Apoios às rendas continuam em 2021. Governo quer converter parte dos empréstimos em subsídios

O Governo quer continuar a apoiar os arrendatários em 2021, através do IHRU, mas com uma pequena diferença. Parte dos empréstimos que foram concedidos até agora podem passar a subsídios.

A pandemia continua a ter impacto nas contas das famílias e, para dar resposta a esse problema, o Governo vai manter os apoios às rendas em 2021 para as famílias que perderam mais de 20% dos seus rendimentos. Contudo, no próximo ano, haverá uma diferença. Se até aqui estes apoios eram dados sob a forma de empréstimos, uma parte poderá passar a subsídios. Ou seja, não haverá devolução dos montantes.

“Os apoios [empréstimos às rendas] foram prorrogados por proposta do PCP no Parlamento para 2021. Estamos a terminar o decreto-lei para, logo no início do ano, dar execução a este apoio”, disse a secretária de Estado da Habitação esta sexta-feira no Parlamento, durante uma audição proposta pelo PSD para discutir a resposta que está a ser dada no campo da habitação.

“Uma das questões que estamos a ponderar, e que, aliás, decorre também do que foi apresentado no Plano de Estabilização Económica e Social (PEES) é que parte destes apoios, tendo em conta os rendimentos das famílias, possam ser convertidos em subsídios. Ou seja, não serem empréstimos do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), mas sim subsídios do IHRU”, avançou Marina Gonçalves.

Os empréstimos do IHRU arrancaram no final de abril mas, desde então, de acordo com os números mais recentes adiantados pelo Governo, o número de pedidos aprovados tem sido baixo. No início de novembro tinham sido recebidos 2.932 pedidos de apoio, mas apenas 713 tinham sido aprovados. 1.001 pedidos tinham sido indeferidos, enquanto 1.195 estavam em análise.

O Governo tem justificado estes números com o não cumprimento de requisitos — quebra de 20% dos rendimentos e existência de contrato de arrendamento –, como referiu o ministro da Habitação a 4 de novembro, durante uma audição no âmbito do OE2021. “Estas são razões que impedem, obviamente, que o apoio seja dado. Sem a apresentação dessa documentação torna-se difícil de o fazer”, disse Pedro Nuno Santos.

Mas, inicialmente, o próprio Executivo também tinha justificado com a falta de funcionários do IHRU. Um problema que, segundo a secretária de Estado da Habitação, já foi resolvido. “Neste momento não há problemas de atraso no processamento dos apoios. O IHRU tem neste momento uma equipa apenas para os apoios e que vai continuar a trabalhar em 2021”, adiantou esta sexta-feira Marina Gonçalves.

Os apoios às rendas arrancaram no final de abril, destinados a inquilinos e senhorios com perdas superiores a 20% dos rendimentos face ao ano passado devido à pandemia. Outra das condições é que a taxa de esforço para pagamento das rendas seja superior a 35%. O montante a conceder aos inquilinos varia, mas aos senhorios corresponde a 100% do valor da renda. O prazo inicial destes apoios era até junho, mas acabou prorrogado até setembro e, finalmente, até dezembro. Agora, o Governo estende estes apoios para 2021.

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Estão aí os prémios para o SNS. Quem recebe e quanto?

Os profissionais de Saúde que tenham estado na linha da frente do combate à pandemia durante o estado de emergência que vigorou na primavera vão ter agora prémios.

Os profissionais de Saúde do serviço público que estiveram na “linha da frente” do combate à primeira vaga da pandemia vão ter direito a mais dias de férias e a um prémio de desempenho equivalente a 50% do seu salário base. A regulamentação destas medidas compensatórias foi publicada, esta sexta-feira, em Diário da República, mais de quatro meses depois do Orçamento Suplementar ter ditado a sua aplicação.

“A resposta adequada à epidemia de SARS-CoV-2 e à evolução da doença Covid-19 determinou que os profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) fossem chamados à linha da frente na prevenção e no tratamento da doença, o que tem sido feito com elevado espírito de prestação de serviço público, face a uma especial exigência e responsabilidade do trabalho desenvolvido por estes profissionais”, salienta o Governo, no decreto-lei conhecido esta sexta-feira, em jeito de justificação das medidas de compensação agora postas em prática.

Em causa estão prémios destinados:

  • Aos trabalhadores dos serviços e estabelecimentos do SNS “envolvidos no combate à pandemia” durante o estado de emergência que vigorou na primavera (ou seja, durante a primeira vaga), que tenham exercido de forma “continuada e relevante” atos “diretamente relacionados com pessoas suspeitas e doentes infetados por Covid-19”, quer enquanto prestadores diretos de cuidados, quer como prestadores de atividades de suporte. Isto quer estejam vinculados ao SNS por contrato de trabalho em funções públicos quer estejam vinculados por contrato de trabalho celebrado ao abrigo do Código do Trabalho;
  • Aos enfermeiros e técnicos de emergência pré-hospitalar vinculados por contrato de trabalho em funções públicas, desde que “integrados em equipas de transporte pré-hospitalar e de colheita de amostras para teste laboratorial de pessoas suspeitas e doentes infetados” pelo vírus pandémico. Isto desde que tenham trabalho na “linha da frente” de forma continuada (durante, pelo menos, 30 dias);
  • Aos trabalhadores civis do Hospital das Forças Armadas que tenham praticado atos diretamente relacionados com pessoas suspeitas ou doentes infetados, de forma continuada e relevante, quer enquanto prestadores diretos de cuidados, quer enquanto prestadores de atividades de suporte;
  • Aos profissionais dos serviços médico-legais “desde que integrados em equipas periciais e de colheita de amostras para teste laboratorial de pessoas suspeitas e doentes ou cadáveres infetados” pelo novo coronavírus. Isto desde que estejam vinculados por contrato de trabalho em funções públicas ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses e que tenham trabalhado na “linha da frente” de forma continuada;
  • Aos trabalhadores das unidades e serviços de saúde prisionais da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais “que tenham praticado de forma continuada e relevante atos diretamente relacionados com pessoas suspeitas e doentes infetados“, desde que estejam vinculados por contrato de trabalho em funções públicas.

E que medidas compensatórias estão em cima da mesa? Por um lado, a atribuição de mais dias de férias: um dia por cada 80 horas de trabalho normal na “linha da frente” durante o estado de emergência da primavera e um dia por cada 48 horas de trabalho suplementar prestado no mesmo período). Estes dias extra que podem ser gozados até ao final do próximo ano.

E por outro lado, um prémio de desempenho correspondente a 50% da sua remuneração base mensal, não acrescida de qualquer outra. Esta compensação é paga uma única vez, está fixado no decreto-lei divulgado esta sexta-feira.

De notar que os profissionais que estiveram e continuam a estar na “linha da frente” fora do período de estado de emergência decretado na primavera não terão acesso a estes prémios, o que já motivou críticas.

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Oferta de quartos para arrendar acelera com a pandemia. Triplica no Porto

A oferta de quartos para arrendar cresceu 22% a nível nacional, embora a evolução não seja uniforme. Enquanto no Porto a oferta triplicou, em Viana do Castelo caiu 69%.

A oferta de quartos para arrendar em casas partilhadas aumentou significativamente durante a pandemia. No mês de novembro, o número de quartos disponíveis a nível nacional cresceu 22% em relação ao final do primeiro trimestre do ano, embora a a evolução não seja homogénea, de acordo com dados de Idealista.

Entre março e novembro, do total dos 20 distritos –1 8 no Continente e dois nas Ilhas — 10 registaram aumento da oferta de quartos, enquanto os restantes 10 viram a sua oferta cair. No Porto a oferta de quartos triplicou, ao registar uma variação de quase 200%, enquanto em Lisboa aumentou 61%.

Algumas capitais de distrito registaram subidas na oferta do número de quartos para arrendar superiores a 50%, entre elas Faro (57%) e Ponta Delgada (65%). A oferta também aumentou no Funchal, (45%), Aveiro (43%), Coimbra (18%) e Guarda (17%).

Oferta de quartos por capitais de distrito entre março e novembro de 2020Idealista

Por outro lado, algumas capitais de distrito viram a sua oferta cair e a registar quebras iguais ou superiores a 50%, estão Vila Real (-50%), Évora (-56%), Castelo Branco (-67%) e Viana do Castelo (-69%). Bragança e Viseu partilham o mesmo lugar na lista, com quebras que rondas os 33%, assim como Leiria e Santarém, ambas com registos de quedas em torno dos 19%. Em Portalegre também há menos anúncios (-21%) em novembro, quando comparado com o mês março, altura que surgiu o primeiro caso de coronavírus em Portugal.

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Charles Michel quer união dos 27 sobre Brexit “até ao último segundo”

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

UE e Reino Unido estão em contrarrelógio para concluir, até final do ano, um acordo de comércio pós-Brexit que possa entrar em vigor em 2021.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou-se convicto de que os 27 Estados-membros permanecerão unidos “até ao último segundo” nas negociações ainda em curso com o Reino Unido em busca de um acordo pós-Brexit.

Durante uma conferência de imprensa de balanço do último ano – o seu primeiro no cargo, que assumiu em 1 de dezembro de 2019 – e perspetivando os desafios futuros da União Europeia, Charles Michel foi questionado por diversas vezes sobre as negociações com Londres e alegadas divergências entre os 27, designadamente à luz de uma ameaça de veto francês a um acordo que não agrade a Paris.

“Vamos aguentar até ao último momento, até ao último segundo deste processo, para assegurar a unidade entre nós”, declarou.

Apontando que há um processo negocial em curso – as equipas negociadoras prosseguem o contrarrelógio em Londres desde o início desta semana -, Charles Michel contornou várias questões sobre alegadas diferenças entre os 27 ou sobre se prefere um no deal (ausência de acordo) a um “mau acordo”, ideia que começa a ser transmitida por alguns Estados-membros, como França e Holanda.

De acordo com o presidente do Conselho Europeu, é necessário esperar pelos “desenvolvimentos das negociações nas próximas horas e nos próximos dias”, e uma posição final dos Estados-membros só faz sentido em função “do que estiver sobre a mesa”, sendo por isso necessário esperar que o negociador-chefe do lado da UE, Michel Barnier, dê conta dos resultados das conversações que ainda decorrem em Londres.

“Não tenho a intenção de antecipar” a decisão final dos Estados-membros sobre um hipotético compromisso, afirmou.

Barnier permanecia hoje de manhã em Londres, desconhecendo-se se dará conta em Bruxelas dos progressos nas negociações durante a tarde de hoje ou posteriormente.

O Reino Unido deixou a União Europeia a 31 de janeiro, mas continua sujeito às regras europeias durante um período de transição que termina no final deste ano.

Após cerca de 10 meses de negociações pouco produtivas, e marcadas por acusações mútuas, UE e Reino Unido estão em contrarrelógio para concluir, até final do ano, um acordo de comércio pós-Brexit que possa entrar em vigor em 2021, quando cessa o período de transição que mantém o acesso do Reino Unido ao mercado único europeu.

As partes continuam, no entanto, sem chegar a um entendimento sobre três grandes matérias: condições de concorrência equitativas, pescas – designadamente o acesso de pescadores europeus a águas britânicas – e governação, nomeadamente na resolução de diferendos jurídicos.

Para que possa entrar em vigor no início de 2021, um eventual acordo ainda tem de ser ratificado pelo Parlamento Europeu, pelo que o calendário é cada vez mais ‘apertado’.

Sem um acordo que regule o relacionamento, as duas partes vão comercializar unicamente sob as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), sinónimo de taxas aduaneiras ou quotas.

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Orbán reitera intenção de veto ao orçamento europeu apesar de proposta polaca

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

A aprovação do orçamento plurianual da UE para 2021-2027 e do Fundo de Recuperação pós-pandemia está bloqueado pela Polónia e pela Hungria.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, reiterou as posições de Budapeste sobre o veto contra o orçamento europeu e o fundo de reconstrução ao considerar “inaceitável” relacionar-se o cumprimento do Estado de Direito com os fundos europeus.

Orbán mantém a sua posição apesar da recente proposta da Polónia, país aliado da Hungria, para a solução do problema através da elaboração de uma declaração adicional que explique os termos dos condicionalismos.

“Isto não vai funcionar” disse Orbán na entrevista semanal à Kossuth, rádio pública húngara, insistindo na separação dos dois pontos: “o pagamento das ajudas e o cumprimento do Estado de Direito”.

Viktor Orbán disse que a proposta húngara “é a de deixar de lado o tema dos direitos cívicos e centrar a questão no desembolso das ajudas para o desagravamento dos efeitos causados pela pandemia” pondo em marcha o próximo orçamento da União Europeia para o período entre 2021 e 2027.

O primeiro-ministro Orban governa a Hungria com uma maioria de dois terços há dez anos.

O vice-primeiro-ministro polaco, Jaroslaw Gowin, disse quinta-feira em Bruxelas aos jornalistas – após reuniões com vários comissários europeus – que uma possível solução para o conflito pode estar numa declaração que clarifique os termos “dos condicionalismos de cumprimento do Estado de Direito”.

De acordo com o representante polaco, os comissários não excluem a possibilidade de se seguir em frente com um acordo sobre o fundo de recuperação sem a Polónia e a Hungria.

A aprovação do orçamento plurianual da UE para 2021-2027 (1,08 biliões de euros) e do Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado (750 mil milhões) encontra-se bloqueada pela Polónia e pela Hungria, que discordam da condicionalidade no acesso aos fundos comunitários ao respeito pelo Estado de direito.

Ambos os países estão entre os principais beneficiários destes fundos europeus e talvez por isso Varsóvia parece estar a demonstrar uma posição mais branda, para que o acordo seja facilitado.

Há mais de um ano que a Polónia e a Hungria são criticados e investigados na União Europeia pelas limitações à Justiça e os meios de comunicação social nos dois países.

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Espanha pondera reduzir semana de trabalho para quatro dias

  • ECO
  • 4 Dezembro 2020

Ministério do trabalho espanhol está a estudar a possibilidade de reduzir a semana de trabalho para apenas quatro dias. Objetivo é o de fazer aumentar o emprego.

Numa altura em que Espanha prepara o aumento do salário mínimo nacional para mil euros, o ministério do trabalho espanhol está a estudar a possibilidade de reduzir a semana de trabalho para quatro dias, avança o El Economista (acesso livre).

O secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, destaca que a adoção deste sistema está em cima da mesa e que poderia ter um impacto positivo no mercado de trabalho. “Poderia, sem dúvida, favorecer a criação de empregos”, diz o líder do Podemos.

A ministra trabalho e economia social, Yolanda Diaz, defende que “o tempo de trabalho exige uma nova conceção”. Em entrevista à TVE, Pablo Iglesias, diz que sabe que “o ministério do trabalho e Yolanda Diaz estão a estudar o modelo que tem como foco a “redução do tempo de trabalho”, embora tenha evitado falar de prazos. “Tenho de respeitar a competência de cada ministro, e sei que eles a estudarão”, disse o líder do Podemos.

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China vai construir 10 mil quilómetros de ligações ferroviárias até 2025

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

Novas linhas visam modernizar as ligações na zona do delta do rio Yangtse, na região de Pequim-Tianjin-Hebei e na Área da Grande Baía.

A China vai construir 10.000 quilómetros de ligações ferroviárias urbanas e interurbanas nos próximos cinco anos para melhorar o transporte em áreas que considera estratégicas para o desenvolvimento, anunciou esta sexta-feira o órgão máximo de planeamento económico chinês.

Segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, as novas linhas visam modernizar as ligações na zona do delta do rio Yangtse, na região de Pequim-Tianjin-Hebei e na Área da Grande Baía.

Esta última região consiste numa megametrópole que integra Hong Kong e Macau e as principais cidades da província de Guangdong, no sudeste da China, visando criar uma área de inovação tecnológica e um centro financeiro mundial.

O “desenvolvimento coordenado dessas três regiões é uma das estratégias mais importantes do Partido Comunista Chinês (PCC) para consolidar o crescimento económico do país”, acrescentou o órgão de planeamento.

“Estas regiões constituem aglomerados urbanos e metropolitanos mais importantes, pelo que é necessário desenvolver uma rede de transportes moderna, tendo o tráfego ferroviário como espinha dorsal“, lê-se na mesma nota.

Pequim espera aprovar um total de 4.400 quilómetros de ferrovias ainda este ano, numa altura em que as autoridades do país decidiram aumentar os seus investimentos em infraestrutura, “para impulsionar a economia”, informou o China State Railway Group em julho.

Daquela extensão, 2.300 quilómetros correspondem a linhas ferroviárias de alta velocidade. O país asiático representa já mais de metade das ligações de alta velocidade do mundo.

A China acelerou a retoma dos projetos ferroviários com um investimento em ativos fixos que atingiu 325,8 mil milhões de yuan (mais de 41.000 milhões de euros), no primeiro semestre deste ano, segundo a firma estatal.

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Plano de recuperação da UE com 27 a bordo é “objetivo número um”, diz Charles Michel

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

Charles Michel escusou-se a comentar a possibilidade de a UE avançar com o Fundo de Recuperação a 25, sem Hungria e Polónia, os dois Estados-membros que estão a bloquear o processo.

O presidente do Conselho Europeu disse esta sexta-feira que “o objetivo número um” da União Europeia nos próximos dias é garantir a “implementação integral” do acordo sobre o plano de relançamento europeu alcançado em julho, com os 27 a bordo.

Durante uma conferência de imprensa de balanço dos últimos 12 meses de trabalho – os seus primeiros no cargo, que assumiu em dezembro de 2019 – e perspetivando os grandes desafios futuros, Charles Michel escusou-se a comentar a possibilidade de a UE avançar com o Fundo de Recuperação a 25, sem Hungria e Polónia, os dois Estados-membros que estão a bloquear o processo, por discordarem da condicionalidade ao respeito pelo Estado de direito, já que a ideia é implementar o compromisso acordado a 27 no passado verão.

Não quero comentar essa ideia, porque a minha prioridade continua a ser a implementação integral do acordo alcançado em julho. Sei que este é um processo difícil, mas creio que [um acordo a 27] é fundamental para a credibilidade europeia e para a mensagem que enviamos a todos os cidadãos europeus e ao resto do mundo. Este é o nosso objetivo número um nos próximos dias, e não quero agora comentar outros cenários”, respondeu.

Reiterando que a questão do Estado de direito é “essencial, pois faz parte do ADN do projeto europeu”, razão pela qual todos os Estados-membros aceitaram, na longa maratona negocial de julho, associá-la ao orçamento plurianual e fundo de recuperação, o presidente do Conselho Europeu disse confiar que seja possível ultrapassar o atual obstáculo colocado por dois países que estarão com “receio de que esse mecanismo possa ser utilizado de forma arbitrária”.

Manifestando total confiança na atual presidência semestral alemã do Conselho da UE, que está a liderar o processo negocial, Charles Michel sugeriu que o impasse poderá ser ultrapassado através de “garantias” de uma aplicação justa do mecanismo de condicionalidade, no sentido de todos os Estados-membros serem tratados de forma igual. “Quero permanecer otimista e acreditar que nos próximos dias conseguiremos resolver as dificuldades com que estamos confrontados”, disse.

Face ao atual impasse na definitiva aprovação do histórico acordo alcançado em julho passado em torno do pacote de resposta à crise da covid-19, constituído por um orçamento plurianual da UE para 2021-2027, de 1,08 biliões de euros, e um Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, de 750 mil milhões, são cada vez mais as vozes que defendem que este segundo elemento – designado ‘NextGenerationEU’ – avance sem Hungria e Polónia, através da chamada cooperação reforçada.

Na quinta-feira, o ministro da Economia e Finanças de França, Bruno Le Maire, de visita a Lisboa, admitiu esse cenário, afirmando que “todas as opções têm de estar em cima da mesa”, ainda que considere igualmente que “a melhor opção” é convencer aqueles dois países a “juntarem-se ao consenso”.

Le Maire frisou que “quanto mais cedo” o plano for aprovado melhor, mas que é necessária “lucidez” e ver que, a semanas do final do ano, “há a possibilidade de passar para as mãos da presidência portuguesa” do Conselho da UE, que arranca dentro de menos de um mês, em 01 de janeiro de 2021.

“A presidência portuguesa pode ter um papel chave a desempenhar, pensar em soluções e encontrar uma solução para esta questão muito difícil”, apontou. O grande objetivo, em Bruxelas, ainda passa, no entanto, por garantir um acordo definitivo a 27 ainda este ano, e designadamente no Conselho Europeu da próxima semana, de 10 e 11 de dezembro.

Na passada terça-feira, durante uma deslocação a Bruxelas para uma reunião com Charles Michel, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que “não há plano B que não seja aprovar o próximo Quadro Financeiro Plurianual e o Mecanismo de Recuperação e Resiliência no próximo Conselho Europeu de dia 10 e 11 de dezembro”, e até se manifestou “disponível para ficar mais uns dias” na capital europeia se tal for necessário.

“Dure o que durar, tem de se concluir esse processo [no Conselho Europeu] porque a Europa não pode esperar”, vincou António Costa. Charles Michel confirmou esta sexta-feira que a cimeira de chefes de Estado e de Governo da próxima semana será presencial, apesar de todas as restrições em curso devido à pandemia da covid-19, pois os temas em agenda, sustentou, exigem que os líderes europeus possam “olhar-se nos olhos”.

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Banco de Inglaterra “perde” 50 mil milhões em notas de libra

  • ECO
  • 4 Dezembro 2020

É possível que o dinheiro esteja debaixo de colchões, no estrangeiro ou na economia paralela. Public Accounts Committee diz que banco central "não parece muito curioso" em descobrir.

É o equivalente a 13 quilómetros completamente cobertos de notas de cinco libras, mas mesmo assim o Banco de Inglaterra perdeu o equivalente a 50 mil milhões de libras. O alerta é feito pelo grupo parlamentar Public Accounts Committee (PAC), que diz que o banco central deveria estar mais preocupado, segundo The Guardian (acesso livre).

O grupo diz que este dinheiro “desapareceu” porque o Banco de Inglaterra não manteve controlo suficiente sobre o uso de dinheiro no Reino Unido. Diz que houve uma “atitude negligente em relação ao paradeiro de grande parte do fornecimento de dinheiro em libras esterlinas”. É possível que o dinheiro esteja debaixo de colchões de famílias britânicas, que tenha saído do país ou mesmo que tenha sido usado em economia paralela.

Devido ao design das notas, estas não são rastreáveis, dificultando o trabalho do banco central de acompanhar o percurso do dinheiro e saber exatamente onde as notas estão. A crítica prende-se essencialmente com a despreocupação que consideram haver. “50 mil milhões de libras esterlinas em notas estão armazenadas nalgum sítio, mas o Banco de Inglaterra não sabe onde, por quem ou de que forma. E não parece muito curioso“, diz a líder do PAC, Meg Hillier, citada pelo The Guardian.

O dinheiro em numerário tem sido gradualmente substituído na digitalização da economia, com especial destaque para o declínio do uso de moedas. A produção de pennies e pounds caiu 65% na última década, o que poderá ser acelerado pela pandemia com o aumento do uso de pagamentos contactless, de acordo com o jornal britânico. Ainda assim, o valor das notas em circulação subiu este ano, uma tendência que o banco central considera estar associada aos receios sobre o futuro.

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Nas notícias lá fora: Espanha, BCE e “Make Amazon Pay”

  • ECO
  • 4 Dezembro 2020

BCE avisa bancos para prepararem agravamento do malparado, enquanto Espanha pondera trabalhar quatro dias por semana. Campanha "Make Amazon Pay" ganha adeptos.

O Banco Central Europeu avisa bancos para prepararem o agravamento do crédito malparado devido ao impacto da pandemia. Por outro lado, Espanha estuda a possibilidade de implementar jornadas de trabalho de apenas quatro dias por semana. O Banco de Inglaterra “perde” 50 mil milhões de libras em notas, enquanto o cofundador da BioNTech SE, Ugur Sahin, juntou-se a lista das 500 pessoas mais ricas do mundo depois de o Reino Unido ter aprovado esta semana a vacina contra a Covid-19 que a empresa alemã desenvolveu com a Pfizer. A campanha “Make Amazon Pay” já angariou a assinatura de mais de 400 legisladores de 34 países.

Bloomberg

Cofundador da BioNTech na lista das 500 pessoas mais ricas

O cofundador da BioNTech SE, Ugur Sahin, juntou-se à lista das 500 pessoas mais ricas do mundo depois de o Reino Unido ter aprovado a vacina contra a Covid-19 que a empresa alemã desenvolveu com a Pfizer. As ações da BioNTech já subiram mais de 250% este ano. Sahin é agora a 493ª pessoa mais rica do planeta com um património líquido de 5,1 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros), de acordo com o Índice Bloomberg Billionaires. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso livre, conteúdo em inglês).

Financial Times

BCE avisa bancos para prepararem agravamento do malparado

O braço de supervisão bancária do Banco Central Europeu está a escrever aos maiores bancos da Zona Euro para avisar que o aumento do crédito malparado na região (devido ao impacto da pandemia para famílias e empresas) não está a ser suficientemente preparado. O anúncio foi feito pelo presidente Andrea Enria no Financial Times Global Banking Summit, que lembrou ainda que as medidas preventivas são condição para que o BCE volte a permitir a distribuição de dividendos aos acionistas dos bancos em 2021. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

El Economista

Espanha estuda semana de trabalho de quatro dias

Numa altura em que Espanha prepara o aumento do salário mínimo nacional para mil euros, o ministério do trabalho espanhol está a estudar a possibilidade de reduzir a semana de trabalho para quatro dias. “Poderia, sem dúvida, favorecer a criação de empregos”, diz Pablo Iglesias, vice-presidente do Governo espanhol e líder do Podemos.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Reuters

Mais de 400 deputados de 34 países apoiam a campanha “Make Amazon Pay”

Mais de 400 deputados de 34 países assinaram uma carta dirigida ao líder da Amazon, Jeff Bezos, a exigir que a gigante do e-commerce proporcione melhores condições de trabalho aos funcionários. A campanha “Make Amazon Pay” foi lançada a 27 de novembro por um grupo internacional de ativistas, aliados a alguns trabalhadores da Amazon, que juntou mais de 50 organizações. O documento foi também assinado pelas congressistas norte-americanas Ilhan Omar e Rashida Tlaib, pelo ex-líder do partido Trabalhista no Reino Unido Jeremy Corbyn, pela vice-presidente do Parlamento Europeu, Heidi Hautala, e é apoiado pelas organizações Progressive International e UNI Global Union. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

The Guardian

Banco de Inglaterra “perde” 50 mil milhões de libras em notas

O Banco de Inglaterra parece ter perdido o equivalente a 50 mil milhões de libras em notas, de acordo com o Public Accounts Committee (PAC). O grupo de parlamentares britânicos diz que este dinheiro “desapareceu” porque o banco central não manteve controlo suficiente sobre o uso de dinheiro no Reino Unido. É possível que o dinheiro esteja debaixo de colchões de famílias britânicas, que tenha saído do país ou mesmo que tenha sido usado na economia paralela. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Ponto por ponto, é assim que vai funcionar o plano de vacinação da Covid-19

O Plano de Vacinação contra a Covid-19 já foi conhecido. Deverá arrancar em janeiro de 2021 e será universal, gratuito, facultativo e em três fases. Ponto por ponto, conheça os detalhes.

Numa altura, em que a Agência Europeia do Medicamento está cada vez mais perto de aprovar uma vacina contra o novo coronavírus, o Governo apresentou na quinta-feira o Plano de Vacinação contra a Covid-19, um plano que será universal, gratuito, facultativo e faseado. Portugal vai receber cerca 22 milhões de doses de vacinas, sendo que a primeira fase de vacinação deverá arrancar no início de janeiro de 2021. Ponto por ponto, conheça os detalhes do plano.

Portugal vai receber 22 milhões doses de vacinas

No âmbito da aquisição conjunta da União Europeia há já seis contratos assinados, sendo que Portugal vai receber cerca de 22 milhões doses de vacinas. Isto é 6,9 milhões de doses da AstraZeneca/Universidade de Oxford, 4,5 milhões de doses da BioNTecn/Pfizer, a mesma quantidade da Johnson&Johnson, 1,9 milhões da Moderna e quatro milhões de doses da CureVac, explicou presidente do Infarmed, na apresentação do Plano de Vacinação contra a Covid-19. Quanto ao acordo com a Sanofi/GSK ainda não estão definidas quantidades, acrescentou. Assim, “além da preocupação de garantir o acesso”, houve também a preocupação de “garantir um portfólio alargado de vacinas, termos várias opções disponíveis”, sublinhou Rui Ivo.

Vacinas serão universais, gratuitas e facultativas

Tal como a ministra da Saúde tinha adiantado, o primeiro-ministro reiterou que a vacinação vai ser “facultativa, gratuita e distribuída a toda a população”. Numa primeira fase, as vacinas vão ser administradas no Serviço Nacional de Saúde, nos 1.200 pontos de vacinação que existem em todo o país, isto é, centros de saúde. Ainda assim, os residentes e profissionais de lares, bem como internados em unidades de cuidados continuados serão vacinados nesses locais, sendo que a vacinação estará a cargo das equipas de enfermagem, caso não seja possível os profissionais de centros de saúde deslocar-se-ão a estes locais.

Quando arranca o plano de vacinação em Portugal?

Assente em seis componentes, este plano tem por objetivo “reduzir a mortalidade que a doença causa e tentar aliviar o Serviço Nacional de Saúde”, bem como controlar surtos nas populações mais vulneráveis, explicou Francisco Ramos, coordenador do Plano de Vacinação. Apesar das várias “incertezas” é expectável que o plano de vacinação arranque em janeiro do próximo ano, sendo que tudo depende da aprovação do regulador europeu, a Agência Europeia do Medicamento. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro lembrou que esta operação está “sujeita a um conjunto de imponderabilidades bastante significativo”, nomeadamente a “montante de Portugal” dado que não depende do país “a produção industrial nem o licenciamento das vacinas”.

Assim, num cenário otimista a primeira fase de vacinação deverá ser realizada entre janeiro e fevereiro, num cenário “provável” de janeiro a março e, no pior caso entre janeiro e abril. “A informação que existe hoje sobre o processo dá-nos a segurança suficiente para dizer que em janeiro vamos começar”, garantiu Francisco Ramos.

Plano de vacinação em três fases. Quais são os grupos prioritários?

O plano de vacinação contra a Covid-19 vai ser faseado. A primeira fase, que deverá arrancar em janeiro e estender-se até fevereiro, isto no cenário otimista, vai abranger 950 mil portugueses, ou seja, cerca de 10% da população portuguesa. Estes são os grupos prioritários da primeira fase de vacinação:

  • Pessoas com 50 ou mais anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório. Este grupo abrange cerca de 450 mil pessoas com vulnerabilidades pré-existentes.
  • Residentes em lares e internados em unidades de cuidados continuados e os respetivos profissionais, que deverão ser cerca de 250 mil pessoas, e que serão vacinadas nas respetivas unidades em que se encontram.
  • Profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados e profissionais das Forças armadas e de segurança (serviços críticos e cuja elencagem ainda tem de ser afinada, que deverão somar cerca de 300 mil pessoas.

Numa segunda de vacinação, a decorrer de março a abril ou de junho a julho, estarão abrangidas 2,7 milhões de pessoas que se distribuem da seguinte forma:

  • Com 65 ou mais anos sem qualquer outra patologia, reconhecendo que os idosos são o grupo mais vulnerável. Neste patamar são abrangidas 1,8 milhões de pessoas.
  • E dos 50 até aos 64 as pessoas com diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade, hipertensão arterial e ainda com a possibilidade de se vir a incluir outras patologias. Este grupo abrange 900 mil pessoas.

A terceira fase deverá ser o resto da população se for possível confirmar o ritmo de abastecimento de vacinas com que o Governo está a trabalhar. Se o ritmo for mais lento então será necessário voltar a criar novos grupos prioritários, explicou Francisco Ramos, coordenador do Plano de Vacinação.

(Notícia atualizada às 11h40 com dados do plano do Governo).

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EUA classificam China como maior ameaça à liberdade desde a II Guerra Mundial

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2020

Diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos diz que Pequim está a preparar-se "para um confronto aberto a longo prazo com os EUA.

O chefe dos serviços de inteligência norte-americanos classificou a China como a “maior ameaça à democracia e à liberdade no mundo desde a II Guerra Mundial”, numa altura de rápida deterioração na relação bilateral.

“A República Popular da China representa hoje a maior ameaça à América e a maior ameaça à democracia e à liberdade no mundo desde a II Guerra Mundial”, escreveu o Diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos, John Ratcliffe, num artigo de opinião publicado pelo jornal Wall Street Journal,

John Ratcliffe acusou o país asiático de usurpar segredos comerciais e tecnologias de Defesa à indústria norte-americana.

O responsável da Administração de Donald Trump descreveu ainda operações desenvolvidas por agentes chineses para influenciar ou comprometer membros do Congresso dos Estados Unidos, através de pressão económica.

O chefe da inteligência alertou para um cenário em que fábricas detidas por chineses e que empregam milhares de norte-americanos podem influenciar os chefes sindicais a voltarem-se contra membros do Congresso que apoiam políticas que desagradam a Pequim.

“O sindicalista entra em contacto com o seu legislador e indica que os membros do seu sindicato não apoiarão a sua reeleição. Ele diz a si mesmo que está a proteger os seus membros, mas naquele momento o sindicalista está a cumprir as ordens da China, e o congressista está a ser influenciado pela China, quer se aperceba ou não”, contou John Ratcliffe.

“A nossa inteligência mostra que Pequim conduz regularmente este tipo de operação de influência nos Estados Unidos“, escreveu. “Os dirigentes chineses procuram subordinar os direitos do indivíduo à vontade do Partido Comunista (PCC)”.

O governante disse ter alterado o orçamento anual de 85 mil milhões de dólares (70 mil milhões de euros) dos serviços de inteligência para aumentar o foco na China.

Pequim está a preparar-se “para um confronto aberto a longo prazo com os EUA. Washington também deve estar preparado”, alertou.

As relações entre a China e os Estados Unidos bateram no ponto mais baixo em mais de 30 anos, abaladas por uma prolongada guerra comercial e tecnológica, disputas em torno do estatuto de Hong Kong, a soberania do mar do Sul da China ou abusos dos Direitos Humanos no país asiático.

Esta semana, o Governo dos Estados Unidos aprovou regras novas e mais rígidas visando restringir a entrada de membros do Partido Comunista Chinês no seu território.

As novas restrições encurtam a duração dos vistos para membros do PCC e familiares diretos de 10 anos para um mês. Os restantes cidadãos chineses podem continuar a requerer vistos de visita válidos por dez anos e com múltiplas entradas.

O departamento de Estado norte-americano disse que os membros do PCC são “hostis aos valores americanos” e estão envolvidos em “atividades malignas”.

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