Fórum BCE vai ser virtual. Mais poderosos do mundo falham vinda a Sintra
O evento foi adiado e será apenas virtual. O fórum anual do Banco Central Europeu vai acontecer dentro de dois meses, mas Christine Lagarde não vai viajar para a Sintra como o antecessor Mario Draghi.
Há seis anos que alguns dos mais importantes governantes, economistas e membros de topo do sistema financeiro reúnem-se em Sintra, no verão, durante três dias para discutirem os fatores que estão, a cada altura, a marcar a atualidade. Este ano, o coronavírus será um tópico incontornável no Fórum BCE, sendo que é exatamente devido à pandemia que o evento será totalmente online.
O Banco Central Europeu (BCE) já tinha decidido adiar o fórum anual (que normalmente se realiza em junho) e confirma que não haverá qualquer parte presencial. “A edição de 2020 do Fórum vai realizar-se como evento virtual a 11 e 12 de novembro“, diz a instituição liderada por Christine Lagarde, acrescentando que “vai focar-se no tema: bancos centrais num mundo em mudança“.
Desde 2014, o BCE tem juntado governadores dos bancos centrais do euro e de algumas das mais importantes economias do mundo no Penha Longa Resort, em Sintra. No ano passado — o último com Mario Draghi à frente da autoridade monetária — marcaram presença 23 governadores de bancos centrais que representam 20,7% da economia mundial (cerca de 16,8 triliões de dólares).
Ficou também marcado por ter sido um dos últimos grandes eventos de Draghi. Faltavam poucos meses para o italiano terminar o mandato de oito anos num dos principais cargos da União Europeia (e ainda sem ser conhecido o sucessor na audiência), Draghi deu garantias que o BCE não iria deixar cair a economia do euro, ainda sem saber o desafio que se avizinhava.
Um ano depois, a nova presidente Christine Lagarde não irá viajar até Portugal para o Fórum BCE (onde já esteve enquanto diretora-geral do Fundo Monetário Internacional), quebrando a tradição implementada pelo antecessor. Será online que a francesa irá discursar sobre a razão pela qual está a ter um percurso muito diferente do que era esperado quando chegou ao cargo.
Em novembro, a expetativa era que tivesse como principal desafio diminuir os estímulos monetários sem gerar stress nos mercados, mas acabou por ter de os reforçar para níveis nunca antes vistos. Com o coronavírus a atirar a economia europeia para a pior recessão desde a guerra, Lagarde está a cumprir a promessa de Draghi: lançou um programa de emergência pandémica (PEPP, na sigla em inglês) com 750 mil milhões de euros, que reforçou mais tarde até 1,35 biliões, enquanto tem implementado igualmente medidas de apoio à da banca.
“O anúncio do PEPP já em março e a sua recalibração mais tarde em junho travaram com sucesso o aperto nas condições financeiras e contribuíram para aliviar a posição da política monetária. Claramente, com os mercados a estabilizarem e os riscos de fragmentação a diminuírem, lembro que estamos praticamente de volta a níveis pré-Covid no que diz respeito a spreads e à subida das yields”, defendeu Lagarde na semana passada.
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