OPEP+ alivia cortes na produção de petróleo a partir de agosto
O passo de avançar para a segunda fase está em linha com um aumento na procura. Após as declarações, o petróleo segue em alta.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros países aliados como a Rússia vão aumentar de forma moderada a produção a partir de agosto, como estava previsto, com a entrada em vigor da segunda fase da redução na oferta que começou maio.
Os ministros da Energia da Arábia Saudita, Abdelaziz bin Salman, e da Rússia, Alexander Novak, confirmaram essa indicação no início de uma reunião de um comité interno da aliança OPEP+, formada em 2016 e que junta os países da organização e 10 produtores independentes.
“Avançamos para a próxima fase do acordo“, disse o ministro saudita em referência ao pacto alcançado pelos 23 países, que se comprometeram a retirar do mercado 9,7 milhões de barris por dia, cerca de 10% da oferta mundial, para impulsionar os preços, que caíram devido à crise causada pela pandemia de covid-19.
O corte de dimensões inéditas entrou em vigor no início de maio e prolonga-se até 31 de julho. Abdelaziz bin Salman disse que o passo de avançar para a segunda fase está em linha com um aumento na procura. Após as declarações, o petróleo segue em alta. O Brent negociado em Londres avança 0,89% para 43,28 dólares por barril, enquanto o crude WTI sobe 0,84% para 40,63 dólares.
Brent ganha 0,9% com prolongamento do acordo
Na segunda fase, que entra em vigor em agosto e permanece até ao fim do ano, haverá uma redução mais moderada de 7,7 milhões de barris por dia, o que significa que pode haver um aumento da produção em relação aos níveis atuais de 2 milhões de barris diários. No entanto, o aumento real será menor devido a “compensações” esperadas da parte de alguns membros, como o Iraque e a Nigéria, para corrigir o que não cumpriram entre maio e junho.
A subida da procura prevista resulta da reativação gradual das economias após as medidas de confinamento adotadas para travar a pandemia. “A ligeira diminuição dos atuais cortes na extração de petróleo corresponde à tendência do mercado e permitirá evitar a volatilidade“, disse o ministro russo.
Na Arábia Saudita, o aumento da procura interna que resulta da flexibilização do confinamento será de 500.000 barris diários em agosto e vai absorver grande parte do aumento da produção, explicou Salman. “Apesar do objetivo de uma maior produção em agosto, não haverá mudanças na nossa exportação. Creio que outros na OPEP+ estarão na mesma situação”, insistiu o ministro saudita.
O ministro russo Novak acrescentou que “as maiores dificuldades relacionadas com a queda da procura mundial ficaram para trás“, embora exista a possibilidade de uma segunda vaga da pandemia.
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