Santander corta 4.000 empregos em Espanha. Decisão não tem efeito em Portugal
O banco espanhol propôs aos sindicatos a saída de 4.000 trabalhadores, quase 13% da força laboral em Espanha, e o encerramento de mais de 900 agências. Em Portugal não estão previsos despedimentos.
O Banco Santander Espanha propôs aos sindicatos a saída de 4.000 trabalhadores, quase 13% dos empregados que tem no país, e manifestou a intenção de deslocalizar mais 1.090 trabalhadores em empresas do grupo. Contactado pelo ECO/Pessoas, o Santander Portugal assegura que não há previsões de alteração no número de trabalhadores este ano.
Fontes próximas da negociação ouvidas pela agência Efe revelaram que a instituição financeira pretende que as saídas aconteçam principalmente através de reformas antecipadas, uma vez que o banco tem cerca de 4.000 trabalhadores com mais de 55 anos de idade.
“A nossa atuação não sofreu alterações. A política que tem sido seguida e que continuamos a executar é de as saídas serem feitas por acordo entre o Banco e cada trabalhador. Não prevemos que durante o corrente ano se altere o número médio de colaboradores que sairão por acordo, reforma e pré-reforma”, refere fonte oficial do Santander Portugal, citada em comunicado.
O banco adianta ainda que “nunca nos últimos anos o Santander contratou tantos novos colaboradores como em 2020”.
Clientes mais digitais
O Santander Espanha justifica este novo plano de ajustamento, que implicará também o encerramento de entre 900 e 1.000 agências, de um total de cerca de 3.100 existentes em Espanha, com razões económicas e organizacionais, depois de constatar que a pandemia acelerou as relações com os clientes através dos canais digitais.
O banco espera que a utilização destes canais se multiplique tanto em termos de transações como de vendas nos próximos dois ou três anos, de acordo com informações partilhadas em reuniões anteriores com os sindicatos.
Atualmente, quase metade das receitas são geradas através da internet, uma tendência que a crise da Covid-19 está a acelerar: o número de pessoas que vão para os escritórios foi reduzido “drasticamente” e as operações de escritório estão a cair a taxas anuais entre 7 e 8%.
O Banco Santander tinha anunciado em 2019 que queria reduzir os seus custos em 1,2 mil milhões de euros por ano durante os próximos anos e, ao mesmo tempo, projetou gastar mais de 20 mil milhões de euros durante quatro anos na “transformação e tecnologia digital”.
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Saíram mais de 100 mil bancários em Espanha
O Santander já cortou mais de 3.200 postos de trabalho em 2019 como parte de uma reestruturação ligada à absorção do Banco Popular em 2017, que também incluiu o encerramento de 1.150 agências.
Agora, vai reduzir mais 4.000 postos. E não é o único a fazê-lo. Na terça-feira, o quinto maior banco espanhol, o Sabadell, anunciou a sua intenção de cortar 1.800 postos de trabalho no âmbito de uma grande reestruturação.
Na sequência da crise financeira de 2008, os bancos espanhóis cortaram, entre 2008 e 2019, quase 100.000 postos de trabalho, cerca de 37% da mão-de-obra de 2008, de acordo com fonte do sindicato Comissões Operárias citada pela AFP.
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