Venda de conservas de peixe sobe 20% no 1.º semestre
Apesar da queda abrupta registada em abril e maio, as vendas de conservas de peixe para a grande distribuição subiram cerca de 20% nos primeiros seis meses deste ano.
As vendas de conservas de peixe para a grande distribuição subiram cerca de 20% no primeiro semestre, apesar da queda abrupta registada em abril e maio, avançou à Lusa a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP).
“O consumo é superior à média dos últimos anos. A última informação que tivemos revelava um crescimento de cerca de 20% no primeiro semestre”, afirmou o presidente da ANICP, em declarações à Lusa.
Conforme explicou José Maria Freitas, a venda de conservas triplicou em março, caiu “drasticamente” em abril e maio, tendo recuperado em junho.
Assim, os normais receios quanto ao comportamento da procura no verão acabaram por não se verificar, “apesar da alteração dos hábitos de consumo, com as pessoas em casa” devido à pandemia de covid-19.
“A realidade demonstrou que as conservas continuam a ter um consumo elevado”, notou, acrescentando que o atum mantém-se no pódio das preferências, seguindo-se a sardinha e a cavala e, no final da lista, especialidades como polvo e lulas.
Já quanto aos próximos meses, apesar do receio associado à pandemia, a associação dos industriais de conservas de peixe antevê que a tendência de crescimento pode manter-se.
“A nossa expectativa é de algum receio […], mas presumo que já passou tempo para demonstrar que esta tendência se pode manter. Até ao final do ano, tudo indica que pode ser assim, pelo menos, enquanto não houver vacina [contra a covid-19]”, vincou.
Em junho, a ANICP lançou uma campanha de promoção das conservas portuguesas e um selo de identificação destes produtos, apelando para a valorização da tradição.
Segundo José Maria Freitas, estas iniciativas têm registado uma “grande adesão”, que impulsionou as vendas. “Tínhamos proposto um incremento nas [vendas] das conservas de 5%, que está mais do que atingido”, havendo ainda espaço para alargar esta meta, uma vez que a campanha ainda vai a meio, concluiu.
Com o mote “Vamos conservar o que é nosso”, a iniciativa, exibida na televisão, redes sociais, decorre em duas fases, a primeira, que já terminou, entre junho e julho e a segunda em setembro.
Esta campanha de valorização contempla ainda o lançamento de um selo identificativo das conservas portuguesas, que pretende estimular o consumo das mesmas. Para a realização desta iniciativa, a associação contou com o apoio do programa operacional Mar 2020.
A Covid-19 é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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