Covid-19 já matou mais pessoas na Europa que na China. Há mais de 200 mil infetados no mundo

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Covid-19 já provocou 8.784 mortos em mais de 209.000 casos de infeção registados em 150 países, Europa superou já o número de mortes da China.

A pandemia de Covid-19 já provocou 8.784 mortos em mais de 209.000 casos de infeção registados em 150 países e territórios desde o início da epidemia, indicam números compilados hoje pela agência AFP com base em fontes oficiais.

A maioria das mortes foi registada na Europa (4.112) e na Ásia (3.384), segundo os dados recolhidos até às 18:30 de hoje.

A China, onde o surto do novo coronavírus, que provoca a doença Covid-19, eclodiu em dezembro de 2019, tem um total de 80.894 casos, incluindo 3.237 mortes e 69.601 curas.

Os países mais afetados depois da China são Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.161 casos), a Espanha, com 598 mortes (13.716 casos) e a França, com 264 mortes (9.134 casos).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou hoje o novo coronavírus como “um inimigo da humanidade”.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 5.067 casos suspeitos até hoje, dos quais 351 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou o Estado de Emergência.

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Covid-19: EIOPA alivia exigências a supervisores e seguradoras

  • ECO Seguros
  • 18 Março 2020

Maior flexibilidade para os supervisores, menos pedidos de informação às seguradoras e adiamento da análise de Solvência II, são decisões europeias que pede atenção à distribuição de dividendos.

“É provável que as seguradoras venham a enfrentar condições progressivamente difíceis no futuro imediato, tanto em termos de navegação em condições de mercado desafiadoras como na manutenção das operações, ao mesmo tempo que tomam medidas para proteger empregados e clientes”, antecipa a EIOPA.

A Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA), em estreita comunicação e cooperação com as outras Autoridades Europeias de Supervisão e o Conselho Europeu do Risco Sistémico, “tem vindo a monitorizar de muito perto a situação do Coronavírus/COVID-19, uma vez que o surto continua a causar perturbações nos agregados familiares e nas empresas“, introduz o comunicado da autoridade europeia presidida por Gabriel Bernardino.

Neste contexto, “é cada vez mais evidente que o surto está a ter consequências significativas para a economia global, incluindo os serviços financeiros”, prossegue a entidade europeia que competente para emitir orientações para situações adversas excecionais equiparáveis ao cenário da pandemia.

O comunicado da EIOPA versa sobre dois temas chave. Por um lado, a continuidade de negócio e, por outro, níveis de solvência e posição de capital das companhias que integram a indústria seguradora.

Sobre continuidade de negócio

É particularmente importante que as seguradoras sejam capazes de manter os serviços aos seus clientes. Neste sentido, as seguradoras devem estar prontas para implementar as medidas necessárias para assegurar a continuidade do negócio.

  • Para oferecer alívio operacional em reação ao coronavírus, as autoridades nacionais competentes (ANCs) devem ser flexíveis no que diz respeito ao cronograma de relatórios de supervisão e divulgação pública em relação ao final de 2019. A EIOPA irá coordenar as especificidades da abordagem.
  • Além disso, a curto prazo, a EIOPA limitará os seus pedidos de informação e as consultas à indústria aos elementos essenciais necessários para avaliar e monitorar o impacto da situação atual no mercado.
  • O prazo da Avaliação do Impacto Holístico para a Revisão da Solvência II de 2020 é prorrogado por dois meses, até 1 de junho de 2020. Em breve, a EIOPA comunicará detalhes sobre o adiamento de relatórios adicionais e requisitos de informação.

Na vertente dos requisitos de solvência e capitais próprios:

Ao abrigo do Solvência II, as companhias de seguros da UE são obrigadas a deter permanentemente fundos próprios elegíveis suficientes para cobrir o seu requisito de capital de solvência.
“O requisito de capital de solvência baseado no risco permite às empresas de seguros absorver perdas significativas e dar confiança aos segurados e beneficiários de que os pagamentos serão efetuados à medida que se vencerem”, assegura a autoridade europeia de seguros e pensões de reforma.

  • O quadro Solvência II inclui uma escala de intervenção de supervisão entre o requisito de capital de solvência e o requisito de capital mínimo, que é o nível mínimo de segurança abaixo do qual os recursos financeiros de uma empresa não devem descer. “Isto permite flexibilidade nos casos de situações extremas, incluindo medidas para prolongar o período de recuperação das seguradoras afetadas, por exemplo, tal como previsto no artigo 138º da Directiva Solvência II”, nota o comunicado da EIOPA.
  • Além disso, testes de esforço recentes demonstraram que o setor está bem capitalizado e é capaz de reter choques graves, mas plausíveis, no sistema.
  • O quadro Solvência II também inclui uma série de ferramentas que podem ser utilizadas para mitigar os riscos e impactos para o setor. A EIOPA e as entidades de supervisão nacionais [incluíndo a portuguesa ASF] estão prontas para implementar estas ferramentas, se e quando necessário, de forma coordenada, para assegurar que os segurados continuem protegidos e que a estabilidade financeira seja salvaguardada.

No entanto, ressalva a mesma fonte, “as seguradoras devem tomar medidas para preservar a sua posição de capital em equilíbrio com a proteção dos segurados, seguindo políticas prudentes de dividendos e outras políticas de distribuição, incluindo a remuneração variável”.

  • Apesar dos instrumentos e poderes existentes, e em conjunto com as autoridades nacionais e as outras internacionais, a EIOPA continuará a acompanhar a situação e tomará ou proporá às instituições da UE qualquer medida necessária para mitigar o impacto da volatilidade do mercado na estabilidade do setor segurador na Europa e salvaguardar a proteção dos tomadores de seguros.

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Imaginem que não tínhamos levado a evolução digital a sério? Steven Braekeveldt, CEO do grupo Ageas explica

O grupo Ageas melhorou coberturas dos seguros de Vida e Assistência dos profissionais de saúde e em três dias dispersou um call center pelas casas dos operadores. O CEO Steven Braekeveldt explica.

O grupo Ageas, que detém a Ageas Seguros, Ageas Pensões, Médis, Ocidental e Seguro Directo, é a segundo maior grupo do setor em Portugal e Steven Braekeveldt, o seu CEO. Este belga, nascido em 1960, ainda lembra as memórias familiares das dificuldades durante a segunda guerra e dos duros tempos de reconstrução que ouviu em casa na infância.

Enfrentando o estado de emergência, Steven desabafa: “Imaginem que não tínhamos levado a evolução digital a sério? Como é que agora comunicaríamos com os nossos Clientes? O contexto que vivemos hoje, será útil para aumentarmos o nível de conhecimento digital de todos”. Acrescenta a responsabilidade social de Ageas como empresa: “Com um papel ativo na sociedade, temos de estar também atentos para não criarmos um fosso digital na sociedade deixando para trás uma parte da população mais vulnerável e carenciada”.

Steven Braekeveldt, CEO do grupo Ageas, está em casa.

Sobre as relações, neste tempo, com Clientes, Fornecedores e Parceiros o CEO afirma: “continuamos a prestar os nossos serviços através de meios alternativos, procurando na medida do possível a minimização de impactos nos níveis de serviço e resposta das diversas áreas”.

Aponta o exemplo da Seguro Directo que conseguiu passar todo o seu centro de atendimento ao cliente para trabalho remoto em tempo recorde, a adaptação exclusiva do seguro de vida da Ageas Seguros para profissionais de saúde e da proximidade da Ageas Seguros aos seus clientes das ordens profissionais, em particular, os profissionais de saúde, adaptando o seu seguro de vida e coberturas de assistência para ajudar a minimizar impactos negativos.

Deste esforço retira que “temos toda uma organização dedicada e mobilizada e é incrível ver o nível de solidariedade e de cooperação entre todas as equipas nestes tempos difíceis”.

No Grupo Ageas Portugal as pessoas estão a trabalhar a partir de casa e com recurso à tecnologia. “Gerir uma empresa neste contexto é, acima de tudo, e em primeiro lugar gerir a segurança das nossas pessoas”, diz Steven, “é aí que está o nosso foco, em garantir a segurança dos nossos mediadores e colaboradores e guiá-los naquilo que acreditamos ser a melhor forma de agir neste momento”, conclui.

Um dos nossos focos tem sido a Médis, que está na linha da frente da crise a fomentar a literacia e a apoiar os seus Clientes através da Linha de Enfermeiros disponível 24 horas por dia”, refere o CEO, mas “assumimos também o dever de informar e promover o conhecimento responsável daquilo que os nossos Clientes podem esperar do Grupo Ageas Portugal e das suas marcas”.

Facto relevante da ação do grupo tem sido o facto de toda a oferta de seguros da Ageas Seguros, Ageas Pensões, Médis, Ocidental e Seguro Directo continuar em comercialização. Foi visível nas últimas semanas, as grandes seguradoras internacionais começarem a reduzir coberturas em novas apólices nos mercados mais ameaçados pelo coronavirus.

Para a empresa e para o setor “o impacto não será apenas financeiro, ainda que este já se reflita no preço das ações, no imobiliário, e na propagação do risco que aumenta e com a qual toda a economia terá de lidar”, garante Steven Braekeveldt, acrescentando que “teremos também de lidar com o impacto da falta de contacto social – nas pessoas que se viam e interagiam todos os dias. Temos o desafio e o dever de refletir sobre a cultura da empresa e como alimentá-la neste contexto de trabalho remoto”.

Tentando ver um lado bom: “Sim, os sinistros podem reduzir mas, por outro lado, os custos de saúde vão aumentar e sendo esta uma situação desconhecida para todos (independentemente do setor) estamos a tentar tomar as melhores decisões”, conclui Steven Braekeveldt.

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IATA considera insuficientes medidas europeias para proteger companhias aéreas

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Face às fortes restrições no espaço aéreo mundial e aos cancelamentos de voos, as novas guias da CE, publicadas na terça-feira, são "dececionantes e de pouca ajuda" para a associação.

As novas recomendações da Comissão Europeia (CE) sobre os direitos dos passageiros, no contexto da pandemia de Covid-19, são insuficientes, segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), que aponta para as compensações aos passageiros pelo cancelamento de voos.

Face às fortes restrições no espaço aéreo mundial e aos cancelamentos de voos, as novas guias da CE, publicadas na terça-feira, são “dececionantes e de pouca ajuda”, assinalou a IATA, que representa cerca de 300 transportadoras aéreas de todo o mundo, num comunicado conjunto com a plataforma Airlines for Europe (A4E).

Ainda assim, a IATA e a A4E manifestaram a sua esperança em que, de acordo com as novas linhas traçadas pela CE, muitas compensações não tenham que ser pagas, já que os cancelamentos por proibição de voos ou por procura extremamente baixa, são consideradas “circunstâncias extraordinárias” em que não se aplicaria o direito de o passageiro ser indemnizado.

As companhias aéreas tinham também pedido a Bruxelas a suspensão de outras obrigações para com os passageiros em caso de cancelamento de voos por causa da Covid-19, e para poderem usar com mais flexibilidade o reagendamento de voos ou os cupões de oferta (‘vouchers’) como forma de pagamento aos clientes.

Mas, segundo as entidades que representam as transportadoras aéreas, tais pretensões foram ignoradas pela CE.

Não se deu flexibilidade, nem se limitaram as obrigações num período de crise para a indústria da aviação, o que significa que as linhas aéreas são potencialmente responsáveis pelos passageiros que tenham ficado fechados por decisões estatais de encerrar as fronteiras”, lamentam as entidades.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença. O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou esta quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Esta noite, o Presidente da República decretou o estado de emergência em Portugal, por 15 dias, devido à pandemia de Covid-19. O anúncio foi feito por Marcelo Rebelo de Sousa numa comunicação ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, depois de ouvido o Conselho de Estado, ter obtido o parecer positivo do Governo e a aprovação do decreto pela Assembleia da República, em Lisboa.

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AHRESP considera medidas de apoio positivas, mas insuficientes

  • Lusa
  • 18 Março 2020

A Associação de Hotelaria e Restauração considera que as novas medidas aprovadas pelo Governo para combater os efeitos do Covid-19 “são positivas”, mas entende que é necessário ir mais além.

A Associação de Hotelaria e Restauração considera que as novas medidas aprovadas pelo Governo para combater os efeitos do Covid-19 “são positivas”, mas entende que é necessário ir mais além, sobretudo no apoio direto à tesouraria das empresas.

Em comunicado, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) assinala a relevância das novas medidas de apoio à economia apresentadas esta quarta-feira pelos ministros das Finanças e da Economia, destacando o reforço das linhas de crédito ou os pagamentos fracionados do IVA e da entrega das retenções na fonte, mas considera que “não são suficientes”, sendo necessário um apoio direto “rápido e simplificado “à tesouraria das empresas”.

Garantir segurança de tesouraria e injetar liquidez nas empresas de forma imediata e eficaz é a prioridade para a manutenção dos negócios e dos milhares de postos de trabalho dos nossos setores de atividade”, refere a AHRESP, acrescentando que aguarda “com muita expectativa, no âmbito das novas linhas de crédito anunciadas, quais as entidades interlocutoras e os respetivos mecanismos de acesso pelas nossas empresas”.

Neste contexto, alerta ser “da maior relevância assegurar uma plena intervenção das Sociedades de Garantia Mútua, que serão entidades fulcrais na disponibilização destas novas linhas de crédito”.

A associação indica ser “igualmente urgente que a linha de microcrédito com a dotação de 60 milhões de euros seja urgentemente disponibilizada a todas as empresas da atividade turística, designadamente restauração, empreendimentos turísticos, e em particular hotelaria independente”.

No âmbito do calendário dos compromissos das empresas com os bancos, a associação insiste que este deve “efetivamente ser suspenso” e salienta que a moratória, anunciada esta quarta-feira, “tem urgentemente de ser colocada em prática”.

O âmbito de algumas das medidas hoje anunciadas pelo Governo foi analisado, na terça-feira, durante uma reunião dos responsáveis da AHRESP no Ministério da Economia e na qual esta associação deixou várias propostas, nomeadamente o lançamento de uma linha de apoio à tesouraria de 1.000 euros por mês por trabalhador ou o ajustamento do processo de ‘lay-off’.

Nesse encontro, a associação propôs igualmente que os estabelecimentos de alojamento e restauração possam funcionar, se necessário e sob a orientação das autoridades competentes, para acolher e alimentar doentes, profissionais de saúde e todo o sistema de proteção civil, apoiando os que estão na primeira linha de combate à Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou esta quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois. Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

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Parlamento aprova suspensão de despejos

  • Lusa
  • 18 Março 2020

O Parlamento aprovou uma proposta do BE para suspender ações de despejo devido à pandemia da Covid-19 e uma do PCP para impedir denúncias de contratos de arrendamento de casas.

O Parlamento aprovou esta quarta-feira uma proposta do Bloco de Esquerda para suspender ações de despejo devido à pandemia da Covid-19 e uma do PCP para impedir denúncias de contratos de arrendamento de casas.

A Assembleia da República aprovou, em votação final global, a proposta de lei do Governo que determina medidas excecionais e temporárias de resposta à Covid-19, com a abstenção do PCP, PEV e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

Entre as várias propostas de alteração apresentadas pelos partidos, foi ainda aprovada, por iniciativa do BE, a suspensão de ações de despejo, procedimentos especiais de despejo e os processos para entrega de imóveis arrendados “se o arrendatário, por força da decisão judicial final a proferir, possa ser colocado em situação de fragilidade por falta de habitação própria”.

Esta proposta teve luz verde graças ao voto a favor de todas as bancadas, com exceção do CDS-PP e do Chega.

Foi também aprovada, por proposta do PCP, a suspensão dos “efeitos das denúncias de contratos de arrendamento habitacional e não habitacional efetuadas pelo senhorio” e da “execução de hipoteca sobre imóvel que constitua habitação própria e permanente do executado”.

A proposta dos comunistas foi viabilizada com a abstenção do CDS-PP e Iniciativa Liberal e os votos a favor das restantes bancadas e deputados. Estas duas alterações foram introduzidas no artigo da proposta de lei que se reporta às férias judiciais durante a crise do novo coronavírus.

O Parlamento aprovou ainda um requerimento do PS para dispensa do prazo de reclamação de todas as iniciativas legislativas aprovadas para que as medidas possam entrar já em vigor.

Durante as votações, as propostas do BE e PCP para evitar a suspensão do fornecimento às famílias de gás, luz, água e comunicações foram inicialmente aprovadas, mas, devido à alteração do sentido de voto do PSD, acabaram por ser chumbadas.

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Markit prevê contração de 1,5% da economia do euro em 2020

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Consultora diz que a pandemia da Covid-19 vai provocar "graves danos, através do comércio, das viagens e do turismo, dos mercados financeiros e do sentimento [de receio da população]".

A consultora britânica IHS Markit antecipou esta quarta-feira uma recessão na zona euro, devido ao impacto do novo coronavírus, prevendo uma contração de 1,5% em 2020, mas recuperando com um crescimento de 1% em 2021 e de 1,4% em 2022.

Segundo a entidade, a pandemia da Covid-19 vai provocar à economia da zona euro “graves danos, através do comércio, das viagens e do turismo, dos mercados financeiros e do sentimento [de receio da população]”.

A IHS Markit aponta para uma vulnerabilidade especial da Itália, dado o atual estado fragilizado da sua economia, aliado à alta incidência da Covid-19 e às restrições resultantes na atividade económica. Já a Alemanha deve ser fortemente afetada pela queda das exportações da China, especialmente pela significativa redução das vendas de veículos ligeiros.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou esta quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Esta noite, o Presidente da República decretou o estado de emergência em Portugal, por 15 dias, devido à pandemia de Covid-19. O anúncio foi feito por Marcelo Rebelo de Sousa numa comunicação ao país, a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, depois de ouvido o Conselho de Estado, ter obtido o parecer positivo do Governo e a aprovação do decreto pela Assembleia da República, em Lisboa.

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Metro de Lisboa abre canais de validação de bilhetes

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Empresa pretende criar “as condições necessárias para garantir o aumento da facilidade de deslocação” dos passageiros e minimizar a necessidade de interação com os equipamentos.

O Metropolitano de Lisboa abriu os canais de validação em toda a rede para aumentar a facilidade de deslocação e uma menor necessidade de intervenção dos trabalhadores, com “o consequente distanciamento social pretendido”, devido ao surto de Covid-19.

Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa refere que, com a abertura dos canais de validação, pretende-se criar “as condições necessárias para garantir o aumento da facilidade de deslocação” dos passageiros, “evitando o contacto de títulos e de passes nos validadores que, apesar das medidas já implementadas de reforço de limpeza, poderão sempre ser pontos de contágio e potenciais transmissores da Covid-19”.

Por outro lado, lê-se na nota, a abertura dos canais permitirá igualmente minimizar a necessidade de interação com os equipamentos, por parte dos colaboradores do Metropolitano de Lisboa, diminuindo o risco de contágio e “mantendo uma maior reserva de trabalhadores fisicamente aptos, garantindo-lhes algum período profilático”.

Haverá, também, a redução de um conjunto de tarefas que se encontram, atualmente, asseguradas por prestadores de serviços na área da vigilância, da limpeza e da recolha de dinheiro.

O Metropolitano de Lisboa, que está agora na “quarta fase de implementação do Plano de Contingência” da empresa, indica que reavaliará os efeitos de implementação da medida até ao fim do mês e continuará a acompanhar a evolução a situação, “em função dos níveis de procura e de disponibilidade dos seus colaboradores”, adotando as medidas que, a cada momento, se considerarem necessárias para garantir as melhores condições de saúde e de segurança.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou esta quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

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EUA anunciam plano de 100 mil milhões de dólares para pessoas afetadas

  • Lusa
  • 18 Março 2020

O executivo chefiado por Trump também está a negociar um plano para recuperar e estimular a economia dos Estados Unidos da América.

O Congresso dos EUA aprovou um plano de assistência social de cerca de 100 mil milhões de dólares para trabalhadores diretamente afetados pela pandemia da Covid-19, enquanto a Casa Branca negoceia um plano de recuperação da economia norte-americana.

De acordo com a agência France-Presse, esta medida – apoiada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – foi aprovada em votação final global pela maioria republicana no Senado norte-americano, em Washington.

Os cerca de 100 mil milhões de dólares (mais de 91 mil milhões de euros) vão apoiar os trabalhadores norte-americanos afetados pela doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

O executivo chefiado por Trump também está a negociar um plano para recuperar e estimular a economia dos Estados Unidos da América e que poderá ser de mais de 1,3 triliões de dólares (mais de um bilião de euros).

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes para 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos).

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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Wall Street dá novo mergulho na crise. Afunda 7%

Grupo de hotelaria Hilton e Marriott afundaram mais de 10% esta quarta-feira perante travão no turismo. Bolsas norte-americanas voltaram a cair fundo na crise provocada pelo coronavírus.

Com a economia norte-americana a travar a fundo devido ao surto do novo coronavírus, indo a caminho de uma recessão que parece cada vez mais inevitável, Wall Street voltou a mergulhar fundo na crise que também atravessa.

Na sessão desta quarta-feira, o índice industrial Dow Jones recuou 7,66% para 19.609,84 pontos. Também o S&P 500 tombou 6,57% para 2.362,90 pontos e a negociação chegou a estar temporariamente suspensa com os travões automáticos acionados quando registou uma queda superior a 7%. O tecnológico Nasdaq caiu quase 6% para 6.989,84 pontos.

Entre os setores mais penalizados estão os setores da aviação e hotelaria — o surto está a provocar uma razia na atividade turística. O índice da S&P para o setor das companhias aéreas caiu mais de 20%. As ações do grupo de hotéis Hilton, Marriott e Hyatt perderam entre 10% e 20%.

“O mercado passou de uma posição em que não temia nada, no início de fevereiro, para dias como o de hoje [quarta-feira] em que nos sentimos sem esperança sobre o que se está a passar”, disse Wayne Wicker, da Vantagepoint Investment Advisers, em declarações à Reuters.

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Estas são as 5 razões para Marcelo decretar o estado de emergência

  • ECO
  • 18 Março 2020

Consciente da divisão que o recurso ao estado de emergência gera entre os portugueses, Marcelo apresentou as "cinco razões essenciais" que explicam este passo. Leia aqui.

Marcelo Rebelo de Sousa decretou o estado de emergência para reforçar o combate contra o coronavírus. O Presidente da República, ouvido o Conselho de Estado, viu o Governo aprovar este pedido, assim como a Assembleia da República, conseguindo assim armas para aquela que, nas palavras do chefe de Estado, se trata de “uma verdadeira guerra”.

O Presidente anunciou a decisão aos portugueses, numa comunicação ao país. Consciente da divisão que o recurso ao estado de emergência gera entre os portugueses, Marcelo apresentou as suas explicações.

Leia aqui as “cinco razões essenciais” que “explicam o passo dado”:

“Primeira – Antecipação e reforço da solidariedade entre poderes públicos e deles com o Povo. Outros países, que começaram, mais cedo do que nós, a sofrer a pandemia, ensaiaram os passos graduais e só agora chegaram a decisões mais drásticas, que exigem maior adesão dos povos e maior solidariedade dos órgãos do poder. Nós, que começamos mais tarde, devemos aprender com os outros e poupar etapas, mesmo se parecendo que pecamos por excesso e não por defeito.

O Povo Português tem sido exemplar. Mas este sinal político, dado agora, e dado não apenas pelo Governo, mas por Presidente da República, Assembleia da República e Governo é uma afirmação de solidariedade institucional, de confiança e determinação, para o que tiver de ser feito nos dias, nas semanas, nos meses que estão pela frente.

Segunda – Prevenção. Diz o povo: mais vale prevenir do que remediar. O que foi aprovado não impõe ao Governo decisões concretas, dá-lhe uma mais vasta base de Direito para as tomar. Assim, permite que possam ser tomadas, com rapidez e em patamares ajustados, medidas que venham a ser necessárias no futuro. Nomeadamente, na circulação interna e internacional, no domínio do trabalho, nas concentrações humanas com maior risco, no acesso a bens e serviços impostos pela crise, na garantia da normalidade na satisfação de necessidades básicas, nas tarefas da proteção civil, em que, nos termos da lei, todos já são convocados, civis, forças de segurança e militares. O que seria, mais tarde, se fosse necessário agir, num ou noutro caso, neste quadro preventivo e ele não existisse?

Terceira – Certeza. Esta base de Direito dá o quadro geral de intervenção e garante que, mais tarde, acabada a crise, não venha a ser questionado o fundamento jurídico das medidas já tomadas e a tomar.

Quarta – Contenção. Este é um estado de emergência confinado, que não atinge o essencial dos direitos fundamentais, porque obedece ao fim preciso do combate à crise da saúde pública e da criação de condições de normalidade na produção e distribuição de bens essenciais a esse combate.

Quinta – Flexibilidade. O estado de emergência dura 15 dias, no fim dos quais pode ser renovado, com avaliação, no terreno, do estado da pandemia e sua previsível evolução.

É um sinal político forte de unidade do poder político, que previne situações antes de poderem ocorrer, estabelece um quadro que confere certeza, dá poderes ao Governo mas não regidifica o seu exercício, e permite reavaliação na sua aplicação num combate que muda de contornos no tempo.

É também um sinal democrático.

Democrático, pela convergência dos vários poderes do Estado.

Democrático, porque é a Democracia a usar os meios excecionais que ela própria prevê para tempos de gravidade excecional.

Não é uma interrupção da Democracia. É a Democracia a tentar impedir uma interrupção irreparável na vida das pessoas.

Não é, porém, uma vacina, nem uma solução milagrosa, que dispense o nosso combate diário, o apoio reforçado ao Serviço Nacional de Saúde, a capacidade de pessoas e as famílias continuarem a tentar limitar o contágio, para que os números a crescer cresçam menos do que os piores cenários e para que o tratamento possa ser, cada vez mais, em casa. Tudo mais cedo do que mais tarde.

Até porque, num ponto, os especialistas são claros – depende da contenção nestas próximas semanas o conseguirmos encurtar prazos, poupar pacientes e, sobretudo, salvar vidas.

Temos, pois, todos de fazer por contribuir para ir o mais longe e o mais depressa possível nesta luta desigual.

E quanto mais depressa formos, mais depressa poderemos salvar vidas, salvar a saúde, mas também concentrar-nos nos efeitos, a prazo, no emprego, nos rendimentos, nas famílias, nas empresas.

E, mesmo agora, só se salvam vidas e saúde se, entretanto, a economia não morrer.

Por isso, o Estado está a ajudar a economia a aguentar estes longos meses mais agudos. Fazendo o que possa para proteger o emprego, as famílias e as empresas.

Mas nós temos de fazer a nossa parte. Não parar a produção, não entrar em pânicos de fornecimentos como se o País fechasse, perceber que limitar contágio e tratar de contagiados em casa é e tem de ser compatível com manter viva a nossa economia.

Assim é em tempo de guerra, as economias não podem morrer”.

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Estado de emergência “é do interesse nacional”. Trata-se de “uma verdadeira guerra”, diz Marcelo

A declaração de estado de emergência já era esperada, após ter recebido pareces favoráveis do Governo e do Parlamento. Decisão foi agora oficializada pelo Presidente da República.

Conselho de Estado por videoconferênciaPresidência da República

Está declarado estado de emergência em Portugal. Após ter recebido pareceres favoráveis do Governo e do Parlamento, o Presidente da República, Marcelo Rebelo, oficializou a declaração de estado de emergência no país devido à pandemia de coronavírus, que já infetou 642 pessoas e causou duas vítimas mortais.

“Acabei de decretar estado de emergência. É uma decisão excecional num tempo excecional”. Foram estas as primeiras palavras de Marcelo Rebelo de Sousa. “Entendi ser do interesse nacional dar este passo”, afirmou numa declaração ao país esta quarta-feira a partir de Belém, dizendo que a pandemia de coronavírus é uma “verdadeira guerra” que irá pior até atingir o pico.

“A epidemia de Covid-19 não é uma qualquer epidemia como aquelas que já conhecemos na nossa democracia. Está a ser e vai ser mais intensa. Vai demorar mais tempo até desaparecerem os seus últimos efeitos. Está a ser e vai ser um teste nunca vivido ao nosso Sistema Nacional de Saúde e à nossa sociedade, chamada a uma contenção e a um tratamento em família sem precedentes. Está a ser e vai ser um desafio enorme para a nossa maneira de viver e para a nossa economia“, alertou Marcelo Rebelo de Sousa.

O presidente da República elogiou a conduta dos portugueses, na quarentena voluntária que muitos estão a viver. Mas pediu que se evitassem pânicos como a corrida aos supermercados ou a paragem da produção das empresas. “Temos todos de fazer por contribuir para ir mais longo e o mais depressa possível nesta luta desigual. E quanto mais depressa formos, mais depressa poderemos salvar vidas, salvar a saúde mas também concentrar-nos nos efeitos a prazo no emprego, nos rendimentos, nas famílias, nas empresas”.

Já sobre o Governo — “que tem entre mãos uma tarefa hercúlea”, como disse Marcelo –, afirmou que as medidas decididas ao nível do controlo das fronteiras e do apoio à economia foram apoiadas por todos, “conscientes que só a unidade permite travar e, depois, vencer guerras”. O Presidente clarificou ainda que o estado de emergência agora decretado dá flexibilidade ao Governo suficiente para atuar para limitar a disseminação do vírus, bem como evita que as medidas agora tomadas possam vir a ser juridicamente contestadas no futuro. “Dá poderes ao Governo, mas não ridigifica a sua atuação”, referiu.

O decreto fica em vigor por um prazo de 15 dias (renováveis), sendo que este período tem início às 0h00 desta quinta-feira, 19 de março de 2020. Irá cessar às 23:59 horas do dia 2 de abril de 2020.

Até então suspende direitos, liberdades e garantias dos cidadãos portugueses, numa tentativa de evitar o contágio. Implica a suspensão do direito de deslocação e fixação em qualquer parte do território nacional, de circulação internacional, de reunião e de manifestação, de liberdade de culto na sua dimensão coletiva, bem como do direito de resistência.

Por outro lado, entre os direitos que permanecem ativos estão o direito à vida, à integridade pessoal, à identidade pessoal, à capacidade civil e à cidadania, à não retroatividade da lei criminal, à defesa dos arguidos e à liberdade de consciência e de religião. Também não são afetadas a liberdade de expressão nem a de informação.

O decreto determina também que “em caso algum pode ser posto em causa o princípio do Estado unitário ou a continuidade territorial do Estado”. E declara, para terminar, que a Procuradoria-Geral da República e a Provedoria de Justiça manter-se-ão, doravante, “em sessão permanente”.

(Notícia atualizada às 20h30)

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