OCDE considera “pertinente” emissão de coronabonds na UE
"Outro exemplo da falta de coordenação na Europa relaciona-se com as ideias sobre as paralisações laborais (a tempo parcial) mas ninguém o está a fazer da mesma forma", diz a economista chefe da OCDE.
A economista chefe da OCDE, Laurence Boone, considera “pertinente” a emissão de dívida comum na Zona Euro e alerta para a falta coordenação entre os planos dos vários estados membros que estão a agir de forma unilateral.
Em entrevista ao jornal francês Les Echos, Boone explica que “é pertinente a ideia sobre instrumentos comuns capazes de financiar — de forma solidária — os gastos de saúde ou relacionados com a gestão por causa do coronavírus”.
Trata-se de um mecanismo “importante porque na União Europeia fazem-se poucas transferências numa altura em que o vírus afeta todos sendo que os países não têm todos os mesmos meios de enfrentar” o problema, assinalou a responsável da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
Para Laurence Boone, os países da União Europeia podem vir a utilizar o mecanismo sobretudo porque o Banco Central Europeu (BCE) já “cumpriu a sua parte” oferecendo condições de financiamento o que, afirmou, “tranquilizou” os mercados permitindo absorver as novas emissões de dívida que se preveem.
A economista francesa sublinha que a disparidade entre os planos apresentados pelos vários países europeus faz com que seja complicado fazer uma avaliação. “Outro exemplo da falta de coordenação na Europa relaciona-se com as ideias sobre as paralisações laborais (a tempo parcial) mas ninguém o está a fazer da mesma forma fazendo com as empresas estejam a tomar medidas diferentes nos vários países”, acrescentou.
Em termos gerais, Boone insiste que a “evidente falta de coordenação na gestão da crise” tem de ser corrigida.
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