“Quantos anos mais teremos de esperar para ser feita justiça” no caso BES?, pergunta Rui Rio
Presidente do PSD teceu críticas à Justiça portuguesa, lamentando os anos que demorou a ser feita uma acusação no caso BES e questionando quantos mais serão precisos para a conclusão do processo.
Num dia que está a ser marcado pela acusação oficial de 25 arguidos no caso do Banco Espírito Santo (BES), Rui Rio não esperou muito para tecer fortes críticas à Justiça nacional. Numa publicação na rede social Twitter, o líder social-democrata criticou os seis anos que passaram até ser feita uma acusação e questionou quantos mais serão precisos até que seja “feita justiça” naquele que considerou ser o “maior crime financeiro” da história portuguesa.
“BES: Em linha com o habitual nível de eficácia, só a acusação demorou seis anos. Agora, o caso passa para os tribunais. De incidente em incidente e de recurso em recurso, quantos anos mais teremos de esperar para ser feita justiça no maior crime financeiro da nossa História?“, escreveu Rui Rio esta quarta-feira na sua página do Twitter.
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Esta terça-feira, o Ministério Público acusou Ricardo Salgado e outros 24 arguidos, entre os quais ex-administradores e gestores do Grupo Espírito Santo (GES), no caso BES. Em causa estão crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais, associação criminosa, falsificação de documentos, fraude no comércio internacional e desvio de fundos e corrupção ativa e passiva. A acusação diz ainda que estes alegados crimes podem ter contribuído para a derrocada do BES e do GES.
A acusação de Ricardo Salgado, apontado como o cérebro desta operação criminosa, já veio afirmar que o antigo banqueiro “não praticou qualquer crime” e que a acusação “falsifica” a história do BES. Em comunicado, os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce garantem que Ricardo Salgado “não desistirá de se defender e levará até às últimas consequências a sua defesa”.
Mais tarde, o deputado e vice-presidente do PSD, André Coelho Lima, questionado pelos jornalistas no Parlamento sobre a acusação do Ministério Público disse que “não é normal ou não devia ser a delonga que demoram todos estes processos, distam seis anos desde o inicio deste processo até à acusação ter sido apresentada”.
O dirigente social-democrata salientou que o PSD recebeu a notícia da acusação “com absoluta normalidade” e, questionado sobre a apreciação do Presidente da República de que se tratava de uma “boa notícia”, disse não acompanhar integralmente esta visão. “O que é normal é que num Estado de Direito e numa justiça que funcione cabalmente o cidadão mais simples e o mais poderoso sejam rigorosamente iguais perante a lei, é uma obrigação que compete à justiça cumprir”, defendeu.
André Coelho Lima defendeu que a reforma profunda da Justiça defendida pelo PSD sob a liderança de Rui Rio faz ainda mais sentido perante processos como este. “É evidente que quando a Justiça não é célere não é verdadeiramente justa”, salientou.
Questionado se a resolução do BES em 2014, decidida pelo Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, foi preponderante para desencadear este processo judicial, o vice-presidente do PSD fez questão de separar os planos. “Aquilo que é preponderante para chegar a este ponto é a gestão do banco, não a resolução do Governo. O que foi relevante foi a resolução do Governo que decidiu não salvar o banco e partir dai expôs a sua situação financeira”, referiu.
(Artigo atualizado às 18h20 com as declarações no Parlamento de André Coelho Lima)
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