Efeitos económicos da pandemia serão “duradouros”. “Caminho é muito longo e exigente”, diz Marcelo
Presidente da República prolongou até ao dia 17 de abril o estado de emergência no país por causa da pandemia de Covid-19. Avisa que efeitos vão ser "duradouros".
“Este vai ser, porventura, o nosso maior desafio dos últimos 45 anos. (…) Os seus efeitos económicos e sociais serão mais profundos e mais duradouros do que as crises mais longas que já vivemos”, afirmou o Presidente da República na declaração ao país para explicar o prolongamento do estado de emergência por mais 15 dias por causa da pandemia de Covid-19. Marcelo Rebelo de Sousa avisa já que o caminho para a recuperação vai ser “muito longo e muito exigente”.
O Presidente da República iniciou a sua declaração a elogiar a “coragem serena” com que os portugueses estão a combater a pandemia. Mas pediu um novo esforço porque estamos perante um “adversário insidioso, imprevisível” e que “atinge concentradamente vida e saúde, sem paralelo na nossa história democrática”.
Depois, porque os efeitos do vírus também estão a ser sentidos a nível económico e social, e vão perdurar por mais tempo do que nas piores crises que Portugal já teve, alertou que a pandemia “agrava brutalmente a pobreza dos mais pobres, a desigualdade dos mais desiguais, as exclusões dos mais excluídos”. E deixou um aviso: as autoridades vão estar mais atentas para punir “aqueles que queiram aproveitar-se da crise para atividades criminosas”.
"Este vai ser, porventura, o nosso maior desafio dos últimos 45 anos. (…) Os seus efeitos económicos e sociais serão mais profundos e mais duradouros do que as crises mais longas que já vivemos.”
Percebendo tudo o que está causa, reconheceu chefe de Estado, “os portugueses decidiram abraçar a luta comum” contra um vírus que tenta paralisar a sociedade: “Os profissionais de saúde continuam a fazer milagres. (…) Empresas alteram planos para produzir o que mais nos falta. Cientistas trabalham em novos testes, fármacos e vacinas em grupos internacionais. Camionistas mantêm fornecimentos quase impossíveis (…)”, exemplificou Marcelo, elogiando mais uma vez o comportamento dos portugueses.
Portugal superou a primeira fase deste caminho “muito longo e muito exigente” com sucesso, o que permitiu conter a disseminação do vírus. Marcelo pediu agora para não se facilitar e não baixar a guarda “neste mês essencial de abril”. E foi também por isso que decidiu pela renovação do estado de emergência: para o país “ganhar a segunda fase do combate pela vida e pela saúde, assim abreviando o começo da reconstrução económica e social”.
“Tem sido e continuará a ser uma mudança radical na nossa vida? Tem sido e terá de ser por mais umas semanas. Mas o que importa é sabermos que essa mudança pode valer muitas dezenas de milhares de vidas salvas“, lembrou ainda sobre a necessidade de os portugueses se manterem em suas casas.
A renovação do estado de emergência até dia 17 de abril vem acompanhado de medidas ainda mais restritivas para a população do que até agora, à medida que o país entra nas semanas mais críticas no combate à pandemia.
(Notícia atualizada às 20h59)
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