uma maior margem de crescimento”.
O especialista notou ainda que, nas zonas de Ramalde e Paranhos irá nascer mais oferta de habitação para a classe média.
Algarve será marcado por branded residences
Para o Algarve estão destinados 4.400 apartamentos, estima a Savills, que nota que o “foco” dos investidores/promotores imobiliários está a desviar-se do centro de Portimão e de Albufeira.
Desse total, para a zona do famoso “Triângulo Dourado” — Vale do Lobo, Quinta do Lago e Vilamoura — esperam-se 1.400 apartamentos de luxo, sendo que metade deverá ficar pronta dentro de dois anos, adiantou Eurico Alves. Esta é uma tendência observada pela Savills no Algarve, que tem a ver com as branded residences, ou seja, apartamentos de luxo propriedade de marcas hoteleiras. Nesta zona, a maioria destes projetos deverá estar concluído em março de 2021, com destaque para o “W Algarve Residences”, do Grupo Marriott, que vai contar com 83 vilas e 134 quartos.
Nas nacionalidades que investem nesta zona, os britânicos lideram, representando cerca de um terço do total. De acordo com o research analyst, “o Brexit trouxe um aumento dos compradores internacionais” para o mercado imobiliário, “e assim deve continuar”. Atrás aparecem os franceses, os alemães, os irlandeses e os belgas. E “não deverá haver uma grande alteração nos próximos três anos”, diz Eurico Alves. Até ao momento, os dez primeiros compradores são todos de nacionalidades diferentes, e apenas um é português, adiantou o especialista.
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