Produção industrial sobe pelo terceiro mês na Alemanha, mas perde gás
A produção da indústria alemã cresceu 1,2% em julho, face ao mês anterior. Apesar de ter sido o terceiro mês seguido com aumentos, a indústria da maior economia da Zona Euro está a perder gás.
A produção da indústria alemã cresceu 1,2% em julho em relação ao mês anterior e contraiu 10,0% na comparação anual, de acordo com dados provisórios divulgados hoje pelo Departamento Federal de Estatística (Destatis) alemão.
Já os dados da produção industrial de junho foram corrigidos, com um aumento de 8,9% para 9,3% em relação a maio e uma queda de 11,7% para 11,4% em comparação a 2019.
Desde o início da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, a produção industrial caiu por dois meses consecutivos, em abril, de 17,9% em relação ao mês anterior e de 25,3% na comparação anual, a maior queda desde o início da série histórica em janeiro de 1991.
A produção voltou a aumentar desde maio, 7,4% naquele mês em relação a abril.
Em relação a fevereiro, mês anterior à introdução das restrições para conter os contágios, a produção caiu 10,8% em julho – corrigidos os efeitos sazonais e de calendário.
No setor industrial, a produção de julho cresceu 2,8% face a junho.
Além da própria produção industrial, a geração de energia caiu 0,6% em julho em relação ao mês anterior e a atividade na construção civil contraiu 4,3%.
No setor industrial, a produção de bens intermediários cresceu 4,0%, a de bens de consumo 1,8% e a de bens de investimento 2,1%. No maior setor da indústria alemã, o automóvel, a produção cresceu 6,9% em julho, mas ainda está 15% abaixo da registada em fevereiro. Já o fabrico de máquinas caiu 3,9%.
Na comparação bimestral, a produção cresceu 13,8% no período junho-julho frente a abril-maio devido à recuperação após a retração económica em abril, com alta de 17,9% no setor industrial, e praticamente inalterado (+0,1%) na construção.
A recuperação da produção observada desde maio continuou em julho, embora em ritmo mais lento, e no setor industrial atingiu quase 90% do nível registado no último trimestre de 2019, antes do início da pandemia, indicou o Ministério da Economia.
A melhoria nas expectativas dos empregadores e a diminuição do número de empregados no “Kurzarbeit”, modalidade de curta duração subsidiada, sugerem que o processo de recuperação continuará nos próximos meses, embora ainda demore.
Por sua vez, o instituto económico alemão Ifo prevê ligeiro aumento da produção para os próximos meses e indica hoje, num comunicado, que o índice de expectativa de produção, baseado em pesquisa com industriais, subiu de 14,3 pontos em julho para 15,4 pontos em agosto.
“Aos poucos, o motor da economia alemã, a indústria, está a retomar de novo”, disse Klaus Wohlrabe, líder das pesquisas do Ifo.
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