Pandemia provoca queda de 2,4% no PIB no primeiro trimestre. A maior desde o arranque de 2013
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta sexta-feira a estimativa rápida para a evolução do PIB no primeiro trimestre.
A economia portuguesa contraiu 2,4%, em termos homólogos, no primeiro trimestre de 2020, no qual já foi parcialmente afetada pela pandemia. Já face ao trimestre anterior, a quebra foi de 3,9%. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na estimativa rápida do PIB.
“A contração da atividade económica reflete o impacto da pandemia COVID-19 que já se fez sentir significativamente no último mês do trimestre“, esclarece o gabinete de estatísticas, assinalando o contributo negativo tanto da procura externa (exportações) como da procura interna (consumo).
Maior contração do PIB em cadeia desde, pelo menos, 1995
De acordo com os dados históricos do INE, a queda homóloga é a maior desde o primeiro trimestre de 2013 (-3,6%), período marcado pela intervenção da troika. Em cadeia, esta é a maior contração desde, pelo menos, 1995, ano em que começa a série histórica. Anteriormente, a maior queda em cadeia tinha ocorrido no primeiro trimestre de 2009 (-2,5%) na altura da crise financeira.
Esta contração do PIB português compara com uma queda homóloga de 3,2% em média na Zona Euro, no mesmo período, e de 3,8% na comparação em cadeia (do quarto trimestre para o primeiro trimestre). No caso da contração em cadeia, esta foi a mais expressiva desde que a série histórica começou em 1995, segundo o Eurostat.
Apesar de esta ser uma estimativa rápida que ainda não contém as variações de todas as componentes do PIB, é possível concluir que, na comparação homóloga, a deterioração da economia no primeiro trimestre foi mais intensa na procura externa, principalmente por causa da queda das exportações de turismo, do que na procura interna. Porém, ambas foram afetadas de forma significativa.
De acordo com os dados do INE, a procura externa deu um contributo negativo de 1,4 pontos percentuais ao passo que a procura interna deu um contributo negativo de um ponto percentual. É a primeira vez desde o terceiro trimestre de 2013 que a procura interna está em terreno negativo, o que está associado “à diminuição do consumo privado e do investimento”, explica o gabinete de estatísticas, referindo que o consumo público desacelerou no primeiro trimestre.
No primeiro trimestre, a queda das exportações foi de 5,1% enquanto as importações registaram uma redução de apenas 1,8%. “Esta diferença de comportamentos é sobretudo consequência da contração da atividade turística na evolução das exportações de serviços“, nota o INE.
Por causa do momento que a economia vive, o gabinete de estatísticas assume que poderá haver revisões significativas nos próximos destaques, nomeadamente no próximo a 29 de maio: “Apesar de se terem utilizado todas as fontes habituais de informação na compilação destas estimativas rápidas, é possível que ocorram revisões de magnitude superior ao habitual em divulgações futuras atendendo a perturbações no processo de obtenção dos dados destas fontes”.
Ainda assim, o INE considera ser muito importante ter dados sobre a atividade económica neste contexto excecional “em que também paradoxalmente é maior a urgência em obter informação relevante“.
(Notícia atualizada às 9h55 com mais informação)
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