Resultados das presidenciais dos EUA podem não ser conhecidos “durante meses”
"Podemos não saber durante meses porque estes boletins de voto vão estar espalhados por todo o lado", disse o presidente norte-americano, Donald Trump.
O vencedor da eleição presidencial nos Estados Unidos, marcada para 3 de novembro, poderá não ser conhecido “durante meses” por causa do voto por correspondência, disse o Presidente norte-americano, Donald Trump no primeiro debate com Joe Biden.
“Podemos não saber durante meses porque estes boletins de voto vão estar espalhados por todo o lado”, disse o presidente no debate, que decorreu esta madrugada em Cleveland, Ohio.
“É uma fraude e uma vergonha”, acusou o presidente, colocando em causa a integridade das eleições, que terão um número sem precedentes de votos por correspondência por causa da pandemia de covid-19. Apesar de não haver evidências de que esta forma de voto conduz a fraude, Donald Trump afirmou: “haverá fraudes como nunca vimos antes”.
Há semanas que o Presidente norte-americano vem dizendo, sem provas, que a votação por correspondência poderá distorcer o resultado. Trump disse ainda que contará com o Tribunal Supremo para “olhar para os boletins”, afirmando, sem evidências, que há boletins de voto a serem atirados para os rios, caixotes do lixo e até vendidos.
Durante o debate com o oponente democrata, o Trump disse mesmo que “isto não vai acabar bem” e urgiu os seus apoiantes a estarem atentos e preparados.
A possibilidade de não haver resultados na noite eleitoral é algo que vem sendo falado porque vários estados vão continuar a contar boletins de voto após 3 de novembro, desde que tenham sido colocados nos correios até essa data.
Na réplica, Joe Biden afastou a ideia de que o voto por correspondência possa ser fraudulento e lembrou que há cinco estados norte-americanos (Colorado, Havai, Oregon, Utah e Washington), alguns dos quais de maioria republicana, onde os boletins de voto são automaticamente enviados para todos os eleitores há vários anos sem registo de problemas.
Biden assegurou também que, se vencer a eleição, Donald Trump vai ser obrigado a deixar a Casa Branca. “Se tivermos os votos necessários, ele irá embora”, afirmou.
Num primeiro debate muito conflituoso, em que o moderador Chris Wallace, da Fox News, teve de intervir repetidamente para pedir a Donald Trump que deixasse Joe Biden falar, foram abordados os temas mais quentes da campanha, incluindo o Tribunal Supremo, o estado da economia, a covid-19, o sistema de saúde e o histórico de ambos.
Joe Biden, numa das situações em que Donald Trump o interrompeu, retorquiu algo que pode ser traduzido como “vais-te calar, homem?”.
Estão marcados mais dois debates, sendo que a acrimónia desta noite levou alguns comentadores da CNN, estação que transmitiu o debate, a questionar se Joe Biden deverá ou não continuar com o plano de voltar a estar em palco com Trump. O próximo debate do ciclo eleitoral será entre os candidatos a vice-presidente, Mike Pence (republicanos) e Kamala Harris (democratas), a 7 de outubro.
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