Charles Buchanan: “Sou a favor de Biden, mas os americanos são um bocado esquisitos”
Empresário norte-americano Charles Buchanan acredita na vitória do democrata Joe Biden, apesar de considerar que a América está dividida e que os americanos são "um bocado esquisitos".
Esta terça-feira são as eleições nos EUA. De um lado o republicano Donald Trump, do outro o democrata Joe Biden. Ambos estão na corrida às eleições presidências num ano onde a América parece estar dividida (com vantagem nas sondagens para Biden). Para o norte-americano Charles Buchanan será Joe Biden a ganhar as eleições.
Charles Buchanan vive em Portugal há cerca de 30 anos, foi administrador na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e atualmente tem projetos próprios na área sustentabilidade e da economia verde. O empresário acredita na vitória de Joe Biden, apesar de considerar que a “sociedade norte americana está dividida” e que a votação “vai ser muito renhida”.
“O resultado final ainda é uma incógnita. Ninguém sabe e as intenções de voto mudam a cada instante. Os americanos são um bocado esquisitos, mas eu sou a favor de Biden e não quero que seja o Trump a ser eleito de maneira nenhuma”, conta ao ECO, Charles Buchanan.
Na ótica de Charles Buchanan, as politicas anti-migração de Trump, o corte das relações internacionais, a saída do Acordo de Paris e a forma como está a encarar a pandemia são os principiais motivos que o podem levar a cair da presidência. “Quem está ligada à campanha de Trump está a ignorar questões fundamentais como o controlo climático e questão sanitária. O Trump tem feito asneiras enormes ao eliminar medidas que protegem o ambiente e a saúde dos americanos “.
A gestão da pandemia continua a marcar diferenças entre os candidatos. Trump não quer confinamentos, Biden admite novas restrições numa altura em que os casos diários aumentaram 40% em duas semanas e o país regista quase mil casos diários de Covid-19. Donald Trump pede aos governadores para evitar confinamentos em prol da economia. “Se votarem no Biden as crianças não vão à escola, não há Natal, casamentos, dia de Ação de Graças, 4 de julho. Tirando isso vão ter uma vida maravilhosa sem ver ninguém, mas esta tudo bem”, diz Trump em campanha nos EUA.
Charles Buchanan acredita que o atual presidente não está a tomar as medidas devidas e lembra que a forma como Trump tem conduzido o povo americano nesta situação sanitária tem sido “muito criticada”. “As pessoas que não usem máscaras são uma ameaça para a sociedade”, afirma. Lembre-se que após a saída do hospital, o presidente EUA apareceu sem máscara na Casa Branca para ser fotografado e para apelar aos norte-americanos para “não terem medo do vírus”. Para o empresário norte-americano, este tipo de atitude está a fazer com que o republicano “perca votos”.
Ninguém sabe e as intenções de voto mudam a cada instante. Os americanos são um bocado esquisitos, mas eu sou a favor de Biden e não quero que seja o Trump a ser eleito de maneira nenhuma.
Se for eleito, Joe Biden garante que vai reverter as políticas de Trump contra a imigração, regressar ao Acordo de Paris e restaurar as relações externas cortadas pelo atual presidente dos EUA. Enquanto, Trump garante, neste eventual segundo mandato, acabar com as guerras e repatriar os soldados norte-americanos, desmantelar as redes de tráfico humano e enviar a primeira missão a Marte.
Por fim, quando questionado sobre as diferenças entre o eleitorado norte-americano e o europeu, nomeadamente na forma como veem as eleições, Charles Buchanan compara os norte-americanos a “crianças” e explica que “os americanos não ligam às ações de Trump porque não percebem o impacto negativo das suas ações a nível mundial”. Explica que os americanos “não têm muitos conhecimentos a nível da economia mundial e da globalização, não pensam corretamente, e não dão tanta importância a danos feitos pelo Trump. As pessoas que vivem na Europa estão muito mais educadas a nível da importância da economia global”, explica.
Embora o resultado ainda seja uma incógnita, a corrida para as urnas tem sido uma constante, sendo que 95 milhões de americanos já votaram por correspondência, um recorde de participação antecipada. “Vão ser umas eleições históricas, e rezo por isso, porque Biden vai ganhar as eleições”, conclui Charles Buchanan.
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