Associados do Montepio preocupados com futuro. Pressionam administração a revelar contas
Um grupo de associados da mutualista Montepio Geral escreveu uma carta aberta à administração da instituição. Dizem-se preocupados com "gestão desastrosa" e exigem ver as contas do ano passado.
Um grupo de associados da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) publicou uma carta aberta dirigida aos órgãos sociais, incluindo a administração liderada por Virgílio Lima, dizendo-se preocupado com a “gestão desastrosa” da instituição e exigindo a publicação das contas de 2019, que estão por apresentar.
“Nunca na história da AMMG algum conselho de administração deixou os seus associados em total desconhecimento relativo a toda a informação necessária à apresentação e prestação de contas, em total desrespeito pelo dever de informação de quem está incumbido de gerir um património de outrem, assim, incumprindo a vários níveis”, referem os associados que, no passado, integraram listas opositoras à atual gestão, a qual se manteve no poder após a saída de Tomás Correia no final do ano passado.
Entre os associados estão Fernando Ribeiro Mendes, os membros do conselho geral Carlos Areal e Viriato Silva, Pedro Corte Real e ainda o economista Eugénio Rosa. Acusam a atual administração de ser “absolutamente inoperante para resolver as questões mais prementes” da mutualista e de manter “práticas de opacidade numa gestão associativa que deveria ser transparente e participada”.
Como o ECO tem vindo a revelar, as contas do ano passado da mutualista ainda estão por apresentar. Não só a pandemia de Covid-19 permitiu adiar a apresentação dos resultados, como também têm existido divergências de fundo entre a administração e o auditor PwC, o que tem atrasado a publicação do relatório.
Uma das questões em cima da mesa teve justamente a ver com a avaliação que a AMMG atribuía ao Banco Montepio e que, segundo a PwC, era demasiado alta. Dos 1.870 milhões de euros, a avaliação do banco prepara-se para sofrer uma revisão em baixa na ordem dos 400 milhões de euros, para fazer equivaler aos capitais próprios do banco.
Junho será decisivo para a apresentação das contas, que deverão ser levadas a aprovação na assembleia geral de associados até do mês. Antes disso, a administração convocará o conselho geral (um órgão consultivo) para os seus membros analisarem o desempenho e a situação financeira daquela que é a maior mutualista do país, com mais de 600 mil associados.
Conforme avançou o ECO na passada sexta-feira, a supervisão financeira da mutualista vai continuar nas mãos do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), segundo uma norma regulamentar da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
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