DBRS mantém rating. Alerta que economia portuguesa vai desacelerar com o vírus
A agência canadiana mantém assim a classificação de “BBB (high)” para dívida pública portuguesa, com uma perspetiva “estável” –, três níveis acima de “lixo” financeiro.
Em plena crise pandémica do novo coronavírus, a DBRS não fez qualquer alteração ao rating soberano nacional. A agência canadiana mantém assim a classificação de “BBB (high)”, com uma perspetiva “estável” –, três níveis acima de “lixo” financeiro, mas deixa o alerta para o “enfraquecimento” da economia por causa do Covid-19.
“A economia portuguesa vai desacelerar este ano à medida que a pandemia enfraquece a procura global”, alerta a agência de notação financeira canadiana.
“A natureza pequena e aberta da economia portuguesa torna-a vulnerável à turbulência financeira e económica provocada pela atual crise global da saúde“, começa por explicar a DBRS, prevendo por isso que “haja uma disrupção económica considerável em 2020 devido à rápida disseminação do coronavírus (Covid-19)”.
Neste sentido, a agência antecipa que “no mínimo”, a economia portuguesa desacelerará nos primeiros trimestres do ano, perante o declínio dos fluxos turísticos, da confiança do consumidor e do enfraquecimento do sentimento industrial. Alerta ainda que a gravidade da desaceleração económica “dependerá da profundidade e duração do choque”.
Apesar da turbulência imposta pela crise do coronavírus, a agência diz que a manutenção do outlook estável para o rating nacional “reflete a avaliação do DBRS Morningstar em torno de vários dos principais indicadores de classificação de Portugal”, destacando alguns elementos positivos que tornam a economia portuguesa melhor preparada para enfrentar o atual cenário.
“A economia portuguesa — tendo-se diversificado nos últimos anos para ter exportações de maior qualidade e aumento do investimento do setor privado — está numa posição mais forte do que na crise anterior e mais capaz de apoiar um crescimento equilibrado”, especifica.
Neste âmbito, destaca o resultado orçamental que ficou praticamente equilibrado no ano passado e a relação dívida/PIB que está “a cair a um ritmo saudável”. “Isso permite algum espaço orçamental para amortecer o choque”, acrescenta. Apesar de dizer que “grandes reformas económicas parecem improváveis” em Portugal, a agência destaca o “claro compromisso entre os partidos políticos para uma boa gestão orçamental e redução da dívida pública”.
Contudo, volta também a lembrar o elevado nível de endividamento público. “Os legados da crise da área do euro continuam a apresentar vulnerabilidades, incluindo a dívida pública elevada”, diz.
(Notícia atualizada às 21h41)
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