“Se queremos contribuir para a sustentabilidade, temos de ser mais exigentes com os investimentos”
Euronext lançou índice ESG, que pretende ser um benchmark europeu para a comercialização de produtos de investimento sustentável. No grupo de 80 cotadas estão incluídas a Galp e a Jerónimo Martins.
A Euronext, grupo que gere a bolsa de Lisboa, lançou um novo índice acionista com critérios ambientais, sociais e de governance (ESG, na sigla em inglês) que pretende que seja o primeiro benchmark europeu para o investimento sustentável. Há duas empresas portuguesas no grupo, mas os critérios de liquidez deverão impedir que Portugal tenha grande representação.
“Temos feito um esforço para ser mais exigentes nos critérios dos nossos índices”, diz Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisbon, num encontro com jornalistas esta sexta-feira, em que apresentou os novos produtos que o grupo lançou. Entre os mais importantes está índice Euronext Eurozone ESG Large 80, que agrega as 80 large caps da Zona Euro com melhor desempenho ESG.
“Todos nós, se queremos contribuir para a sustentabilidade, devemos ser mais exigentes nos investimentos”, sublinhou Ucha. “Se formos todos mais exigentes na forma como aplicamos a nossa poupança, podemos fazer a diferença na canalização do investimento para atingirmos estes objetivos“, disse, sublinhando que há uma crescente procura por estas opções pelo que o índice responde às necessidades dos investidores.
Em comparação com o Euronext 500, as empresas deste índice têm uma pega de carbono 70% inferior. O objetivo da Euronext é que seja o benchmark para produtos indexados, como exchange-traded funds (ETF), que sejam comercializados por toda a Europa, incluindo Portugal. Ucha diz que já há procura de intermediários financeiros.
"Todos queremos transitar para energias mais limpas, mas temos de perceber que há um caminho a fazer.”
A Galp Energia e a Jerónimo Martins estão no grupo das empresas escolhidas para este benchmark. Questionada sobre a inclusão de uma petrolífera, a presidente da bolsa de Lisboa defendeu que “todos queremos transitar para energias mais limpas, mas temos de perceber que há um caminho a fazer”.
Quanto à possibilidade de inclusão de outras cotadas portuguesas — nomeadamente da EDP, que é a maior emitente em Portugal de green bonds –, Ucha explicou que será difícil devido aos critérios cumulativos de diversificação regional e setorial, a par de regras de liquidez e critérios best in class ESG.
Em linha com esta estratégia de aposta na sustentabilidade, a Euronext lançou também um novo serviço de ESG Advisory para apoiar empresas a serem mais sustentáveis. Centralizado no grupo, mas com equipas em cada país, este serviço é costumizado às necessidades de cada empresa e pode ser contratado tanto por cotadas ou emitentes de obrigações como por empresas privadas.
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