Desemprego recua para 6,2% em março. INE prevê estabilização em abril
A taxa de desemprego recuou para 6,2% em março. Mas, apesar da pandemia, o INE antevê uma estabilização em abril, com uma subida marginal para 6,3%. Contando com o lay-off, seria de 13,3%.
A taxa de desemprego recuou em março e deverá estabilizar em abril, apesar do impacto da pandemia do novo coronavírus. Dados do mercado laboral publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram uma descida de 0,2 pontos percentuais no desemprego em março face a fevereiro, com a taxa a fixar-se em 6,2%.
Esta taxa ainda não reflete a totalidade do impacto do coronavírus em Portugal, na medida em que as restrições à atividade económica foram impostas apenas em meados de março. Porém, o INE dá já uma estimativa provisória para a taxa de desemprego em abril, antecipando, ainda assim, um aumento marginal que traduz uma eventual estabilização do mercado laboral no país.
“Em abril de 2020, a estimativa provisória da taxa de desemprego situou-se em 6,3%, tendo aumentado 0,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior”, informa o organismo oficial de estatística português. Estes números, porém, não contam com os milhares de trabalhadores em lay-off simplificado, uma medida implementada pelo Governo para proteger postos de trabalho.
É por isso que, segundo o INE, a estimativa provisória da taxa de subutilização do trabalho em abril “ascendeu a 13,3%, superior em 0,9 pontos percentuais à do mês” de março. Este indicador inclui não apenas a população desempregada como, também, “o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar e os inativos disponíveis mas que não procuram emprego”.
“Inativos” pode ser desempregados. Aumento foi de 39.500 pessoas
Segundo os dados do INE, em março, a população desempregada diminuiu em 14.400 pessoas e a população empregada recuou também, em 26.200 pessoas. A população ativa também caiu, em 40.600 pessoas, enquanto a população inativa aumentou em 39.500 pessoas. “Esta evolução sugere a passagem de empregados e desempregados para a situação de inatividade”, justifica o INE.
“Naquele mês, a subutilização do trabalho abrangeu 663,6 mil pessoas, o que correspondeu a uma taxa de subutilização do trabalho de 12,4%. […] Dadas as restrições à mobilidade associadas à pandemia, a análise da evolução deste indicador é particularmente relevante neste contexto”, reconhece o organismo.
Assim, “para melhor analisar o mercado de trabalho no contexto da pandemia Covid-19, o INE passará a divulgar mensalmente, à semelhança do que sucede na divulgação trimestral das estatísticas do emprego, as estimativas da subutilização do trabalho e dos indicadores suplementares do desemprego que a compõem”, informa.
Nota final para o facto de a pandemia continuar a impactar o resultados do inquérito ao emprego do INE, gerando uma dificuldade ao nível da classificação das diferentes situações em que as pessoas se podem encontrar no mercado laboral. O instituto avisa mesmo que algumas pessoas anteriormente ativas podem agora ser classificadas como inativas por várias razões, o que pode explicar o aumento significativo da população inativa observado em março.
“De facto, pessoas anteriormente classificadas como desempregadas e pessoas que efetivamente perderam o seu emprego devido à pandemia Covid-19, e que em circunstâncias normais seriam classificadas como desempregadas, podem agora ser classificadas como inativas, devido às restrições à mobilidade, à redução ou mesmo interrupção dos canais normais de informação sobre ofertas de trabalho em consequência do encerramento parcial ou mesmo total de uma proporção muito significativa de empresas, razões pelas quais não fizeram uma procura ativa de emprego”, avisa o INE.
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