Mesmo antes do vírus, FMI já previa recessão em Itália
O FMI divulgou uma análise que fez à economia italiana antes do vírus e já antecipava uma recessão. O problema é ainda maior agora que o país é o mais afetado pelo coronavírus em todo o mundo.
A prioridade em Itália é resolver o problema de saúde pública, mas os italianos têm de se preparar para a recessão económica que vem aí. Segundo uma análise do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada esta sexta-feira, a economia italiana já iria entrar em recessão em 2020 mesmo antes do surto do vírus ter tornado o país no mais afetado neste momento.
O relatório (Country Report) foi preparado com a informação disponível até 28 de janeiro e, por isso, não tem em conta a (quase) paralisação da economia italiana cujo objetivo é conter a propagação do vírus para não sobrecarregar o sistema de saúde, o que já está a verificar-se. Esta é a “correta prioridade de curto prazo” que conta com a solidariedade do FMI que “expressa a sua simpatia aos italianos e às autoridades pelo elevado custo humano e económico da pandemia“.
No entanto, é possível concluir que — mesmo sem aquele que se espera que seja um grande impacto na economia — Itália já ia entrar em recessão em 2020 com uma contração de 0,6% do PIB, segundo as previsões do FMI. De igual forma, a taxa de desemprego, o défice orçamental e a dívida pública já iriam subir.
Numa nota técnica noticiada pela Bloomberg há duas semanas, também os técnicos da Comissão Europeia antecipavam uma recessão em Itália, a já a contar com o impacto do vírus. Segundo a Lusa, o instituto de investigação italiano REF Ricerche prevê que a economia vá contrair 8% no primeiro semestre do ano. E no Ministério das Finanças italianos já se trabalha com um novo número: uma contração anual de 3%, de acordo com a Reuters.
O Fundo elogia as respostas “resolutas” das autoridades, incluindo as “mais recentes medidas decisivas”, mas pede que haja ação “coordenada” a nível regional (Zona Euro) e internacional para combater os efeitos adversos da pandemia. Certo é que “o surto amplificou muito as incertezas e os riscos descendentes relativos às perspetivas futuras” da economia italiana.
Quando passar o problema de saúde pública, o Fundo considera ser necessário implementar um “pacote de medidas amplo para aumentar o crescimento potencial e melhorar a resiliência”, o que deverá incluir reformas estruturais para subir a produtividade e o investimento, uma consolidação orçamental “credível” a médio prazo para baixar a dívida pública e medidas para ajudar o setor da saúde a nível financeiro.
A equipa do FMI está a monitorizar a crise de saúde e irá continuar a trabalhar para avaliar o impacto e as respostas políticas em Itália e a nível mundial.
(Notícia atualizada às 14h26 com mais previsões)
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