Défice de Portugal no primeiro trimestre foi um dos mais baixos da UE
O défice de 1,1% do PIB registado no primeiro trimestre é metade da média da Zona Euro e um dos mais baixos entre os Estados-membros. A dívida pública continua a ser a terceira maior.
O défice orçamental que Portugal registou no primeiro trimestre foi o sétimo mais baixo entre os países da União Europeia, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat. Já no rácio da dívida pública, em percentagem do PIB, Portugal continua a ter o terceiro maior da UE, mas no primeiro trimestre não registou das maiores subidas entre os Estados-membros.
Os 1,1% do PIB de défice correspondem a metade da média da Zona Euro (2,2%) e da UE (2,3%), ambos afetados pelas medidas de confinamento introduzidas pelos países e que tanto afetaram a despesa, com as medidas de ajuda, como a receita, com o menor consumo privado. “Este é um aumento acentuado“, admite o Eurostat, assinalando que é o maior défice da Zona Euro desde o segundo trimestre de 2015.
Melhor do que Portugal estão, desde logo, os países que mesmo com a pandemia conseguiram terminar o primeiro trimestre com um excedente orçamental: é o caso da Alemanha (1%), a Holanda (0,8%) e o Luxemburgo (0,1%). Seguem-se ainda os pequenos défices da Bulgária (-0,3%), da Dinamarca (-0,2%) e da Áustria (-1%). Os restantes Estados-membros registaram défices bem superiores, com destaque para Malta (-8,5%), Roménia (-7,2%) e Bélgica (-6%).
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Contudo, é de notar que neste destaque ainda não são divulgados os valores de alguns países: é o caso da Irlanda, Grécia, Espanha, Croácia, Itália e Chipre, cujos números deverão constar da próxima divulgação do Eurostat relativa ao saldo orçamental e à dívida pública.
Além disso, é expectável que estes valores venham a ser superiores em todos os Estados-membros, incluindo Portugal, no segundo trimestre uma vez que este foi mais afetado pela pandemia, em termos temporais, do que o primeiro trimestre — o vírus começou a afetar a Europa em fevereiro e de forma generalizada apenas em março. Atualmente, o Ministério das Finanças está a trabalhar com uma previsão de défice anual de 7% do PIB em 2020.
Dívida pública continua a ser a terceira maior
Sem surpresas, a dívida pública de Portugal continua a ser a terceira maior da UE quando medida em percentagem do PIB, segundo os dados divulgados pelo Eurostat esta quarta-feira. O rácio situou-se nos 120% no primeiro trimestre deste ano, o que compara com os 86,3% de média da Zona Euro e 79,5% da UE.
Contudo, no efeito conjugado da quebra do PIB e do aumento do défice — que leva à subida do rácio da dívida –, Portugal não registou dos maiores aumentos entre os Estados-membros. Foi na Bélgica que o rácio mais subiu (5,7 pontos percentuais), seguindo a Finlândia (4,9 p.p.), a Eslovénia (3,5 p.p.) e Espanha (3,4 p.p.).
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Tal como no défice, o Eurostat avisa que “espera-se que os impactos das medidas de confinamento assim como das respostas políticas materializem-se totalmente em aumentos nas necessidades de financiamento apenas no segundo trimestre de 2020“.
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