Gripe, constipação ou Covid-19. Como distinguir os sintomas?
A chegada do Inverno é sinónimo de gripes e constipações e, com o aumento do número de infeções por Covid-19, é preciso saber distinguir os sintomas. Que sintomas são mais comuns nestas doenças?
Com a aproximação do inverno, Portugal prepara-se para enfrentar o período habitual de constipações e gripes. Mas este ano há uma preocupação adicional: a Covid-19. O novo coronavírus têm sintomas semelhantes a estas duas doenças e, por isso, é fundamental saber distingui-los. Mas, afinal, que sintomas são mais comuns nestas três doenças?
Face ao aumento de casos de infeção por Covid-19, e para evitar o congestionamento das unidades de saúde, a campanha de vacinação contra a gripe sazonal arrancou mais cedo. A vacinação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que começa habitualmente a 15 de outubro, iniciou-se esta segunda-feira. Com 350 mil vacinas disponíveis, nesta primeira fase a prioridade é vacinar os residentes de lares de idosos, profissionais de saúde e profissionais do setor social que prestam cuidados e grávidas.
Já na segunda fase, que começa a 19 de outubro, estão incluídos outros grupos de risco, como pessoas a partir dos 65 anos e doentes crónicos. Este ano, o Governo anunciou a compra de dois milhões de vacinas da gripe, ou seja, um reforço de 38% em relação ao ano passado, com vista a minimizar a co-circulação dos dois vírus, o da gripe e o SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19.
Certo é que os sintomas da gripe e das constipações podem ser muito semelhantes aos registados em pessoas infetadas por Covid-19. Nesse sentido, o National Health Service britânico (equivalente ao SNS em Portugal) elaborou uma tabela para diferenciar estas três doenças.
Em termos genéricos, de acordo com a tabela divulgada pelo The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês), a febre é um sintoma comum tanto para a Covid-19 como para a gripe, mas não para a constipação. Já a falta de ar não afeta as pessoas com gripe e constipação, mas pode surgir em pessoas infetadas com o novo coronavírus. Ao passo que as dores no corpo são frequentes no caso da gripe, surgem em algumas pessoas com Covid-19, mas não em quem tem constipações.
- Covid-19: Os sintomas mais comuns da Covid-19 são febre, com uma temperatura igual ou superior 37,8 graus, tosse persistente (geralmente seca) e uma perda do paladar e/ou olfato. Por vezes, as pessoas infetadas com o novo coronavírus podem sofrer de fadiga, dores musculares, dores de garganta, dores de cabeça e falta de ar. Ao passo que, nariz a pingar ou entupido são sintomas raros.
- Constipação: Espirros, dores, nariz entupido ou a pingar e garganta inflamada são os sintomas mais comuns das constipações. Poderá ainda registar-se uma tosse leve e, por vezes, existe fadiga. Já febre e dores de cabeça são sintomas raros. Esta doença não causa diarreia. Segundo o serviço nacional de saúde britânico nestes casos há geralmente há um início gradual dos sintomas.
- Gripe: Entre os sintomas mais frequentes da gripe está a febre, fadiga, tosse seca, dores musculares e dores de cabeça. Além disso, por vezes, os pacientes têm perda de paladar e/ou olfato, nariz entupido ou dores de garganta. A diarreia é um dos sintomas identificados nas crianças.
Mas este não é o sistema único para diferenciar o novo coronavírus de outras doenças. Em Portugal, a Unilabs vai disponibilizar um teste de diagnóstico que permite diferenciar o novo coronavírus de outros tipos de infeções respiratórias. “Uma pessoa faz a zaragatoa nasal como se fosse para o rastreio da Covid. A diferença é que a zaragatoa é tratada no laboratório com outros vírus sazonais, nomeadamente influenza, parainfluenza, vírus sincicial respiratório – RSV ou gripe A e isto permite-nos concluir se as pessoas que tiveram contacto com a Covid-19 têm ou não a infeção”, explica ao ECO o diretor médico da Unilabs Portugal António Maia Gonçalves.
Criado em colaboração com um laboratório sul coreano e com o intuito de realizar diagnósticos mais precisos, o teste “dá segurança”, bem como “orientação terapêutica em termos de saúde pública”, adianta o médico. “Se seguramente tiver dúvida, faço o teste da Covid e já que faço o teste da Covid, ainda faço o teste de qual é o vírus que objetivamente está a infetar se não for um Covid”, resume António Maia Gonçalves. Este teste estará disponível a partir de 15 de outubro, para a população em geral, mediante prescrição médica.
Numa primeira fase dar-se-á prioridade aos grupos de maior risco através de urgências pediátricas, hospitais e outros profissionais de saúde autorizados em todo o país. Ao passo que numa fase posterior passará a estar também disponível para o público em geral. “À medida que a necessidade destes testes crescer, nós também vamos aumentar a capacidade de o fazer”, assegura o médico. Os resultados estarão disponíveis entre 24 a 36 horas após a realização do teste.
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