É oficial. Global Media avança para lay-off
A Global Media, grupo que detém o JN, o DN, o Dinheiro Vivo e a TSF, entre outros, comunicou oficialmente que vai recorrer ao lay-off parcial com cortes salariais entre 10% e 50%.
A Global Media, grupo com 700 trabalhadores que controla o JN, o DN, o Dinheiro Vivo e a TSF, entre outros, já comunicou oficialmente aos seus trabalhadores que vai avançar com o mecanismo de lay-off. “Apesar de dura e difícil, trata-se da medida de apoio imediato e de caráter parcial, extraordinário, temporário e transitório, que melhor permite defender a sustentabilidade das nossas empresas, os seus quase 700 postos de trabalho diretos”, escreve a administração presidida por Daniel Proença de Carvalho.
“A presente crise sanitária e as consequências resultantes das medidas de contenção e confinamento lançadas no âmbito da declaração do estado de emergência precipitaram os meios de comunicação social numa crise sem precedentes que põe em risco a sobrevivência do setor da economia que dá corpo ao princípio constitucional que enforma as liberdades de informação e expressão”, escreve a administração, no mesmo comunicado.
Segundo informações apuradas pelo ECO, os cortes de salário variam entre os 10%, os 30% e os 50% em função do salário auferido. E neste contexto, a redução média do tempo de trabalho nos meios em papel e na rádio TSF é diferenciado. Nos jornais, há 354 trabalhadores com uma redução média de 26,1% e 84 com uma suspensão total do tempo de trabalho, enquanto na rádio, para um total de 100 pessoas, 94 têm uma redução média de 24,4% enquanto 6 têm uma suspensão total.
“Neste contexto, o Global Media Group decidiu acionar os mecanismos legais do chamado lay-off, devidamente ajustado a cada empresa, marca e área de produção ou serviços, com diferentes níveis de redução de horários, mas afetando todos, mas mesmo todos – da base até ao topo do Grupo”, justifica.
No comunicado, a justificação é a pandemia e a consequente crise económica. “O surto pandémico do Covid-19 está a afetar de forma decisiva toda a cadeia de valor do mercado dos Media, imediatamente visível na drástica redução das receitas, provocada por uma massiva redução do investimento publicitário e por uma violenta quebra das vendas de jornais e revistas, face ao confinamento generalizado da população”.
A Global Media aponta também ao Governo as razões para esta decisão. “Estas dificuldades, a que acresce a tardia concretização das anunciadas medidas de apoio do Estado ao setor, e cujo critério de repartição ainda nem sequer foi concertado com os parceiros da indústria, comprometem o natural desenvolvimento da nossa atividade comercial, provocando um conjunto de dificuldades financeiras e de tesouraria”.
Segundo informações que constam do site da Global Media, o capital do grupo é a seguinte: KNJ Global Holdings Limited – 35,25%; José Pedro Carvalho Reis Soeiro – 24,5%; Olivemedia, Unipessoal, Lda. – 19,25%; Novo Banco, S.A. – 10,5%; Grandes Notícias, Lda. – 10,5%.
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