Um XC40 com consumos de luxo
O baby SUV da Volvo ganhou uma “arma secreta”: um motor elétrico. Por si só, diz pouco. Mas traduz-se numa potência total de 262 cv. São muitos cavalos, mas com pouca sede de combustível.
Desde que chegou ao mercado que arrebatou os corações de muitos condutores. Depois do sucesso do XC90 e 60, veio o baby SUV da Volvo para conquistar atuais e (muitos) novos clientes em busca de um automóvel capaz de enfrentar todas as ocasiões, mas com aqueles mimos de uma marca premium. E, agora, com consumos de luxo.
A Volvo não se limitou a encolher o seu SUV mais pequeno. Fê-lo, mas permitiu ao XC40 ter uma identidade. E conquistar o seu espaço. Impôs-se num mercado altamente competitivo principalmente através dos motores diesel potentes, mas pouco gastadores. E agora quer fazê-lo também com a gasolina, fazendo uso das versões híbridas que rapidamente estão a tomar conta das estradas.
O Plug-In veio na dose certa. Traz um pequeno motor a gasolina de 1.5 litros. Um três cilindros que nada tem a ver com o que há uns anos se associava — barulhentos e pouco potentes —, que tem acoplado a “arma secreta”: um motor elétrico. Por si só, diz pouco. Mas traduz-se numa potência total de 262 cv. São muitos cavalos debaixo do capot.
Estes 262 cv podem pôr qualquer um a pensar que o XC40 será capaz de competir com qualquer desportivo que lhe apareça à frente. Não é que não se sinta que não há potência, mas não é o SUV para esse tipo de aventuras. O modo Sport dá-lhe mais genica, uma maior disponibilidade de potência por comparação com o Hybrid. Mas não compensa o custo.
Em Sport facilmente se vê no ecrã por detrás do volante números pouco simpáticos. Ao mesmo tempo que a velocidade aumenta a um ritmo elevado, também os consumos ganham outros contornos, não sendo difícil chegar aos 10 litros. É um convite a utilizar o Hybrid, que é onde o XC40 se sente “em casa”. A gestão entre motor a combustão e elétrico é feita de forma suave, permitindo uma condução descomplicada. Quando se precisa de mais velocidade lá se ouve um esgar dos três cilindros, mas regra geral é tudo feito sem a sensação de esforço.
Qualquer arranque mais vigoroso tem resposta positiva deste SUV equipado com caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades. E sente-se aquela ajuda extra da energia elétrica armazenada na bateria de 10,7 kWh “escondida” no túnel central. Um truque que poupa a capacidade de carga do XC40, mas passa fatura ao espaço a bordo para quem viaja atrás: o túnel central mais volumoso torna menos confortável um passeio de carro cheio. O quinto passageiro terá de fazer alguma ginástica.
Quilómetros a zero litros
Esta energia da bateria não dura sempre, nem permite grandes aventuras em modo elétrico. A Volvo anuncia uma autonomia de 54 km com o Pure, em que toda a despesa é passada a bateria, mas o número é muito volátil. Não chega lá em utilização real, em cidade, mas enquanto dura — e não tem de se estacionar durante três horas num qualquer posto público para a atestar — é bastante agradável. Mais só quando chegar o 100% elétrico, no próximo ano.
Entrar no SUV, ligá-lo e arrancar sem fazer qualquer barulho é bastante simpático. Ter essa disponibilidade no meio do trânsito traz alguma calma à tensão de estar no pára arranca. E acaba por adiar muitas viagens ao posto de abastecimento, fazendo cair de forma expressiva os consumos deste Volvo. Não é difícil rodar com médias de 6 litros, mas uma média global em torno de 7 litros aos 100 km acaba por ser um luxo para um modelo premium como este. É poupado na gasolina, permitindo amortizar aos poucos o “cheque” de quase 60 mil euros para o tirar do stand, no caso da versão Inscription.
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