Lucros do CaixaBank encolhem 42%. BPI contribui com 101 milhões
O volume de negócios do Caixabank atingiu o valor mais elevado desde que a instituição foi criada: 646.299 milhões de euros.
O CaixaBank obteve lucros de 726 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma redução de 42,6% em relação ao mesmo período de 2019, depois de constituir provisões extraordinárias de 1.161 milhões para enfrentar a Covid-19.
Na informação que transmitiu esta sexta-feira ao mercado, o banco espanhol, dono do português BPI, revela que o seu volume de negócios, que inclui empréstimos e recursos próprios, totalizou 646.299 milhões de euros nos primeiros nove meses, o valor mais elevado desde que a instituição foi criada.
As receitas principais (core) do CaixaBank, as derivadas da sua atividade principal (margens de juros, comissões líquidas e receitas de seguros), mantêm-se quase inalteradas, tendo baixado apenas 0,7%, para 6.158 milhões de euros até setembro, de acordo com o relatório apresentado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) em Madrid.
Os depósitos dos clientes chegaram aos 404.422 milhões de euros (+5,2%), impulsionado pelo forte crescimento dos depósitos à ordem, e os ativos que estão a ser geridos pelo banco alcançam os 100.828 milhões.
Os ativos aplicados em fundos de investimento, carteiras e SICAVs (sociedades de investimento de capital variável) ascenderam a 67.166 milhões, menos 2,1% ano do que um ano antes, e os planos de pensões e reformas 33.662 milhões, menos 0,2%.
O CaixaBank, que sublinha ter ultrapassado os sete milhões de clientes digitais, tem uma taxa de crédito malparado de 3,5%, uma décima menos do que há um ano, e o rácio de cobertura aumentou para 65%, na sequência do reforço das provisões.
Até 30 de setembro, o banco tinha aprovado um total de 383.768 pedidos de moratórias dos seus clientes em Espanha, com uma carteira de 11.000 milhões de euros, o que significa 5% do total dos créditos.
O total dos ativos líquidos é de 110,729 milhões de euros, o valor mais elevado alguma vez alcançado pelo banco, com um crescimento de 21,302 milhões no ano, principalmente devido à geração e contribuição de garantias para a política do Banco Central Europeu (BCE).
O CaixaBank obteve no último exercício anual de 2019 lucros de 1.705 milhões de euros, uma diminuição de 14,1% em relação a 2018.
BPI contribuiu com 101 milhões para resultados do CaixaBank até setembro
Também esta sexta-feira, foi revelado que o BPI contribuiu com 101 milhões de euros para os resultados dos primeiros nove meses de 2020 do grupo espanhol CaixaBank.
“Estamos muito satisfeitos com o que está a fazer o BPI. Penso que tem umas perspetivas muito boas”, disse o presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, na videoconferência de imprensa em que apresentou os resultados do grupo de janeiro a setembro.
Este responsável bancário voltou a negar que o BPI possa entrar nalguma operação de concentração com outras entidades em Portugal. “Não prevemos em absoluto uma alteração [da situação atual]. Não estamos a analisar nem prevemos qualquer operação corporativa em Portugal”, assegurou Gonzalo Gortázar.
O presidente executivo do CaixaBank acrescentou que a instituição, pelo menos “nos próximos dois anos”, vai estar “concentrada” na operação de fusão com o Bankia. Estes dois bancos espanhóis anunciaram em meados de setembro que se irão fundir, criando o maior banco doméstico espanhol com um ativo total de mais de 650 mil milhões de euros.
De acordo com os resultados até setembro de 2020 do CaixaBank, a filial portuguesa, o BPI contribuiu com 101 milhões de euros para o grupo, uma queda de 41,5% em relação a um ano antes.
O banco português vai apresentar em Lisboa na próxima terça-feira, 3 de novembro, os resultados dos primeiros nove meses, mas na apresentação feita esta sexta-feira em Espanha o CaixaBank já avançou com alguns dados.
O BPI reduziu a sua carteira de créditos de qualidade duvidosa (malparado) de 767 milhões de euros no final de 2019 para 720 milhões no último dia de setembro passado, uma redução de 6,1%, tendo o rácio deste tipo de ativos baixado de 3,0% para 2,7% em relação ao crédito total concedido.
Por outro lado, segundo o CaixaBank, a variação anual, até 30 de setembro, da carteira de crédito bruto do BPI teve um crescimento de 3,6% (que correspondia a uma quota de mercado de 10,5%, em agosto), o crédito às empresas aumentou 5,1% (10,3% de quota de mercado) e os depósitos dos clientes cresceram 6,1% (10,5% de quota de mercado).
O banco português também aprovou nos primeiros nove meses do ano 108.612 pedidos de moratórias, havendo 498 milhões de euros em empréstimos que têm o aval do Governo.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h28)
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